sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

LUZES DA VERDADE

LUZES DA VERDADE

Na superfície do míssil solidão,
Eu vejo o fio atômico do teu olhar;
Aquele olhar daltônico colorido,
Que dá vontade de não voar.

Nas sombras que vislumbro eu nem percebo,
Por que tudo passa sem sentido;
Me fazendo ficar de bem comigo,
Carente dos teus beijos mal molhados.

Explode esta guerra nuclear,
Do ponto sul ao pólo atroz;
Então capto a tua voz,
Em alguma ponte a me chamar.

Mas eu fico te encontrando nos caminhos,
Onde nunca fui e não irei;
Se penso eu só penso em ti,
Sem tua presença eu não sei o que farei.

Estou louco a imaginar alguma guerra,
Alguma ogiva nuclear a me explodir;
Se sozinho eu não tenho tua presença,
Eu choro, sem vontade de sorrir.

Vem amor, chega desta solidão,
Eu quero tua paz, não ogiva nuclear;
Eu quero caminhar, lentamente a teu lado,
Até o dia terminar.

*J. L.BORGES
Ano 1987

Nenhum comentário:

Postar um comentário