sexta-feira, 30 de novembro de 2018

HORIZONTE PERDIDO


HORIZONTE PERDIDO

R:F.R.B n°240

Vejo no céu o horizonte,

No horizonte o passado;

No passado vejo a rua,

A rua do meu passado.

A ponte dentro de uma ponte,

No bordel a dama nua;

Vejo num bar da minha rua,

O jogo do vinte e um.

Um lago em frente a minha casa,

Meu barquinho de papel;

Vejo um céu dentro de um céu,

Minha pandorga sem asa.

No fim da rua a ladeira,

Carrinhos de rolimã;

Vejo a menina faceira,

Com sua boca de maçã.

Lembro-me dos velhos amigos,

Povoando a minha rua;

A casa da luz vermelha,

Uma lua cheia de luas.

No quintal da minha casa,

Cinamomo e cerca-vivas;

Sarita, a mulher dama,

Bailando na minha avenida.

A casa do meu amor,

Pertinho da minha casa;

A igreja, o velho colégio,

O meu velho professor.

A estância do faz de conta,

O meu cavalo de pau;

Lembro-me também da menina,

Maluca menina tonta.

No vídeo tape dos sonhos,

Tremulam meus doces medos;

Mboi-tatá no escuro,

Infância dos meus brinquedos.

Que saudade da minha rua,

Rua eterna e imutável;

Sinto-me hoje tão distante,

Num futuro inviolável.

Revejo-me no vídeo tape,

O céu dentro de uma ponte;

A ponte do horizonte,

Perdido do meu passado.

                             

*J.L.BORGES


A OUTRA FACE


A OUTRA FACE

Abrigo em meus braços o meu inimigo,
Beijo a face de quem me escarra;
No meio da noite eu sou o abrigo,
Daquela pessoa que não me ampara.

Sou luz nos olhos do me opressor,
Sou musica na voz de quem em acusa;
No frio do inverno eu sou o calor,
Naquela pessoa que sempre me abusa.

Na luz da incerteza eu sou a razão,
Sou canção de ninar a meu inimigo;
Na noite retinta eu sou o lampião,
Eu sou teu perdão e tu meu castigo.

Levanto do chão aquela criatura,
Que sem piedade me joga no lodo;
Me pisa sem dó, me leva a loucura,
Pois sou o cordeiro e ela o lobo.

No caminho indeciso sou a estrada certa,
Sou placa avisando tua contra mão;
Na noite deserta sou porta aberta,
Esperando a presença de ti meu irmão.

Amparo em meus braços aquele tirano,
Que sem piedade me arrasta no chão;
Vai ano, vem ano é o mesmo engano,
Ilusão imutável em meu coração.

Não vejo defeito em meu traidor,
Só vejo virtudes, bondade do alem;
Não vejo a verdade em meu opressor,
Pois sou cego, sou surdo, sou mudo também.
                                                  
 *J.L.BORGES








ASTEIRÓIDE N°33


ASTEROIDE Nº33

Este desafio me apavora,

Este futuro impreciso também;

O sonho de cultivar a paz agora,

É utopia nesta terra de ninguém.

Todos os caminhos que pego,

Tentam levar-me ao encontro desta paz;

Arisca ave, sempre a escapulir, não nego,

Ave errante, passageira e nada mais.

No universo imutável, o desafio,

É apenas na imensidão um tênue grito;

Uma chama de sonhos por entre o frio,

Glacial de algum olhar bonito.

Sem limites para amar sigo lentamente,

Igual um asteróide impreciso;

Deixando para trás a esperança desta gente,

Tatuagem de um sorriso indefinido.

Sou ator, sou a toa, sou passagem,

Sou apenas um alguém na multidão;

Tentando decifrar esta mensagem,

Mesclas de paz, sonhos loucos sem razão.

J.L.BORGES

quinta-feira, 29 de novembro de 2018

LUAR DE ÁFRICA (ESP.)

LUAR DE ÁFRICA

El mar de color de plata,
Colares que adornan esta banda;
La banda de la luna en la mata,
Flotando en Luanda.

En el mar de Uganda,
La luna gitana reclama;
La llama del sol,
Que adorna Luanda.

En el Kilimanjaro, la nieve de repente,
No moja las pirámides ni las calles;
Pero refresca la bendición de la gente,
Igual lágrimas profanas de la luna.

La luna africana que brilla en las noches,
Retocando gigantes acuarelas;
Al hacer plateado los azotes,
Del viento que besa la ventana.
                                    
* J.L.BORGES

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

AMOR ESPECIAL(Espanhol)

AMOR ESPECIAL

El sentimiento sin igual,

Estoy sintiendo por ti;

Su sonrisa especial,

Hizo mi cuerpo estremecerse.

En la locura del momento,

Tanta cosa sucedió

Esperé por tanto tiempo,

Hoy sé que el amor nació.

Usted me trajo calidez,

En la ventura del placer;

Su paz me trae tranquilidad,

Te necesito.

Quiero ser siempre tu guía,

El momento ideal;

Su luz en la noche fría,

Su amor fenomenal.

Quiero estar siempre a tu lado,

Haga el tiempo que haga;

Mi amor por ti es un escenario iluminado,

En la ventura del placer.

* J.L.BORGES

SOB O SIGNO DE PEIXES


SOB O SIGNO DE PEIXES

Eu sou a alma do fogo,

Com medo da chuva;

O vento que beija leve,

As nuvens macias de algodão.

Eu sou a sombra da lua,

Brilhando no olhar vadio;

Sinistro olhar de um lobo,

Uivando na noite negra.

Sou o raio do trovão,

Rasgando as águas de março;

Que molham a noite escura,

Sem futuro e sem promessa.

Sou a sorte, sou a morte,

Nas estradas e calçadas;

O cotidiano teimoso,

Do moribundo inocente.

Sou a paz dentro da guerra,

A guerra dentro da paz;

Neste mundo que sufoca,

Sou o peixe dentro do rio.

                                
*J.L.BORGES

CORDEIS DA ETERNIDADE


         CORDEIS DA ETERNIDADE

         Os nós fazem parte da nossa vida, depende de nós sabermos desata-los sem cortarmos a corda que é a continuidade de nossa existencia.

         Amados irmãos, se houver roptura na corda isso náo é nada bom a nosso viver,devemos desatar os nós, mas nunca os cortar.

         Muitos acham mais pratico resolver os problemas de seus dia a dia usando a radicalidade e a praticidade que é a ruptura rapida dos problemas que aparecem em seu cotidiano, sem terem a paciencia de desata-los suavemente, os problemas que surgem em nosso viver náo desaparecem num passe de mágica,devemos ter a calma e a serenidade para resolve-los sem as rupturas que podem deixar sequelas incuráveis na nossa efemera existencia no planeta terra.

         Irmãos, desatemos nossos nós diários com mansidão e sabedoria para que a nossa corda da vida jamais se rompa e quem sabe tornar-se-a ligação e lição de sabedoria para a união de mais e mais cordas que, tornar-se-ão a ponte da eternidade.
        
 *J.L.BORGES

terça-feira, 27 de novembro de 2018

OLHOS VERDES

OLHOS VERDES

Estes olhos diamantes,

Lumes verdes a iluminar;

Me convida a todo o instante,

A te olhar.

Estes olhos dois brilhantes,

Verdes águas deste mar;

Como vagas em rompantes,

Em minha praia a se quebrar.

Estes olhos inconstantes,

Meteoros a brilhar,

São dois astros incessantes,

A estrelar.

Estes olhos navegantes,

Onde posso naufragar;

São duas lentes diamantes,

A espelhar.
                             
*J.L.BORGES

EL ARTE DEL SILENCIO

"EL ARTE DEL SILENCIO"

"La mejor forma de conocer a ti ya los demás es aprender a ejercer el arte del silencio"

J.L.BORGES RODRIGUES

A ARTE DO SILENCIO


“A ARTE DO SILENCIO”

"A melhor forma de conhecer a ti e aos outros é aprendendo a  exercer a arte do silencio"

J.L.BORGES RODRIGUES

segunda-feira, 26 de novembro de 2018

INFÂNCIA


INFÂNCIA

São bolhas de sabão soltas ao vento,
Desenhos indecifráveis soltos no papel;
O toque da corneta do picolezeiro,
O jogo de sapata, gangorra e carrossel.

São flores amarelas chamando a primavera,
A luz da estrela Dalva brilhando na manhã;
É o vento de novembro sob as nuvens brancas,
Trazendo a esperança com gosto de maça.

Criança sem camisa lá fora a levitar,
Sorriso tão bonito, como é bom sorrir!
É um anjo a flutuar suave no infinito,
Criança sem camisa, como é bom sonhar!

Pandorgas e balões enfeitam teu futuro,
É linda está criança, canções em dó menor;
Eu vejo em seu olhar a luz da esperança,
Que rasga este escuro para um dia bem melhor.
                   
*J.L.BORGES
GRAVATAI 11/1989

domingo, 25 de novembro de 2018

REFLEXO NO ESPELHO


REFLEXO NO ESPELHO

Eu sou tua alma gêmea,

No espelho o teu reflexo;

Sou noite, tu és meu dia,

Meu côncavo, sou teu convexo.

Sou olho da tempestade,

Tu és fênix do meu fogo;

No cassino da saudade,

Tu és a sorte, eu sou o jogo

Sou a paz na tua guerra,

Um vulcão em ebulição;

Tu és meu sol de primavera,

Eu sou o teu verão.

Nos dois nos completamos;

Iguais águas de oceano,

Na cadencia do amor

Somos dois em um só corpo,

Nesta chama do conforto,

De gemer sem sentir dor.

                                
 *J.L.BORGES


sábado, 24 de novembro de 2018

PÁSSARO DE CRISTAL


PÁSSARO DE CRISTAL

Pássaro de cristal,

Louro igual ao sol;

Vem brilhar pra mim,

Torne-se real.

Pois tudo é saudade,

Neste teu voar,

Tu és realidade,

Pássaro de cristal.

Nas tardes vazias,

Me perco a vadiar;

E neste lento sono,

Fico a imaginar;

O pássaro de cristal,

Louro igual ao sol,

Pousar mansamente,

Lá no meu quintal.

Queria ser o vento,

Só pra acariciar,

Tuas penas louras,

E te poder beijar;

Mas é tudo sonho,

Pássaro de cristal,

Só meu pensamento,

Pode te tocar,

Não aqui tão perto,

Só no meu quintal.

                          
*J.L.BORGES

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

PANDORGAS DA INFÂNCIA


PANDORGAS DA INFANCIA

Da janela transparente,

Vejo uma paisagem amarela;

É o sorriso desta gente,

Sem presente e sem futuro,

Pois o tempo está escuro,

Anunciando uma grande chuva.

Esta gente desgastada,

Já não tem anseios e sonhos,

A esperança cariada,

Faz parte de um tempo estranho;

Aquele tempo da infância,

Que não voltará jamais.

Do meu quarto distraído,

Me distraio em um faz nada,

É cansativa esta estrada,

Que eu não quero me andar,

Já cansei de arar a terra,

E de ser agricultor.

E assim carrego o domingo,

Mateando e prozeando sonhos;

Pois da janela desta casa,

Vejo pandorgas e balões,

Longe, bem longe do meu alcance,

Mas ao alcance dos gaviões.

                                 
*J.L.BORGES

DO ZERO AO INFINITO


ZERO AO INFINITO

A mocidade,

É um relâmpago;

Os teus olhos bonito,

São apenas pontos vagos,

Pairando no infinito.

Esta terra,

Inefável e colossal,

É apenas grão de areia,

No espaço sideral.

O sorriso deste povo,

Insatisfeito e descrente,

É igual a passageira,

E andante estrela cadente.

Mas a flor é o universo,

Não consigo descreve-la;

Da vontade de colher,

No céu milhões de estrelas.

                                     
 *J.L.BORGES

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

SONETO DE UM NOVO DESPERTAR


SONETO DE UM NOVO DESPERTAR

Eu sonhos eu vejo a lua esquecida,

Contemplando o meu castanho despertar;

Percebo esta lua esquecida,

E tenho a pressa imensa de acordar.

No céu eu vejo a lua mal dormida,

Contemplando o meu estranho despertar;

Percebo que a lua é minha amiga,

E tenho a pressa intensa de a fitar.

Meus olhos tocam o branco olhar da lua,

Dando-me certa angustia e acalanto;

Afogo-me dentro do meu denso canto,

E encanto-me ao ver a lenta imagem tua.

Teu vulto confunde-se com a lua,

Teus olhos com os olhos da estrelas;

Teu corpo é a presença doce e nua,

Que me dá vontade de aquecê-la.

Então olho para a lua e me esqueço,

Da tua presença minha querida;

Sentindo os raios da lua amanheço,

E pego mais um dia da minha vida.

                                  
*J.L.BORGES

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

TEU AMANHÃ,MEU AMANHÃ


TEU AMANHÃ, MEU AMANHÃ

Aproveita bem irmão o vigor da tua mocidade,

Esta luminosidade que é a tua juventude.

O amanhã, este incógnito futuro,

A tua porta baterá...baterá...baterá…

E com ele o escuro, este obscuro chicote,

A teu corpo ferirá sem piedade.

Suporte irmão suporte, aguente com paciencia,

Pois tudo passa tal qual as aguas do rio.

Teus caminhos antes exatos e sorridentes,

Com a chegada da noite torna-se sisudos,

E o peso da existencia teu corpo envolverá

Mas estando tu preparado, pouco sentirás.

*J.L.BORGES

NOSSOS SENTIDOS


NOSSOS SENTIDOS

Devemos olhar a vida,

Com os olhos do coração;

Cultivar a paz amiga,

Com alegria e emoção.

Devemos cantar a paz,

Com a voz que vem da razão;

Não renega-la jamais,

Planta-la no coração.

Devemos ouvir que precisa,

Com os ouvidos da alma;

A canção que suavisa,

Bela oração que acalma.

Devemos tocar a todos,

Com os dedos da paciencia;

Sentir no ar o novo,

Perfume da experiencia.

A vida é perfume e sabor,

A vida é sentir, tocar;

A vida é ver, ter amor,

A vida é cantar, sonhar…

*J.L.BORGES

Jorge Luis Borges Rodrigues

terça-feira, 20 de novembro de 2018

MARIA


MARIA

Os ventos de inverno,

Na pele macia;

A pele de lua,

Da minha Maria.

Um beijo de mel,

Canção boemia;

Sorriso tão lindo,

Na minha Maria.

Abraço apertado,

Na dança vadia;

Os pés flutuando,

Dançando Maria.

São passos de fada,

Minha fantasia;

Meu sonho mais lindo,

É a minha Maria.

Estrelas azuis,

Num céu de magia;

O brilho no rosto,

Da minha Maria.

Cabelos de trigo,

Em mil ventania;

Eu ouço nos ecos,

A voz de Maria.

Chamando por mim,

Nesta nostalgia;

Num rasgo de luz,

A luz de Maria.

Uma luz envolvente,

Que do infinito erradia;

A paz mais serena,

Eu amo Maria.
                                           
*J.L.BORGES

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

NO FUNDO DO OLHAR


NO FUNDO DO OLHAR

Todos caminham nesta estrada,

A procura de algo intocável;

A torre de babel está distante,

Bem alem da via-láctea encantada.

O novo mundo troca o pano musical,

E o palco confunde-se na cor;

Do sonho inigualável e inatingível,

Nesta potencia milenar e tão real.

Quem dera este sonho que traz,

Do infinito alguma coisa maior;

Quem dera este sonho trouxesse,

No olhar da estrela a nossa paz.

Uma paz completa e conhecida,

Aquela paz que o mundo procura e não encontra;

E só na cama de prego que o povo,

Dá valor as coisas simples desta vida.

Me dê tua mão, tua voz e o teu sorriso,

Quero espalhar mais luz neste caminho;

Tua alma é este facho escarlate,

De esperança que eu almejo e mais preciso.

                                              
*J.L.BORGES

ESPERANÇA

ESPERANÇA

A maldade do mundo me choca,

Mas tem coisas que eu procuro descobrir;

O canto do sabia tanto me toca,

A vontade de voar e conseguir.

A maldade do mundo é tão pesada,

Mas são leves os passos da criança;

Na sua densa e presente caminhada,

Galgando os degraus da esperança.

Muita incerteza brilha neste caminho,

Neste inicio de um novo começar;

A certeza de andar sem estar sozinho,

É o que me faz viver e esperar.

Eu espero então flores no verão,

Desta minha incógnita existência;

Vou levando a criança pela mão,

Ofertando no convívio a experiência.

A certeza de um mundo novo é o dom,

Onde a paz brilha sem cansar;

Vou vivendo a procura de algo bom,

A certeza de receber e de doar.

                                    
 * J.L.BORGES

domingo, 18 de novembro de 2018

YSABELI...

YSABELI

Nace una flor en la tierra
Que algunos llaman esperanza;
En la llama de la experiencia,
Sólo la llamada "niño".

Bienvenidos a Ysabeli
Sea la flor de nuestros días;
Ilumine nuestras vidas,
En la paz serena ... alegría.

Es la aurora del mundo,
Crepúsculo en el amanecer;
Rosa a florecer la existencia,
De este efímero vivir.

Margaritas y Hortencias,
Danza junto a los girasoles;
Cuando los besa flores ángeles,
Deposita a los guardaespaldas ...

* J.L.BORGES
Jorge Luis Borges
18/11/18

YSABELI

YSABELI

Nasce uma flor na terra
Que alguns chamam de esperança;
Eu na chama da experiencia,
Apenas a chamo “criança”.

Seja bem vinda Ysabeli
Seja a flor dos nossos dias;
Ilumine nossas vidas,
Na paz serena...alegria.

Seja a aurora do mundo,
Crepúsculo no amanhecer;
Rosa a florir a existencia,
Deste efêmero viver.

Margaridas e Hortencias,
Dançam junto aos girassois;
Onde os beija flores anjos,
Depositam guarda-sois…

*J.L.BORGES
Jorge Luis Borges
18/11/18

A FONTE DA JUVENTUDE

A FONTE DA JUVENTUDE

Você é a razão do meu sucesso,

A razão de ser feliz é ter você;

Caminhado lado a lado no caminho,

Minha estrada iluminada por você.

Sua presença me conforta e me anima,

Sua voz é uma musica para mim;

O seu beijo envolvente me enfeitiça,

Me transporta a uma outra dimensão.

Eu só amo você e isto basta,

Você é o meu pão de cada dia;

O meu café da manhã que revigora,

Me transporta a um mundo novo com você.

No infinito dos seus olhos eu viajo,

E no céu da sua boca eu levito;

Eu me perco no universo do seu corpo,

E me encontro na fonte da juventude.

Uma fonte milenar e inesgotável,

Onde a sede não procuro saciar;

Somente para voltar diariamente,

E me afogar neste mundo que é tão nosso.
                                           
*J.L.BORGES

sábado, 17 de novembro de 2018

A CASA DAS DUAS LUAS

A CASA DAS DUAS LUAS

Cabelos negros na brisa agreste,

Acariciando teu lindo rosto;

Olhos negros, o meu farol,

São duas luas do meu agosto.

Lábios vermelhos que nunca chamam,

Meus tristes lábios pra te beijar;

Me perco olhando o teu sorriso,

Tuas duas luas a me queimar.

Corpo de fada que me provoca,

Olhar de noite que me ilumina;

Mãos pequeninas que não me tocam,

Linda princesa que me fascina.

São duas luas o teu olhar,

Andante e quieto na nostalgia;

Somente tu me conforta, amor,

E me aquece na casa fria.
                                
 *J.L.BORGES

AURORA


AURORA

Eu vi uma menina correndo,

Um louco sonhando canções;

Eu vi uma fonte vertendo,

Na sede de alguns corações.

Eu vi uma estrela brilhando,

Bem antes da aurora chegar;

Eu vi uma lua rasgando,

Reflexos oriundos do mar.

Eu vi o inverno sair,

Na noite escura de outubro;

Eu vi um sorriso ferir,

Aquele olhar meigo e rubro.

Na longa estrada corri,

Tentando alcançar a menina;

Da longa estrada sai,

Fiquei perdido na esquina.

Na fonte bebi aguardente,

Esperando talvez a aurora;

Promessas de um beijo quente,

Que queima meu peito agora.

Eu vi a aurora chegar,

Sozinho esperei aqui;

Agora estou a sonhar,

Com os beijos que ganhei de ti.
                                        
*J.L.BORGES

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Qué Bueno Era

QUÉ BUENO ERA

En mi infancia lo que era divertido,
Noches de lluvia, cielo estrellado;
El tiempo de viento tan raro,
La luna nueva en el infinito.

En mi infancia sabía no,
Si era invierno o era verano;
De noche fría, por la mañana helada,
El sol ardiente quemando la carretera.

Al final de la curva los bambúes,
Búho y sapo, mis animales;
Juego de escupida, piedras en el río,
Caballo y gato, gata en el celo.

En aquel tiempo la primavera,
Hacía flores por toda la tierra;
Y en el otoño tenía la mariquita,
Cuentos de hada, la carochinha.

Tenía una iglesia llena de luz,
Lleno de santo, fantasma y cruz;
Y mi escuela del bê la bá,
Quanta nostalgia que me da.

Mi infancia no vuelve más,
Se partió volando, me quedé atrás;
Sólo quedaba vientos de primavera,
Aquel tiempo, que bueno que era.
                                        
* J.L.BORGES

QUE BOM QUE ERA


QUÊ BOM QUE ERA

Na minha infância oquê era engraçado,

Noites de chuva, céu estrelado;

Tempo de vento tão esquisito,

A lua nova no infinito.

Na minha infância sabia não,

Se era inverno ou era verão;

De noite frio, de manhã geada,

O sol ardente queimando a estrada.

No fim da curva os bambuzais,

Coruja e sapo, meus animais;

Jogo de cuspe, pedras no rio,

Cavalo e gato, gata no cio.

Naquele tempo a primavera,

Fazia flores por toda a terra;

E no outono tinha a joaninha,

Contos de fada, a carochinha.

Tinha uma igreja cheia de luz,

Cheio de santo, fantasma e cruz;

E a minha escola do bê a bá,

Quanta saudade que ela me dá.

A minha infância não volta mais,

Partiu voando, fiquei pra trás;

Só restou ventos de primavera,

Aquele tempo, que bom que era.

                                       
*J.L.BORGES

MULHER QUE PASSA NA VENTANIA

MULHER QUE PASSA NA VENTANIA

Mulher que passa na ventania,

Deixando algo solto ao vento;

Algum carinho, algum momento,

Ou a fragrância da nostalgia.

Leva consigo o que deseja,

Deixa o vento da solidão;

Leva consigo a ilusão,

Deixa a tristeza.

Mulher que passa na ventania,

Deixando atrás a sua imagem;

Que se confunde com a paisagem,

Verde metal de uma espera fria.

Leva o horizonte preso no olhar,

De alguém tão triste;

Alguém sozinho que não resiste

Fica a sonhar...
                              
 *J.L.BORGES

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

MELANCHOLIE

"MELANCHOLIE"

Melancholie des Augusts,

Bei jedem Lachen ein Gesicht,

In jedes Gesicht einen Blick.

Melancholie ist das Heimweh,

Was bringt diese Angst?

Ich will weinen

Melancholie der untergehenden Sonne,

An einem August

Zu unserem Herzen

Melancholie ist eine Glut,

Wer kommt und wer fegt

Wie eine Sonne, die brennt.

Das bittere Teufelchen bringen

Gefärbtes Papier

An einem Sonntagnachmittag.

Im Flug der Saudade

Auf der Suche nach dem Willen

Melancholie entsteht.

Eine im Wind wandernde Blume,

In einem Schrei des Bedauerns

Von zärtlicher Freude.

* J.L.BORGES

O CÉU VERMELHO DA AMÉRICA DO SUL.


O CÉU VERMELHO DA AMÉRICA DO SUL

Em todos os luares,

Desta América do Sul e luz;

Sou o vento beijando a cruz,

Perfume de alguns lugares.

No delírio da mocidade,

Desta América do Sul e cor,

Sou o fio da luz incolor,

No canto da eternidade.

Sou a voz cortante e estranha,

No trovejar de um canhão louco;

Sou o bum-bum de um tambor rouco,

Retumbando entra as montanhas.

Por todos os caminhos mal traçados,

Desta América do Sul infantil;

Sou os raios de um sol febril,

Testemunha seu passado.

Sou o céu beijando o seu,

Sorriso de mil estrelas;

Vontade de não contê-la,

Dentro deste peito ateu.

Em todos os presentes,

Desta América do Sul saudade;

Sou a escassa liberdade,

No olhar desta minha gente.

                                     
*J.L.BORGES


EXPLICAÇÃO


EXPLICAÇÃO

Eu nunca te darei explicação,

Minhas verdades falam em nome deste amor;

Pra quê mentir e se afogar na ilusão?

A solidão surge sem ter cheiro e cor.

Não posso mais ficar assim a sua espera,

Sentindo o frio deste inverno me aquecer;

Não quero mais sonhar com escassas primaveras,

Desejando um sol ardente a derreter.

Por quê você me mente nesta explicação?

Fingindo beijos e afagos que eu nem sei;

Suas mentiras entram em mim sem ter razão,

Nesta ilusão ensaias beijos que eu não dei.

Eu vou sair, me afastar das suas mentiras,

Fechar meus ouvidos pra não ouvir sua explicação;

Sorver um vinho que transforma esta ira,

Num vento brando de completa inspiração.
                                                        
*J.L.BORGES

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

FUGA NO SÉCULO XXII

FUGA NO SECULO XXII

Um jovem triste,

Na rua deserta;

Caminha trazendo,

Um futuro hesitante.

Trazendo na face,

Um falso sorriso;

Trazendo nos olhos,

Um falso brilhante.

Lá vem este jovem,

E não sabe o que quer;

Sem passado e sem gloria,

Vem chegando circundo.

Suas aspirações perderam-se,

Em um tempo distante;

Quando a vida era bela,

E o mundo era mundo.

Vem em lentas passadas,

Este jovem menino;

Deixando suas pegadas,

Rubras na calçada.

Trazendo na face,

Os louros do destino;

Esquecidos na historia,

Desta longa jornada.

                                 
*J.L.BORGES

UM LUGAR CHAMADO ILUSÃO

UM LUGAR CHAMADO ILUSÃO

Um rasgo de lua,

Exita em sair;

Do meu pensamento,

Que está tão sozinho.

Te espero no céu,

Bem junto as estrelas;

No meu coração,

Sedento de amor..

Mas você não vem,

E eu teimo em esperar;

E a noite aparece,

Trazendo sua voz.

Que ouço calado,

Alem da cidade;

Num canto qualquer,

Chamado saudade.

Eu vejo outra vez,

Tua imagem sorrindo;

Pedindo meus beijos,

Depois nada mais.
                       
*J.L.BORGES

terça-feira, 13 de novembro de 2018

HUMANIDADE


HUMANIDADE

A flor apareceu sob a geada,

Escassa de uma moderna primavera;

Nos gelados ventos alguém espera,

Uma pessoa que caminha embriagada.

Uma canção ecoa derepente,

Entre os paredões das montanhas;

Na garganta da pessoa estranha,

Existe um sino sonoro e ardente.

Tantos monstros povoam as cidades,

Perdidas no vale do passado;

Em galope segue a humanidade,

Segue em frente a um lugar ignorado.

A manhã continua devagar,

Dizendo que voltará um dia;

Noutro dia prateado irá chegar,

Trazendo sua nevoa nostalgia.

As janelas se fecham e se abrem,

No balanço musical que vem do vento;

Deixando no ranger alguns momentos,

Algumas gotas de orvalho que não seguem.

                                     
*J.L.BORGES

DESABAFO

Esta é uma postagem que fiz agora no face sobre os valores exagerados que magnatas corrompidos dão a tantas coisas efemeras"Isso não me surpreende pois e o capitalismo selvagem ou alguem tem duvida disso.eu ainda acredito no social, e vejam bem, socialismo não é comunismo e muito menos facismo.só que politicos gananciosos deturpam tudo, é por isso que o mundo está assim, tolos detentores do poder monetário chegam a comprar um quadro picoteado por milhares de euros, um singelo pintor de rua não consegue vender sua obra por alguns pilas, ou um proprio poeta não tira dos seus versos nem dinheiro para a passagem.isso não é só no Brasil este cancer esta espalhado pelos quatro cantos da terra, poder e ter, poder é obter, mas eu ainda tenho algo comigo que é a minha riquezaé a integridade e pessoas que interagem poeticamente comigo, dinheiro algun vale estas minhas duas riquezas."
Desculpem-me mas tantas coisas que me revoltam, e nada posso fazer, então escrevo meus versos.

CRISTO

CRISTO

Cristo,

Perdoai as pequeninas

Mulheres que se dizem Madalenas,

E que choram aos pés da tua cruz.

Cristo,

Perdoai as justas infelizes;

Que se julgam e se dizem meretrizes,

Se escondendo em busca de tua luz.

Cristo,

Perdoai o falso Judas que te beija;

E que nos sonhos irreais tanto deseja,

Te beijar e te falar mais uma vez.

Cristo,

Perdoai o Pedro que mentiu;

Que chorou e depois sorriu,

Pois na tua luz novamente se refez.

Cristo,

Perdoai-me pois estou aqui,

Numa espera que nunca senti,

Com o coração sangrando de esperança.

Cristo,

Perdoai esta jovem humanidade;

Que caminha sem tempo e nem idade,

Na sombra ilusória igual criança.

                                         
*J.L.BORGES

ESPERANÇA


ESPERANÇA

Tudo esta quieto neste momento,

Até o beija flor não beija mais a flor;

E por falar em flor onde esta o amor,

Que estava projetado em meu pensamento.

O amor deu um tempo e foi pra casa dormir,

Talvez vá voltar na noite que vem;

Trazendo sua luz envolvente a luzir,

Uma luz de promessas que vem de alguém.

Esta luz é você a mulher que eu preciso,

A mulher que eu insisto e tanto procuro;

Para ser meu presente e também meu futuro,

Para ser meu inferno e o meu paraíso.

Eu escrevo nos muros muitas frases de amor,

Com seu nome decorado em muitas mensagens;

Mas seu nome se apaga e se torna miragem,

Uma mancha estática, esquálida e sem cor.

Imagino você batendo em minha porta,

Mas é apenas um sonho, pois sei que não vens;

Eu me enganei esta certo, mas isto não importa,

Nunca deixaras de ser o meu bem.

                                        
*J.L.BORGES





segunda-feira, 12 de novembro de 2018

A FALTA QUE VOCÊ ME FAZ

A FALTA QUE VOCÊ ME FAZ

Seu sorriso feminino,

Muitas vezes se expandiu,

Dentro do meu lento riso;

O seu jeito de menina,

Feito flor, feito perfume,

Muitas vezes aqui floriu.

Seu olhar jovem de estrelas,

Muitas vezes iluminou,

Meu olhar louco pra tê-la;

Que nunca mais te tocou,

Pois seu olhar anda longe,

Carregado de estrelas.

Sua voz rouca de ciúmes,

Muitas vezes me embalou,

Numa musica nupcial;

A sua língua de perfume,

Muitas vezes me banhou,

Como fonte de cristal.

O seu riso, o seu olhar,

Sua voz, tudo se foi,

O seu jeito de menina,

O seu beijo nunca mais;

Só agora eu percebi,

A falta que você me faz.

                       
*J.L.BORGES

TÃO LONGE


TÃO LONGE

Longe...Tão longe,

Alem das nuvens e montes

Eu vejo tuas lagrimas

Molhadas como esta chuva

Que teima cair em meu peito.

Vejo teu sorriso mais alem

Desta estrada que serpenteia

Na profundidade do ser,

Do querer e fazer bem.

Parece que vejo teus cabelos

Nos verdejantes bosques ali em frente.

Me miro no espelho deste lago

Que parece ser teus olhos feiticeiros

Prontos a me afogar.

Longe...tão longe

Eu ouço tua voz suave

Na garganta de algum pássaro livre

Gorjeando canções que nunca ouvi.

Sorvo este ar tão puro

Igual tua boca sensual

Sedenta para me beijar.

Como esta saudade dói!

E roí meu coração milenar

Feito um pica-pau amarelo.

As luzes longínquas de uma saudade

Filmam em meu pensamento tua imagem

Que está tão longe...
                                            
*J.L.BORGES

domingo, 11 de novembro de 2018

COTIDIANO

COTIDIANO

Vem a brisa abrindo,

Os caminhos do vento;

Entre a chuva e o sol,

Do planeta momento.

E o tempo prossegue,

Gravando aqui melodias;

Fundo lento e real,

De alguma euforia.

Vem a luz das estrelas,

Iluminar o infinito;

Desejo da alma,

No sorriso bonito.

E a vida escoa,

Como gotas de água;

Nos caminhos do tempo,

Sem tristezas e sem magoas.

Na penumbra da alma,

Passo a passo na estrada;

Segue lento o cotidiano,

Desta vida lavada.

                               
 *J.L.BORGES

sábado, 10 de novembro de 2018

INOCENCIA


INOCÊNCIA

Teu riso tolo e assustado,

Faz lembrar as risonhas madrugadas;

No frescor majestoso e maculado,

Dos amores escondidos nas calçadas.

Tua voa me lembra sinos,

Badalando no final de uma tarde;

O timbre de tua voz me lembra hinos,

Amor suave que abrasa e arde.

A silhueta do teu corpo uma pintura,

Sugerindo muitas artes atrevidas;

Tuas curvas a insinuar tanta procura,

Uma loucura imaculada e colorida.

Na inocência teu corpo me incendeia,

Como uma estrela esquia a se partir;

A chama do teu olhar uma candeia,

Réstias de luz a me seguir.

No teu riso e teu olhar me descobri,

E descobri toda a minha inexperiência;

No teu corpo matinal eu me perdi,

Mas me achei nesta tua inocência.

                                         
*J.L.BORGES


sexta-feira, 9 de novembro de 2018

LUGAR COMUM


LUGAR COMUM

Enquanto eu visto roupas caras,

Meu irmão senti frio;

Enquanto minha mesa é farta,

Meu irmão não tem o que comer.

Enquanto bato papo fúteis com meus amigos,

Tomando licores e ouvindo musicas;

Meus irmão está nos cárceres e asilos,

Curtindo a solidão e a sede de diálogos.

Enquanto eu cinicamente conquisto,

E compro as mulheres sexualmente;

Meu irmão chora de vergonha,

Por estar no caminho da prostituição.

Enquanto eu procuro a felicidade,

No dinheiro e no sucesso;

O pobre que eu desprezei esta vivendo na fé,

Na humildade e nos atos bons.

Mestre! Eu não sou feliz,

Sinto uma tremenda vontade;

De sair deste pedestal de egoísmo,

E me despir destes falsos valores.

Mestre! Eu quero estar com meu irmão,

Quero lado a lado caminhar;

E seguir com meu irmão de mãos dadas,

Rumo a nosso lugar comum.

                                      
  *J.L.BORGES



QUANDO A FELICIDADE CHEGA


QUANDO A FELICIDADE CHEGA

A vida é curta minha querida,

Porisso curta ela comigo;

Venha caminhar a meu lado nesta vida,

Venha acender este desejo que é um perigo.

Eu tenho garra meu amor, e te espero,

Pois eu preciso de teus beijos, teu olhar;

A felicidade irá chegar pois eu te quero,

Com esta ansiedade e vontade de te amar.

A felicidade irá chegar, eu sei meu bem,

Irá bater e de mansinho irá entrar;

Tu és meu sonho, a esperança que já vem,

Igual uma chama no meu mundo a iluminar.

Eu te amo e sei que tu me amas,

Tu mesmo já me disse amor;

Tu és minha inspiração, tu és a chama,

Que me ilumina, me dá alento e calor.

Não esperemos a chegada do futuro,

Pois o presente é o que basta para nós;

É só teus beijos que eu procuro,

A sonoridade imaculada da tua voz.

                                        
  *J.L.BORGES

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

ROSA ATÔMICA


ROSA ATÔMICA

A vida não era tão ruim,

Pois ainda existia flores,

Com perfumes e com colores,

Mas eu não posso sentir o perfume,

Então sinto as belas cores,

Das flores que não perfumam.

Plantei um dia a semente,

De uma rosa artificial,

No fundo do meu quintal,

Lixo atômico nuclear.

Sem ninguém no mundo sigo,

Com saudades do sorriso,

Da criança sem camisa,

Que um dia aqui correu.

Sem ninguém no mundo sigo,

Com saudades da mulher,

Que um dia me beijou.

A onde esta o perfume

Daquela rosa incolor,

Que eu plantei no meu quintal?

                *J.L.BORGES

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

CREPÚSCULO

CREPÚSCULO

Lentamente vi o sol se pôr,

No universo estrelado de teu corpo;

A primavera entrou pela janela,

Entreaberta no fundo de seus lábios.

Me deu uma vontade de te amar um pouco,

Sem compromisso e sem hora para chegar;

Me deu vontade de pegar a sua mão,

E correr sem saudade por ai.

Mansamente vi o sol se pôr,

Nas bruscas ondas de meu coração;

O meu sentido afogou-se no seu sentido,

E os meus sonhos povoaram-se de você.

Vi mil sorrisos florescendo em seus lábios,

Como pétalas brilhantes de cristais;

A sua voz parecia uma canção,

Regida por duendes ao luar.

Suavemente vi o sol se pôr,

No mistério profundo do seu ser;

A primavera entrou sem avisar,

Na minha alma que sonhava com você.

Acordei e vi seu corpo nu e macio,

Aconchegado sem receio junto ao meu;

E com a certeza desta nova realidade,

Vi o sol se pôr no crepúsculo dos seus olhos.
                                           
 *J.L.BORGES
Camaquã 1985

                         


terça-feira, 6 de novembro de 2018

SEM RUMO


SEM RUMO

Lento e sem estética,

Eu sigo meu caminho;

Brusco caminho sem ética,

Sem abrigo anti nuclear.

As profundezas do inferno,

Se abriram para passar;

A pálida rosa do inverno,

Sem futuro.

O infantil monstro cibernético,

Engole no escuro;

Vultos assustados e patéticos,

Que fogem desesperados

Todos os caminhos levam a um só,

A um rumo ignorado;

Corpos rastejam no pó,

Povo triste e assustado.

Povo que olha o sol nascer,

Na ânsia de um bom dia;

Canhões retumbam no amanhecer,

Sufocando a alegria.

E eu sigo lentamente,

Pensando em dormir, mas não durmo;

O meu sonho é presente,

Não sonho e sigo sem rumo.

                                       
 *J.L.BORGES

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

MULHER LUA


MULHER LUA

A lua,

Solitária meretriz;

Seduzida, ultrajada,

Conquistada e infeliz.

A lua pendurada,

No imenso bordel;

Com estrelas bailarinas,

Dançando no céu.

Pobre lua!

Virgem pura de outrora;

Hoje lua maculada,

Mulher lua de agora.

Mulher tola, desnorteada,

Contemplando lá do palco;

A tímida luz da esquina,

No verão cheirando a talco.

Jovem deusa sem juízo,

Seduzida pelo sol;

Longe do canto sereno,

Do pequeno rouxinol.

                             
 *J.L.BORGES
Camaquã 1984

domingo, 4 de novembro de 2018

PINTURA ABSTRATA


PINTURA ABSTRATA

Na mente estampada,

Dou cores a alegria

Pintura drogada,

De azul melodia.

Com misturas de magoas,

Eu vou pincelar;

Olhar rasos dágua,

Sem o teu olhar.

Retrato a tristeza,

E sonhos apagados;

Pintado a certeza

De não tê-la a meu lado.

Sem tê-la em meus braços,

Eu pinto a vontade;

Que aos poucos desfaço,

Estampo a saudade.

Minha vida magoada,

Retrato sem cor;

Na tela borrada,

Do teu falso amor.

                                   
*J.L.BORGES
Jorge Luis Borges Rodrigues

O FLAUTISTA


“O FLAUTISTA”

… E os anjos entoam a mais bela das canções,
Tendo como platéia os seres do astral;
Ao som da flauta etérea, o pulsar dos corações,
Onde a paz e o amor é o tema musical.

… E o hino celestial nos fala de emoções,
Ao som da etérea flauta, os anjos hedonistas…
Oh! Musa tão bonita, que encanta os corações,
Na graça celestial, onde Deus é o flautista.

… E derepente acordo, foi tudo apenas sonho,
Porem ainda ouço, um som doce e encantado;
Sinto uma alegria imensa em meu Eu risonho,
Será que foi um sonho? A flauta está ao lado.

*J.L.BORGES
Jorge Luis Borges Rodrigues

sábado, 3 de novembro de 2018

MEU DESEJO

MEU PEQUENO
(Mar e sol)

Quero um dia

Te encontrar

Junto ao mar

De Ipanema.

Com o sol

A te iluminar;

Beijar tua boca

Pequena,

Teu macios seios

Afagar.

Beijar teu corpo,

Morena,

Nas tuas curva

Me afogar,

Na tua boca,

Pequena.

                     
*J.L.BORGES

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

VERDAD

VERDAD

La tierra es redonda,
Pero de ella nada cae;
Todo en ella permanece,
Igual sombra que no sale.

En el espacio infinito,
Del gran universo;
Todo es misterioso como el átomo,
Esterno como su cara bonita.

Mi vida es corta,
Y cuando termine;
Me olvidaré la luz del sol,
Pero nunca la luz de su mirada.

Mi amor por tu,
Continuará en mí;
Como una gota de agua,
Que parece nunca tener fin.

O quizá mi amor,
Se extiende por el universo con calma;
Tomando la canción de su voz,
Bálsamo de mi alma.
                                        
* J.L.BORGES

A SOLIDÃO SE FANTASIA DE DOMINGO


A SOLIDÃO SE FANTASIA DE DOMINGO

O domingo chegou,

Como quem não quer nada,

Abriu esta porta,

Que está sempre fechada,

E entrou em meu coração,

De mansinho...

O domingo chegou,

Fazendo-me sentir saudade,

Dos domingos de outrora,

E aqui inerte estou,

Com vontade de voar,

E pegar o sol com a mão...

O domingo chegou,

Trazendo consigo uma grande ansiedade,

Trazendo uma rosa que nunca floriu,

Esta flor faz eu lembrar esta porta;

Faz lembrar de um amor que chegou,

E partiu no domingo.

                                
*J.L.BORGES

VERDADE


VERDADE

A terra é redonda,
Mas dela nada cai;
Tudo nela permanece,
Igual sombra que não sai.

No espaço infinito,
Do grande universo;
Tudo é misterioso como o átomo,
Esterno como seu rosto bonito.

A minha vida é curtam
E quando terminar;
Esquecerei a luz do sol,
Mas nunca a luz do seu olhar.

Meu amor por você,
Continuará em mim;
Como uma gota dágua,
Que parece nunca ter fim.

Ou talvez meu amor,
Se espalhe pelo universo com calma;
Levando a canção da sua voz,
Bálsamo da minha alma.

*J.L.BORGES









OQUÊ É PRECISO PARA SER FELIZ?


OQUÊ É PRECISO PARA SER FELIZ?

Oquê é preciso para ser feliz?

Para ser feliz é preciso ser bom,

Oquê é preciso para ser a luz?

Oquê é preciso para ter o dom,

De ser amor igual a Jesus?

É preciso sorrir como Jesus sorriu,

Sonhar como Jesus sonhou,

Sentir a dor como Jesus sentiu;

Perdoar como Jesus perdoou,

Saber amar como Jesus amou.

É preciso compreender como Jesus compreendeu,

Saber cativar como Jesus cativou;

Saber sofrer como Jesus sofreu,

Tombar como Jesus tombou,

E levantar-se dizendo, aqui estou.

Oquê é preciso para ser feliz?

Para ser feliz é preciso,

Não morrer como Jesus morreu,

Mas viver como Jesus viveu,

E encontrar numa criança o paraíso.

                                       
*J.L.BORGES

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

A VIDA


A VIDA

A vida não passa de um sonho,

De um eterno dormir sem acordar;

São bolhas de sabão (dias risonhos)

Que estouraram e jamais irão voltar.

A vida é uma nuvem passageira,

Flutuando num céu tórrido de verão;

É uma andorinha que voa ligeira,

Em uma tarde sem fim de solidão.

A vida são folhas secas navegando,

Flutuando sobre as águas da saudade;

É uma canção que alguém passa entoando,

Numa rua escura que chamamos eternidade.

A vida é uma lâmpada que se apaga,

No final de uma quieta madrugada;

É o orvalho, o sereno, a geada,

É uma tênue luz a iluminar a longa estrada.

A vida é uma torneira que pinga teimosa,

Na eterna noite sem dormir;

A vida traz insônia (é dengosa)

A vida é um punhal sempre a ferir.

                                                 
*J.L.BORGES