ABOLIÇÃO
Eu caminho em um caminho,
Que a caminhos me leva
Sem ter pressa eu sozinho,
Levo a dor que não me negas.
Vou carregando esta dor,
Que fere meu peito;
Minha herança é a falta de amor,
Esta paixão imperfeita.
A mocidade é a luz,
Densa da eternidade;
A verdade é a cruz,
Desta negra cidade.
A noite chegou,
No escuro da voz;
Só a cinza restou,
Hoje eu sou meu algoz.
É por isso que eu canto,
O canto liberdade;
Quero estar nestes campos,
Da minha negra saudade.
*J.L.BORGES
1988
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