sábado, 30 de dezembro de 2017

ABOLIÇÃO

ABOLIÇÃO

Eu caminho em um caminho,

Que a caminhos me leva

Sem ter pressa eu sozinho,

Levo a dor que não me negas.

Vou carregando esta dor,

Que fere meu peito;

Minha herança é a falta de amor,

Esta paixão imperfeita.

A mocidade é a luz,

Densa da eternidade;

A verdade é a cruz,

Desta negra cidade.

A noite chegou,

No escuro da voz;

Só a cinza restou,

Hoje eu sou meu algoz.

É por isso que eu canto,

O canto liberdade;

Quero estar nestes campos,

Da minha negra saudade.

 *J.L.BORGES
1988


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