A CASA DA MINHA INFÂNCIA
Eu ainda hoje lembro,
Da casa da minha infância,
Uma grande casa amarela,
Seu forro e de é de santa fé,
E o seu telhado de zinco.
A casa da minha infância,
Com seus buracos de zinco,
Parecendo tantas estrelas,
Que miravam meu olhar,
Olhar do tempo da infância.
A sala de uma janela,
Janela de uma sala só,
Onde sentava meu avô,
Olhando sempre pra mim,
Com seu palheiro nos lábios.
E no fundo do quintal,
Da casa da minha infância,
Eu via os monstros sagrados,
Que verde beijavam o céu,
O céu da minha esperança..
Bem alem entre o horizonte,
Da casa da minha infância,
Serpenteava uma serpente,
caudalosa e cristalina,
Que espelhava meu olhar.
Olhar de tanta saudade,
Que eu passei andando em vão,
Sempre lembrando os momentos,
Que eu passei na minha casa,
A casa da minha infância.
*J.L.BORGES
Gravatai.1987
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