ANTI-MATÉRIA
Eu sou aquele que fica,
Quando o teto em implosão,
Se retrai como uma pulga,
Esmagada a contra mão.
Sou um farol que tomba,
No meio da tempestade;
Polar de um novo tempo,
Sou este tédio que arde.
Sou ais na sociedade,
Sou motim numa prisão;
Espacial sem futuro,
Nos confins do meu plutão.
Eu sou aquele que fica,
Depois da terceira guerra;
Sou a fera acuada,
Sugando o sangue da terra.
Eu sou a fome do fraco,
Sou a voz do delator;
Sou o negro que sucumbi,
Pela saga do opressor.
Sou no infinito esta poeira,
Atômica dentro de mim;
Sou um conjunto vazio,
Talvez, inicio do fim.
*J.L.BORGES
Cachoeirinha.1987
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