O PULO DO GATO
Meu amor puro,
Pulou o muro;
E no pecado do amor,
Sucumbi no teu pudor.
Pecador na inocência,
Mesclada de inexperiência;
Conflitos doces no escuro,
Meu amor pulou o muro...
E a densa madrugada,
Propensa de alvoradas;
Num raio fez-se luz,
Chuvas de paz e de cruz.
Meu riso se fez cansaço,
Quando senti o abraço;
Daquela bruxa madrinha,
Tão distante, mas só minha.
Meu amor lento e seguro,
Num instante pulou o muro;
Só para te ver a meu lado,
Sem culpa neste pecado.
E a dor trouxe a alegria,
Princípios de um novo dia;
Senti teu corpo seguro,
Depois de pular o muro.
*J.L.BORGES
1987
Nenhum comentário:
Postar um comentário