sábado, 30 de setembro de 2017

VOCÊ

VOCÊ

Você é muito louca,
Para mim não vales nada;
Deixes de dormir de touca;
Você pra mim é vida passada.

Sei bem agora que você pra mim,
Não é nada, não é mais ninguém;
Nosso amor chegou ao fim,
Você já não é mais o meu bem.

Eu não sabia,
Que você me enganava;
E você noite e dia,
Me fazia de bobo, me arrasava.

Agora você quer chorar,
Para eu voltar pede por favor;
Não, não adianta você suplicar,
Você perdeu o meu amor.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

VIDA VAZIA

VIDA VAZIA

Minha casa é de morro,
Só quem vem em meu socorro;
É a maldita saudade.

Aqui vivo sonhando,
Vivo me torturando;
Só pensando em você.

Vivo triste e sozinho,
Sem amor, sem carinho;
Já nem sei mais quem sou.

Minha vida é vazia,
É tão pouca a alegria;
Eu nem vejo o luar.

Estes sonhos são tristes,
A tristeza ainda existe,
Nesta vida vazia.

*J.L.BORGES
Porto Alegre.1977

VIDA SEM SENTIDO

VIDA SEM SENTIDO

Meus dias são tão vazios,
O sol já não tem mais cor;
Meu olhar é sombrio,
No meu peito só tem dor.

Minhas noites são escuras,
Sinto falta do luar;
Já não sei como viver,
Não sei como mais sonhar.

Vivo meus dias com melancolia,
Minhas noites escuras são;
Tudo isto é porque estou,
Nesta cruel solidão.

Solidão que está ferindo,
Matando meu pobre ser;
Pois sem você, minha vida,
Sentido nunca vai ter.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

UM DIA SEM AMOR

UM DIA SEM TEU AMOR

Num triste dia cinzento,
Eu estava a caminhar na rua;
Meu companheiro era o vento,
Pois não tinha a companhia tua.

Cheguei a beira do rio,
Afogado de solidão;
O ar era pesado e frio,
Mas mais frio era meu coração.

Naquele momento de solidão,
A tristeza me sufocava;
Meu coração batia sem precisão,
Pois não tinha teus olhos que tanto adorava.

Meu pensamento e coração,
Estavam em outro lugar;
Onde sem compaixão,
Foi, me deixando a chora

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

TUDO ERRADO

TUDO ERRADO

Está tudo errado,
Que vida sofrida;
Errado estou eu,
Também esta vida.

Está tudo errado,
Por quê, mas por quê?
Não sei por quê persiste,
Este triste sofrer.

Coração tão tristonho,
Tão só a chorar;
Está tudo errado,
E persisto a errar.

Errei ao te deixar,
E agora sem você;
Estou a chorar,
Tão só a sofrer.

J.L.BORGES.
Gravatai.1977

TRISTE POR VOCÊ

TRISTE POR VOCÊ

Hoje estou tão triste,
Estou triste por você;
A tristeza em mim existe,
Não quero te ver sofrer.

Hoje amor estou tão triste,
Mas o que fiz foi sem querer;
Esta dor em mim persiste,
Pois eu fiz você sofrer.

A vida é sempre assim,
Mas eu sei que não sou culpado;
Amor, eu estou no fim,
Por você apaixonado.

Meu bem, eu te quero tanto,
Vem pra mim minha adorada;
Sem você minha vida é um pranto,
Es a luz da minha estrada.

Estou tão arrependido,
Pois eu fiz você sofrer;
Quero ser teu amor e amigo,
Estou triste por você.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

TENHO CIUMES

TEUS CIUMES

Hoje estou tão triste,
Minha alegria está no fim;
A culpa é toda sua,
Sempre com ciúmes de mim.

Teus ciúmes, coisa cruel,
Por que tu es assim?
Se me amas de verdade,
Por que tens ciúmes de mim?

Meu amor, sou tão sincero,
Mas por que não me acreditas?
Teus ciúmes fazem sofrer,
O coração que por ti palpita.

Pouco a pouco vai morrendo,
Este amor tão verdadeiro;
A culpa é dos teus ciúmes,
Que me arrasam por inteiro.

E se tu com teus ciúmes,
Continuares sempre assim;
Com certeza me perderás,
Pois meu peito está no fim.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

TENHO

TENHO

Nesta minha triste vida,
Tenho só desilusão;
Que vida sofrida!
Sofre até meu coração.

Tenho só desenganos,
Como também decepção;
Meus olhos são oceanos,
Chorando na solidão.

Vida cruel e triste,
Pois só tenho sonhos e dor;
Amargura em meu peito existe,
Pois não tenho o teu amor.

Mas nada disso vai me arrasar,
Eu tenho que reagir;
Eu vou voltar a amar,
Tenho que voltar a sorrir.

  *J.L.BORGES
Camaquã.1977

TANTO TEMPO

TANTO TEMPO

Tanto tempo aqui perdido,
Esquecido, nem é bom lembrar;
Tanto tempo sozinho,
Sem ganhar um carinho,
Eu vivia a chorar.

Tanto tempo chorei,
Quanto tempo eu fiquei,
Só pensando em você;
Amando sem ser amado,
Vivendo assim isolado,
Só por culpa de você.

Agora eu percebi,
Que o amor não mais existe,
Sozinho estou aqui,
E agora, longe de ti,
Vivendo fechado e triste.

    *J.L.BORGES
Camaquã.1977

SONHOS E TRISTEZA

SONHOS E TRISTEZAS

Hoje eu tive um sonho,
Eu sonhei com você;
Acordei e fiquei triste,
Pois não pude te ver.

É tão fácil a resposta,
Que já vou responder;
A tristeza existe,
Por você não me querer.

Neste sonho que tive,
Eu tinha teu amor;
Me acordei abalado,
Transtornado e com dor.

E a tristeza voltou,
No meu peito a morar;
Eu não quero dormir,
Nem voltar a sonhar.

A tristeza agora existe,
No meu peito ela mora;
O que digo é triste,
Na minha alma que chora.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

SONHOS E SOLIDÃO

SONHOS E SOLIDÃO

Eu estou aqui sozinho,
Tristemente a sonhar;
Com alguém que num caminho,
Me deixou a sonhar.

Eu estou aqui só,
Vivendo a vida sonhando;
Na minha garganta há um nó,
Eu estou até chorando.

Neste sonho turbulento e inimigo,
Sonho mau, sonho ruim;
Meu coração corroído,
Pouco a pouco está no fim.

Estou aqui perdido,
Morrendo meu coração;
O meu peito está ferido,
Tenho sonhos de solidão.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

SONHOS DE SOLIDÃO

SONHOS DE SOLIDÃO

É sempre confuso os meus sonhos,
Que eu sempre estou a sonhar;
E quando tenho estes sonhos,
Em vão eu tento acordar.

Quando acordo, pelas ruas,
Estou tão triste a andar
Todos passam indiferentes,
Sem ao menos me olhar.

As vezes fujo do mundo,
Sonho com uma vida melhor;
Mas quando me dou por mim,
Meu mundo fica pior.

Sonhando eu vejo a luz,
Que dentro de mim existe;
Mas quando volto a realidade,
Meu mundo se torna triste.

Sempre ando sozinho,
Tenho pouca inspiração;
Minha luz tornou-se rara,
Nos meus sonhos de solidão.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

SONHO

SONHO

Você ficou,
Meio sem jeito e encabulada;
Eu fiquei sem esperar por nada,
Sem esperar por nada, chorei.

Agora estou,
Aqui pensando por que te perdi;
Meu coração está tão ferido,
Pois sem ter coragem a ele feri.

Se dissipou,
Isto tudo foi um triste sonho;
Eu agora estou aqui tristonho,
Dissipo o sonho que o coração sonhou.

Agora eu vou,
Pela estrada, perdido e sozinho;
A caminhar neste irreal caminho,
Mais um sonho o coração criou.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

SOLIDÃO

SOLIDÃO

Solidão é a saudade de alguém querido,
É viver sem alegria
Num pedaço de mundo perdido,
Ao longo de um longo dia.

Solidão é uma alma doente,
É um coração sofrendo;
É uma vontade querendo,
É uma ansiedade na mente.

Solidão é amar sem ser amado,
É a paixão sem reciprocidade
É a magoa de uma grande dor,
É a carência da felicidade.

Solidão são as tristes horas vazias,
É o silencio em forma de pensamento;
É a saudade e a dor num só momento,
Vontade que vem tardia.

Solidão é o horizonte obscuro,
É viver o passado recente
É planificar o futuro,
Sem saber viver o presente.

Solidão é ter pouca esperança,
É lamentar a falta de sorte;
É pensar que não é forte,
Vivendo só de lembrança.

Solidão é uma alegria sem potencia,
É a falta de um amigo presente;
É não saber de sua própria existência,
É o que sinto na mente.

 J.L.BORGES
CAMAQUÃ.1977







PRECE DE UMA MÃE MAGOADA

PRECE DE UMA MÃE MAGOADA

Sejas feliz, peço a Deus,
Que floresça os dias teus;
Assim tudo há de ser,
Pois sei que Deus irá ver.

Palavra de coração,
Somente por piedade,
Que quando a felicidade,
Te trouxer horas felizes;
Lembra-te dos infelizes,
Que morreram por paixão.

Meu coração está oprimido,
E eu não me importo morrer,
Deixarei pois de sofrer,
As dores que impõem o fado;
De sempre ser desamada,
Por quem tenho um forte amor,
Sei pois que amo uns entes,
Mas que nem meu choro sentem.

*J.L.BORGES & A.F.B
Camaquã.1977

POEMA AO FALSO AMOR

POEMA AO FALSO AMOR

Você me enganou,
Mentiu para mim;
Você disse e jurou,
Que me amava tanto.

Você para mim,
Era tudo na vida;
Amava você,
Amava teu olhar.

Agora percebo,
Quanto fostes fingida;
Você para mim,
Era o sol, era a lua.

Você foi ingrata,
Não merece minhas lagrimas;
Um dia eu sei,
Você há de chorar.

Agora sei com certeza,
Isso eu te afirmo;
Com alegria e sem dor,
Eu te esquecerei.

  *J.L.BORGES
Camaquã.1977


PERFÍDIA

PERFIDIA

Perfidia...Mulher caprichosa,
Mulher vaidosa,
Fatal e cruel.

Perfídia...Mulher fingida,
Mulher inimiga,
Teus lábios são fel.

Perfídia...mulher sem amor,
Tu só me deu dor,
Só fez eu chorar.

Eu somente agora,
Percebi nesta hora,
Vou te deixar.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

PERCEBO

PERCEBO

A minha vida esta,
Sem alegria, sem amor;
E nestes longos dias,
É grande e forte a minha dor.

Percebo que tudo é triste,
Estando longe de você;
Percebo que nada existe,
Porque não tenho você.

E aqui estou tão distante,
Tão longe de você querida;
Percebo que o meu viver,
É só você, minha vida.

Agora eu estou chorando,
Nesta amarga solidão;
Percebo que a você pertence,
Meu viver, meu coração.

  *J.L.BORGES
Porto Alegre.1977



PARA ONDE?

PARA ONDE?

Para onde eu vou,
Com tanto temor?
O meu peito já chorou,
Pois perdi o teu amor.

Para onde irei?
Nada mais vou procurar
Pois eu sei que sofrerei,
Se voltar a te encontrar.

Vou partir, mas para onde,
Eu estou tão arrasado;
No meu peito não se esconde,
Este amor apaixonado.

Vou partir, adeus ingrata,
Nunca mais vou voltar;
Se amor ferido mata,
Este então vai me matar.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

O RESTO É SILENCIO

O RESTO É SILENCIO

No silencio da tarde,
Um grito ecoa;
Minha alma lavada,
Parece que voa.

No meio do jardim,
Consigo sonhar;
E fingindo alegrias,
Pareço voar.

Tudo é silencio,
Bate quieto o coração;
O amor bate na porta,
Mas estou na solidão.

Já nem sei mais quem sou,
Serei Jorge ou Florêncio?
Há gritos de dor,
O resto é silencio.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

O AMANHÃ DA MINHA PARTIDA

O AMANHÃ DA MINHA PARTIDA

Amanhã eu vou partir,
Sabendo para onde ir,
Vou tentar me encontrar.

Aqui tenho a alma nobre,
Mas vivendo assim tão pobre,
São mais pobre do que eu.

Não sou pobre de dinheiro,
Mas esta dor por inteiro,
Está a me arrasar.

Por isso eu partirei,
A meu lugar voltarei,
Para poder viver melhor.

Pois chega de ingratidão,
Em meio a multidão,
Que só pensa em si somente.

Amanhã eu partirei,
Longe daqui ficarei,
Para viver mais contente.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

NUVENS

NUVENS

São nuvens escuras,
Que perdidas no ar;
Me ferem, me deixam,
Aqui, triste a chorar.

São nuvens escuras,
Sem nada, sem cor;
Me deixam tão triste,
Me deixam na dor.

São nuvens vazias,
São nuvens tão frias;
Me deixam aqui,
Tão só, na madrugada.

São nuvens pesadas,
São nuvens escuras;
Me fazem ser triste,
Viver na loucura.

  *J.L.BORGES
Camaquã.1977

EU QUERIA

NOITE DE SOLIDÃO

NOITE DE SOLIDÃO

É noite,
Sim, lá fora é noite;
Também aqui é noite.
Tento disfarçar.

A noite tento apagar,
Com suas luzes fluorescentes;
Porem nada resolve,
Nada adianta.

A escuridão me envolve,
Envolve meu coração;
Está tão escuro meu peito,
Mal consigo respirar.

É noite na minha vida,
Noite de tédio e insônia;
Sinto uma tristeza danada,
Em meio a solidão.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

NOITE

NOITE

É noite no meu viver,
Noite de melancolia;
Vivo a vida a sofrer,
Não tenho mais alegria.

É noite na minha alma,
Noite no meu coração;
Minha vida antes calma,
Sofre de dor e solidão.

É noite fria, pesada,
Noite cruel e escura;
Eu nesta espinhenta estrada,
Caminho com as pernas duras.

É noite e fico pensando,
Fico aqui só a sonhar;
Vou pela estrada chorando,
Mas um dia hei de voltar.

Voltarei pra minha terra,
Não sei quando isso será
E a noite que aqui se encerra,
Com meu retorno findará.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

NOITE FRIA

MINHA VIDA

MINHA VIDA

Nesta minha vida,
Só possuo desilusão;
Que vida sofrida!
Sofre até meu coração.

Tenho, só desenganos,
Como também decepção;
Meus olhos são oceanos,
Chorando na solidão.

Vida ferina e triste,
Pois só tenho fel e dor;
Amargura em meu peito existe,
Pois não tenho o teu amor.

Mas nada disso vai me arrasar,
Eu tenho que reagir;
Eu vou voltar a amar,
Eu voltarei a sorrir.

  *J.L.BORGES
Camaquã.1977

LUISINHO


LUISINHO

Luisinho vivia,
Na rua sempre a brincar;
Corria, cantava e ria,
Com sua bola a jogar.

Muitos amigos ele tinha,
E com eles jogava futebol
Quer com frio ou com calor,
Quer com chuva, quer com sol.

Mas um dia, que desgraça!
Tudo... Tudo terminou;
Pois naquele triste dia,
Sua vida se apagou.

Veio um carro em disparada,
E a Luisinho atropelou;
Quem dirigia este carro,
Era seu pai, que o matou...

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

DANÇANDO NA CHUVA

DANÇANDO NA CHUVA.

A chuva caindo,
Eu danço com ela,
Os pingos da chuva,
Me levam a lugares,
A onde eu irei,
Cantar e dançar.

Sou feito da chuva,
E moro lá longe,
Alem do trovão;
Sou raio que passa,
Na longa viagem,
Que eu faço com a chuva.

A minha imagem,
Nas poças da água,
É a alma da chuva.
Sou feito dachuva,
E moro lá longe;
Tão longe que o teu,
Olhar mais bonito,
Jamais chegará

  *J.L.BORGES
PORTO ALEGRE, 1989.

GAROTA INFERNAL*

DANZA NELLA PIOGGIA*

VIAGGIO DELLA PIOGGIA*

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

LONGE DE VOCÊ

LÁGRIMAS DE AMOR

EU SONHO CONTIGO*

FERIDAS DO AMOR*

INSONIA


INSÔNIA

Meu Deus eu estou cansado,
A insônia me dominou;
Tentei me isolar do mundo,
Mas nem sequer consegui.

Que culpa tenho eu meu Deus,
De sonhar sempre acordado;
Pois pensei tanto na vida,
Que nem consegui dormir.

A escuridão me envolve,
No meu sonhos de solidão;
Os meus olhos se fechavam,
Mas a melancolia não deixava.

E assim foi, e esta insônia,
Perdurou até madrugada;
O sol tímido deu bom dia,
Eu agora vou dormir.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1978

FIM DE TARDE

FIM DE TARDE

É fim,e fim de tarde,
Tudo está sombrio;
Eu tenho em minha mente,
Este pensamento vazio.

Antes tudo era lindo,
Agora o sol se apagou;
Sombras começam a aparecer,
Meu Deus, pra onde eu vou?

Olho o céu , um azul,
Um azul triste e escuro;
Olho a meu redor,
Pois algo eu procuro.

Eu procuro a luz, o dia,
Que se foi, triste momento;
Embora melancólico eu oro,
Tentando disfarçar meu tormento.

Mas não consigo,
Tudo no meu peito arde;
Em mim é tudo sofrimento,
Em mim é fim de tarde.

  *J.L.BORGES
CAMAQUÃ.1977

FALSO AMOR

CAMINHANDO

CHUVA DE JULHO*

DOR DE ALEGRIA

DOR DE ALEGRIA

Mãe sem ter mãe,
Pai sem ter pai;
Tantos problemas,
Da minha vida não sai.

A onde estou,
Sempre sou enganado;
Por onde eu vou,
Sou desprezado.

Me vejo tão belo,
E feio também;
A onde estou,
Estou sem ninguém.

Talvez algum dia,
Melhore minha vida;
Por enquanto a alegria,
É dor tão sofrida.

Dor de alegria,
Eu sinto no coração
Nuvens de melancolia,
Me dão solidão.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

DO PARALELO AO INFINITO


DO PARALELO AO INFINITO

Meu mundo era acolhedor,
Era um mundo diferente;
Onde tinha mais amor,
Eu vivia mais contente.

Sabia viver a vida,
Intensamente e total.
Alegria extrovertida,
Neste meu viver real.

Meu mundo tinha mais cor,
Meu sol primeira grandeza;
Sol que me dava calor,
Meu mundo era uma beleza.

Agora no mundo em que vivo,
Sinto que o ar e letal;
Do moderno ao antigo,
Tudo é artificial.

Paralelos mundo diferentes,
O que eu vivo, o que eu vivia;
Num eu vivia contente,
Neste outro falta alegria.

 *J.L.BORGES
Porto Alegre.1978

DESEJO BOM

DESEJO BOM

Desejo que teus dias sejam azuis,
Tuas noites enluaradas;
Que o sol pra você brilhe,
Suave seja tua estrada.

Desejo tudo de bom,
Nas cálidas tardes com seu belo ocaso solar;
Que viva a vida sorrindo,
Viva sempre a cantar.

Aqui estou levando,
A vida como ela é;
Caio tombo, sofro dores,
Mas estou sempre de pé.

Meus dias eternos tédios,
Minhas noites tão vazias;
Vivendo sempre sozinho,
Com dor e melancolia.

Minha vida está assim,
Mas eu tenho um termo bom;
Desejo para você querida,
Este meu desejo bom.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

CHOVE LÁ FORA


CHOVE LÁ FORA

Chove...Chove lá fora,
É minha alma quem chora,
Por falta de teu amor.

Chove...Chove lá fora,
E eu nesta hora,
A pedir teu calor.

Chove...Chove lá fora,
Eu aqui, perdido por ti,
Triste a chorar.

Chove...Chove lá fora,
E em meu coração,
E nesta solidão,
não sei mais sonhar.

A chuva fria,
Não trás alegria,
Me deixa na dor,
Pensando em ti.

É uma chuva que mata,
Mas que não ataca,
Este meu amor,
Que sinto por ti.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

CHEIRO DE SOLIDÃO

CHEIRO DE SOLIDÃO

Meu Deus quem me dera,
Se eu pudesse voltar a ser;
Sol quente de primavera,
Sem medo de me perder.

Não faço mais poesia,
Já não sei também sorrir;
Sinto pesado este dia,
Vontade de me ferir.

Tudo mudou para mim,
Me perdi completamente;
Sou espinho num jardim,
Queria ser jasmim novamente.

Eu bem sei que minha vida,
É um final de verão
É cruel esta ferida,
Com cheiro de solidão.

Desaprendi de sonhar,
Meu viver é frágil, escuro;
Já nem sei mais nem amar,
Me perdi no que procuro.

*J.L.BORGES
Porto Alegre.1978

CHAGAS DE AMOR

CHAGAS DE AMOR

Eu estou aqui sozinho
Tendo como companheira;
A dor e a incerteza,
Que me arrasam por inteiro.

Minha amiga é a tristeza,
Minha companheira é a solidão;
E nesta duvida e incerteza,
Sofre a alma e o coração.

Eu sinto as chagas do amor,
Nesta minha alma vazia,
Que tão só e sem carinho,
Vai morrendo dia a dia.

Eu sinto o meu ser ferido,
Pois esta cruel dor;
Que vai torturando minha vida,
Isto são chagas do amor.

  *J.L.BORGES
Camaquã.1977

CAMINHANDO


CAMINHANDO

Alem do espaço sideral,
Eu vou perdido no nada;
Vou andando sem querer,
Em alguma Láctea encantada.

As estrelas me imploram,
Um pouco de meu olhar;
Não dou atenção a elas,
Eu só quero caminhar.

Caminho perdido aqui,
Nesta vida que achei agora;
Procurando aquela estrela,
Que tão triste por mim chora.

Caminhando nesta noite,
Sem saber onde parar;
Sem saber porque estou,
Aqui só, a caminhar.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

BALADA DO FRIO

BALADA AO FRIO

É frio e faz muito frio,
Eu estou aqui tão só;
A caminhar nesta estrada,
Sofrendo a dor deste frio.

Faz frio em todo o meu corpo,
Desde a pele ao coração.
Eu estou aqui parado,
Sofrendo esta triste dor.

Mas logo me recuperarei,
E pedirei perdão a Deus;
Pois mais pobre do que eu,
Existem muitos na terra.

Sei que o frio não escolhe cor,
Nem credo e nem idade;
Mas quem sofre mais com o frio,
Somos nos, homens tão pobre.

*J.L.BORGES
Porto Alegre.1977

€XODO

ÊXODO

Este tempo me agrada,
Com muita disposição;
Mas o tempo que partiu,
Me deixou a solidão.

Se trovejar ou fazer sol,
Eu nunca me deterei;
Seja lodo, seja barro,
Isto eu nunca temerei.

Sempre alegre e tão feliz,
Tão contente a caminhar;
Neste êxodo de minha vida,
Algo bom vou encontrar.

Se a tempestade,
Em cima de mim cair;
Não me importo seguirei em frente,
Nesta estrada a se abrir.

Se o sol me queimar,
Se algo no caminho me ferir;
Jamais irei me deter,
Meu êxodo vou prosseguir.

E assim eu partirei,
Outro lugar vou procurar;
Neste êxodo, outra vida,
Vida bela vou achar.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

UM NOVO MUNDO

UM NOVO MUNDO

Meu mundo tornou-se escuro,
Eu procuro o meu lugar;
O quê será que eu procuro?
Não consigo encontrar.

Talves seja um mundo novo,
Que não seja tão errado;
Mistura de amor profundo,
Que me deixe enamorado.

O mundo que eu quero ter,
Tem que ser bem colorido;
Luzes fluorescentes quero ver,
Num jardim belo e florido.

Não quero olhar para traz,
Só quero olhar para frente;
Quero ter a minha paz,
Com bondade em minha mente.

Este mundo procuro tanto,
Procuro tanto este lugar;
Onde floresça o encanto,
Bom lugar pra se amar.

 *J.L.BORGES
Porto Alegre.1978

VOVÔ NO BANCO DA PRAÇA

VOVÔ NO BANCO DA PRAÇA

No banco da praça,
Cabelos branquinhos;
Descansa o vovô,
Pertinho do ninho.

Olhar no futuro,
Crianças que brincam;
Soltando pandorgas,
Sorrindo com a vida.

Suspira o velhinho,
Saudade danada;
Do doce passado,
Relembra um pouquinho.

Uma lagrima teimosa,
Escorre na face;
Será de tristeza,
Ou de felicidade?

 *J.L.BORGES
Porto Alegre.1995.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

SOL DE VERÃO


SOL DE VERÃO

O vento está soprando,
O mar louco murmurando;
Eu vivo sempre cantando,
Alguém estou procurando.

O sol esta dourado,
Pois é um sol de verão;
Que com seu brilho encantado,
Clareou o meu coração.

É uma vontade de viver,
Ter um amor, uma vida;
É a vontade de correr,
Nesta estrada dolorida.

É a vontade de estar,
A teu lado meu bem;
É contigo sonhar,
Ou com outra também.

É um sol tão ardente,
Este sol de verão;
Este sol puro e quente,
Denso sol meu irmão.

É a vontade de pegar,
Este sol na minha mão;
É a vontade de afastar,
Esta vil solidão.

Meu desejo de verdade,             
É pegar esta lua;   
É beijar com vontade,
Esta boca tão tua.

A minha alma sorriu,                  
leve está meu coração;
Esta dor ja partiu,
Neste sol de verão.

*j.L.BORGES
Camaquã.1977

SOL DE OUTUBRO

SOL DE OUTUBRO

Bom dia sol dourado,
Hoje eu estou tão bem;
Hoje estou maravilhado,
Bom dia outubro também.

Bom dia futuro incerto,
Que pra mim está chegando;
O céu está cálido e rubro,
É o sol de outubro chegando.

Nesta mística primavera,
Existe cor, amor e poesia;
Meu Deus quem me dera,
Poder viver na verdade da alegria.

Não quero viver bem só este dia,
Quero viver bem todos os dias do ano inteiro;
Porem sei que outubro é maravilha,
É calma, é poesia verdadeira.

Com outubro a transcorrer,
Com o sol de outubro a abrasar;
Eu quero saber viver,
E aprender a amar.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

MANHÃ DE SOL*

LINDO DIA*

VIDA*

LA PIOGGIA*

SETEMBRO

SETEMBRO

Setembro voltou,
Aqui estou a cantar;
Lindo sol que brilhou,
Sua noite e luar.

Dia de sol dourado,
Setembro é assim;
Igual paraíso encantado,
Igual rosa e jasmim.

Hoje recordo-me e lembro,
Dos belos dias de outrora;
Mas sei que para mi em setembro,
Serei tão feliz como outrora.

Setembro é alegria,
Que nasceu no meu coração;
Suave é a noite, ditoso é o dia,
Que eu viva feliz, sem solidão.

  *J.L.BORGES
Camaquã.1977

ILUSÃO

ILUSÃO

Sinto algo em meu peito,
Algo que toma conta de mim;
Algo que me deixa deprimido,
Faz meu coração sentir saudade.

Ouço um som perdido ao longe,
De alguém que passa a tocar;
Vejo algo muito alem,
Que procura se esconder.

Percebo este ar pesado,
Que paira em cima de mim;
Me extasia, me sufoca,
Deixa minha alma vazia.

As vezes sinto que a alegria,
Quer entrar em meu peito;
Abro as portas para ela,
Depois a expulso a ponta pé.

Fico então tão perdido,
Pois a dor e a solidão
Tomam conta de minha vida,
Me matando pouco a pouco.

As vezes esta montanha,
Parece fácil de escalar;
Tento esta triste subida,
Mas sem nada conseguir

Então tudo se torna sombrio,
Nos lugares onde ando;
Mente fria, olhar perdido,
Tão calado como eu.

Minha vida não tem sentido,
Eu vivo só por viver;
Tem dias que fico forte,
Tento dominar meu ser.

Mas numa fração de segundos,
Tudo se torna distante,
Parece algo impossível,
Tão difícil de alcançar.

Minha estrada se torna longa,
E eu fico tão cansado;
Me sento a beira da estrada,
Para poder descansar...

 *J.L.BORGES
Camaquã.1978

SAUDAÇÃO AO ANO NOVO

SAUDAÇÃO AO ANO NOVO

Na distancia eu ouço o sino,
Que está a badalar;
Meia noite está chegando,
Ano novo vai chegar.

Mais um ano que passou,
Nesta vida conturbada;
Ano velho já se foi,
Se perdeu na grande estrada.

Meia noite já chegou,
Ano novo nasce agora;
Ano novo vai saudando,
Minha alma alegre chora.

Dou bom dia ao ano novo,
Dou sincera saudação
Tenho tanta alegria,
Neste triste coração.

Agradeço a meu bom Deus,
Por tudo que ganhei;
Neste ano que passou.

Faço agora este pedido,
Quero amor, saúde, amigos,
Neste ano que chegou.

   *J.L.BORGES
Porto Alegre.1978

REGRESSO

REGRESSO

Eu cheguei, aqui estou,

A alegria que um dia se trancou;

Está tomando lugar,

Neste maltratado coração.

Aqui estou, regressei,

Para meu lar eu voltei;

Meu regresso deu mais vida,

A minha alma e ao meu coração.

Aqui estou novamente,

Tão feliz e tão contente;

Mas amanhã certamente,

Noutro lugar estarei.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

MEU SEGREDO

MEU SEGREDO

Meu segredo está contido,
Em uma certa poesia;
Que eu fiz neste caderno,
Uma vez, num certo dia.

Se você a quer descobrir,
Folheie as folhas da vida;
Assim para você direi,
Esta verdade sofrida.

Mas porem eu tenho medo,
De um dia te perder;
Ao saber este segredo,
Segredo que iras saber.

“Se um dia eu vencer,
Você me abençoará...”
O segredo está aqui,
O segredo, qual será?

Tentarei agora esquecer,
Este poema, este enredo;
Por que senão fatalmente,
Confessarei meu segredo.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

O CASARÃO

O CASARÃO

No meio da relva verde,
Cercado de cerração;
Da cor deste meu olhar,
Percebo este casarão.

No vento frio, no calor,
Com alma, sem coração;
Perdido na bruma fria,
Descansa este casarão.

As vezes abrem-se as portas,
E as janelas do casarão;
O vento chora baixinho,
No meio da solidão.

Outrora era prazer,
Em meio da alegria;
Agora vive a morrer,
Perdido em noites frias.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

POEMA250977

POEMA 250977

Que partida bem jogada,

Nervosismo e muito mais;

Bola alta, bola baixa,

E o inter sempre atrás.

Veio um pênalti, que tristeza!

Pois Tarcísio então errou;

Mas o Grêmio, que timão!

Foi em frente, não se entregou.

Corta luz, Eurico, Tadeu,

Bola rápida, pé em pé;

Passe de Iura, área aberta,

E assim gol de André.

Grêmio forte, imortal,

Tricolor, tu es campeão;

Estejas bem, estejas mal,

Es pra mim sempre campeão.

 *J.L.BORGES

Camaquã.1977

POETA LOUCO

POETA LOUCO

Sim eu sou um poeta,
Eu sou um poeta louco
Mas nada disso me afeta,
Não me abala nenhum pouco.

Eu sou um poeta louco,
Pois sonho com um mundo irreal;
Onde o amor amansa aos poucos,
Este ódio tão fatal.

Penso em tudo que é belo,
Por isso sou louco sim;
Penso em tudo que é singelo,
Até num alguém pra mim.

Eu sou louco por gostar,
Do riso e da solidão;
Eu sou louco por sonhar,
E ter amor no coração.

Eu sou um poeta louco,
Por ter no peito calor;
Mas algo me abala um pouco,
Eu sou louco por ti amor.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

O QUE OS HOMENS BUSCAM

O QUÊ OS HOMENS BUSCAM

O quê os homens buscam,
Pode ser encontrado numa flor;
Numa gota dàgua,
Numa melodia de amor.

Pode ser encontrado,
Olhando uma nuvem branca;
Olhando o céu azul,
Ao ouvirmos uma voz franca.

O quê os homens buscam,
Pode ser encontrado num olhar,
Pode ser encontrado,
Também nas ondas do mar.

Pode ser encontrado,
Ao olharmos o sol dourado;
Ao olharmos a lua prateada,
Ao ficarmos enamorado.

O quê os homens buscam,
Se encontra no frio e no calor;
Se encontra na paz e na guerra,
O quê os homens é o amor.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

MUDANÇAS

MUDANÇAS

O vento sopra incessante,
As folhas caem no chão;
Em meu viver tudo mudou,
Não estou na solidão.

A vida agora é mais bela,
De mim se tornou amiga;
Meu mundo é sempre suave,
Minha estrada mais florida.

A quem devo esta mudança?
Devo a todos a meu redor;
Agora que tudo mudou,
Meu mundo ficou melhor.

Mudanças de minha vida,
Mudanças de meu viver
A felicidade que eu não tinha,
Agora sempre irei ter.

*J.L.BORGES
Camaquã.1978

FADA DOURADA

MINHA QUERIDA AVÓ

MINHA QUERIDA AVÒ

Mamãe, querida vovó,
Amo tanto teu sorriso,
Rosto com semblante azul;
Infinito são teus olhos;
Alma com sabor de mel.

Assim querida vovó,
Neste amontoado de pensamentos,
Digo que estudo para mim,
Rainha de meu coração sempre serás,
Amou e zelou por mim,
Dia e noites, noites frias,
Inverno e verão, frio e calor,
Nunca deixou de me amar,
Amou-me com todo seu carinho.

Feliz agora eu sou,
Em tê-la sempre comigo,
Rezas por certo por mim,
Rezarei pela senhora também,
E da senhora sempre me lembrarei,
Importa a onde estiveres,
Realmente isto afirmo,
Afirmo e juro por Deus.

Bondade nunca lhe faltou,
Onde a senhora estiver,
Rogará por mim seu filho,
Graças meu Deus, muito obrigado;
Em tê-la para mim,
Sempre lhe agradecerei.

 *J.L.BORGES
PORTO ALEGRE.1977

MEU AMIGO

MEU AMIGO

Meu amigo,
Do tempo passado,
Do dia primeiro;
Amigo,
meu bom companheiro.

Meu amigo,
Das horas amargas;
Meu bom conselheiro;
Amigo,
Do amor esquecido.

A você meu amigo,
Te faço um poema,
Em tua homenagem;
Poema tão rústico,
Mas sincero no tema.

Meu amigo,
Embora distante,
Em você penso tanto,
E fico pensando,
Naqueles bons tempos,
Que se foram por encanto.

  * J.L.BORGES
Camaquã.1977

MEMÓRIAS DO CAFÉ DO JORGE


MEMÓRIAS DO CAFÉ DO JORGE

Inesquecível café da esquina,
Onde com meus amigos me reunia;
Era tudo amizade sincera,
Era tudo calor e alegria.

Nos sábados a noite eu ia,
Com meus amigos cerveja beber;
E mais uma vez c meus amigos,
Eu voltava a viver.

Inesquecível café do Jorge,
Quantas alegrias tu me deu,
E eu agora perdido na solidão,
Pergunto por que tudo se perdeu.

Sentado a mesa deste café,
Solitário, do passado estou a recordar;
Trazendo no peito este desejo,
De muito em breve aqui retornar.

  *J.L.BORGES.
Camaquã.1977.

FARY DORATO

QUANDO A CIDADE DORMIR

SORRIDI DONNA

REGRESSO A CAMAQUÃ

MULHER SORRIDENTE

MAR

AMAMI

ENTRE O VERÃO E O OUTONO

A MOÇA

INERCIA

INERCIA

Quem será aquela pessoa,
Que rápida passa por mim?
Por que ela anda tão rápida,
Que nem olha para mim?

O mundo gira tão rápido,
Bem mais rápido que a luz;
Tento acompanhar o mundo,
Mas sem nada conseguir.

Olho as nuvens que velozes,
Navegam neste meu céu;
Olho também pra você,
Que vai rápida no caminho.

Tudo anda tão rápido,
Fiquei perdido sozinho;
Desisti da caminhada,
Fiquei inerte no caminho.

Por favor me compreenda,
Pois não tenho culpa não;
Se a inércia  domina,
Minha alma e meu coração.

Sinto esta inércia no peito,
Minha alma clama por amor;
Mas como conseguir amor,
Se a inércia me domina.

Não tenho culpa se o mundo,
Anda veloz como um bólido;
Mal eu ouço a sua voz,
Autoritária dizendo-me:

“-Anda, segue-me se fores capaz,
Senão ficaras pra traz”
Este é o mal do mundo,
Que não vê tanta beleza.

Beleza que existe,
Pronta para se admirar;
Parar um pouco e pensar,
Pois o mundo é tão belo.

Então eu digo para você,
“-Pode ir pois fico aqui,
Se a inércia é pecado,
E u vou morrer pecador”

*J.L.BORGES
Camaquã.1978

HOMEM PÁSSARO

HOMEM PÁSSARO

Eu sou um homem sonhador,
Eu sou um homem voador;
Procurando no infinito,
Um pouco do teu amor.

Sou tal qual um pássaro azul,
Eu pareço um beija flor.
Procuro fugir de tudo,
Que inspire a triste dor.

Eu procuro neste mundo,
Um amor, uma alegria;
Minhas asas são o pensamento,
Sonho de noite e de dia.

Eu voarei sempre,
Pois nunca vou deixar de sonhar;
Mas talvez algum dia,
Eu consiga me encontrar.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

FINAL DE AGOSTO

FINAL DE AGOSTO

Mais um mês que se foi,
Se foi pra bem distante
Agosto está partindo,
Levando a ilusão de um sonho.

É final de Agosto,
Partirá levando minha melancolia;
Agosto dos gostos e desgostos,
Trinta e uma alegria.

Neste mês fui feliz,
Tive paz em meu rosto;
Meu coração é quem diz,
Viva o mês de Agosto.

Adeus mês de Agosto,
Ano que vem voltarás;
Eu sei que quando voltares,
Mais alegrias darás.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

EU TENHO

EU TENHO

Eu tenho um talismã,
Que um dia alguém me ofertou;
Eu tenho da tua irmã,
O amor que ela me doou.

Eu tenho um bosque encantado,
Meu lazer, minha alegria;
Eu tenho um quadro dourado,
Que de alguém roubei um dia.

Eu tenho uma jaqueta surrada,
Que hoje usarei;
Tenho tudo, tenho nada,
Neste nada eu me enganei.

Eu tenho um bom amigo,
Que é meu conselheiro;
Eu tenho um teto, meu abrigo,
Eu tenho este mundo inteiro.

Eu tenho tudo nesta vida,
Tenho o frio, tenho o calor;
Tenho a dor, esta ferida,
Solidão e teu amor.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

ESTRANHO PAI

ESTRANHO PAI

Para onde é que eu vou?
Para onde é que vais?
Você me é estranho,
Mas você é o meu pai.

A vida é sempre assim,
Levanta só quem cai;
Onde esta você?
Estranho velho pai.

Se um dia eu vencer,
Você me abençoará;
E no auge da vitória,
Meu pai você será.

Mas no momento estou aqui,
Procurando até vencer;
Será que nesta escalada,
Meu pai você vais ser?

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

EL€GIA A MARIA


ELÉGIA A MARIA

Maria é dor,
É calor, alegria;
É uma canção entoando,
Maria é Maria.

Maria é o dia,
É a noite tão fria
É o céu, é o sol,
É canção, melodia.

Maria é a vida,
Maria é canção;
Maria é o amor,
Do meu coração.

Maria é a madrugada,
Tão linda, estrelada;
Maria éMaria,
Maria é minha amada.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

DESPEDIDA DO BOM ANO

DESPEDIDA DO BOM ANO

Mais um ano que está morrendo,
A um minuto do seu momento crucial;
Para uns é grandiosa a fantasia,
Para outros é ironia ,amarga e real.

Neste ano busquei em todos os cantos,
Um amor verdadeiro para meu coração;
Um amor gostoso e maduro,
Que me afastasse da solidão.

Minha vida mudou por completo,
Sai da minha cidade, de meu lar amigo;
Aqui procuro enfrentar a vida,
Procuro fazer o meu mundo querido.

Já é meia noite, estou aqui,
A chorar...A pensar...A sonhar...
O meu quarto é sombrio e quieto,
Me sufoca com o seu gargalhar.

Meia noite, estou aqui,
A sonhar...A pensar nesta vida;
Da janela sinto o cheiro do ano,
Que vem me dar a sua despedida.

*J.L.BORGES
PORTO ALEGRE.1977

                                     

terça-feira, 26 de setembro de 2017

A DESCOBERTA


DESCOBERTA

Um dia sai de casa,
Resolvi pelo mundo andar;
Andei...Procurei...Não encontrei,
O que eu queria achar.

Meu mundo sempre sombrio,
Nos caminhos onde andei;
Me perdi, longe da vida,
Porem nada eu encontrei.

Fiquei tanto tempo longe,
Do algo que eu procurava;
Parece mentira, mas antes,
Tão perto de mim estava.

Então resolvi voltar,
Para meu ponto de partida;
Olhei bem a meu lado,
Descobri o lado bom da vida.

Antes eu era triste,
Minha vida era deserta;
Agora que voltei, meu viver,
Mudou com a descoberta.

Eu percebi que a felicidade,
Estava sempre à meu lado;
Mas ela estava escondida,
No meu coração magoado.

 *J.L.BORGES
Porto Alegre.1977

NÃO SE PODE ENCOMENDAR

NÃO SE PODE ENCOMENDAR

Não se pode encomendar,
Numa tarde de outono,
Eu na sombra de uma arvore,
Vendo os animais pastando,
Sorrindo, cantando alto,
Pensando que estou sonhando.

Não se pode encomendar,
Numa noite de inverno,
Vento e  chuva a te beijar
Com raios riscando o céu,
Tornando dia esta noite,
De inverno que irei passar.

Não se pode encomendar,
Uma manhã de primavera,
Perfumes, dados e aquarelas,
Na sala da minha casa,
No jardim flores singelas,
E um canarinho a cantar.

Não se pode encomendar,
Num momento de verão,
O mar batendo a minha porta;
Eu, contigo navegando,
Em naves que não conheço,
Mas que meus sonhos transporta.

    *J.L.BORGES
MARMELEIRO PR,1998

AMANHÃ DO MEU ADEUS

AMANHÃ DO MEU ADEUS

Adeus amor, eu vou embora,
Carregando a dor da esperança;
Dor por ter que te deixar,
Esperança que tanto preciso.

Meu coração está sofrendo,
Por ter que te deixar;
Tento enxergar minha dor no espelho,
Mas tudo se torna opaco.

Minha bagagem é a foice e o martelo,
Também é a luz do saber;
Qual dos dois usarei nesta vida?
Não sei qual dos dois poderei escolher.

Levo um turbilhão de sonhos,
Perdidos em minha mente;
Tanta esperança, meu Deus,
Só não levo quem eu amo.

Estou saindo daqui,
Meu dia tornou-se escuro;
Não posso olhar para traz,
Se não poderei me perder.

*J.L.BORGES
Camaquã.1978

SOLIDÃO

“SOLIDÃO”

Melhor viver minha solidão,
Plena e verdadeira;
Que viver faustos momentos,
Fugaz e sem valor.

É melhor viver sozinho,
Em paz consigo mesmo;
Que viver numa imensidão,
De vozes e de guerras.

As noites de insônia,
Não são tão ruins assim;
As vezes o pensamento,
Acalma a nossa mente.

E assim a solidão,
De viver sozinho em paz;
Torna a nossa vida,
Um palco iluminado.

Os nosso sonhos íntimos,
Os colocamos sobre a mesa;
E deles fazemos,
Nosso banquete primordial.

*J.L.BORGES
GUAÍBA, 2017

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Hoje estou sem inspiração,
Mas quero te homenagear;
Meu Deus, muito obrigado,
Por este ano que estás a me ofertar.

O ano velho já se foi,
Com melancolia dele me despedi
Mas agora com alegria,
Estou com o ano novo aqui.

Neste momento estou feliz,
Sinto pura esta minha tarde;
Este ano novo chegou,
Trazendo a alegria que me invade.

Muito obrigado meu Deus,
Obrigado setenta e oito;
Já te botei um belo nome,
Doce ano do biscoito.

Espero que este ano,
Para mim não seja afoito;
Muito abrigado meu Deus,
Obrigado setenta e oito.

 *J.L.BORGES
Gravatai.1978

MÃE RUSSIA

MÃE RUSSIA

Grande pais do norte,
Amável e também grotesco;
Mãe Rússia afável e forte,
Tenro caule de jasmim.

Mãe Rússia do urso branco,
De um povo sincero e franco;
Montanhas e neves eternas,
Planícies e também cavernas.

A morte ronda de perto,
Nos seus imensos desertos;
Mãe Rússia do lenhador,
Do milenar escritor.

Mãe Rússia do Kremlin,
O começo de um triste fim;
Kremlin cruel e forte,
Onde reina e impera a morte.

Dos seus portões vejo montanhas,
Da Sibéria branca e estranha;
Mãe Rússia dos grandes rios,
Do russo com o olhar sombrio.

A mãe Rússia das megalópoles,
Eternas e grandes metrópoles;
Efervescestes Lenigrados,
Tominsk, Moscou, Volgrogado.

Mãe Rússia da solidão,
Tal qual o Kasaquistão;
Rússia, poesia e encanto,
Mãe Rússia do nefasto pranto.

Sei bem que este pais,
É grande como se diz;
Sei também que há muita dor,
No meio de tanto amor.

Não te conheço bela Rússia querida,
Mas sei que és pátria amiga;
Cruelmente a sofrer,
No meio de tanto viver.

Também sei que teu povo te ama,
E por justiça ele clama;
Sei que um dia a justiça se fará,
Mas quando, quando será?

  *J.L.BORGES
Camaquã.1978


MEU BRASIL

MEU BRASIL

O sol dourado brilhando,
No céu de azul anil;
Nas matas o sabia cantando,
Este sim é meu Brasil.

A verde relva no campo,
Lagoa Mirim azul;
Gaúcho, violão e num canto,
Esta meu Brasil do sul.

Jovem Brasília imponente,
Palácios rios de cristal;
Candango honesto e contente,
Neste meu Brasil central.

Pororoca e o boiadeiro,
Pele morena, braço forte;
Terno povo hospitaleiro,
Neste meu Brasil do norte.

Vejo abaixo um pescador,
Valoroso cabra da este;
Jangada que dá mais cor,
A este Brasil nordeste.

Coloridas asas deltas no ar,
Eterno inverno sem frio
Grandes cidades a avançar,
Na grande São Paulo-Rio.

Campinas, lagos e serras,
Mais alem sertão agreste;
Fazendas, casas e taperas,
Neste meu Brasil sudeste.

Brasil de mil e quinhentos,
De um povo bom e irmão;
Pais de grandes momentos,
Fraterno de coração.

Meu Brasil de norte a sul,
Brasil central do nordeste;
De sangue verde e azul,
Amarelo meu sudeste

*J.L.BORGES
Camaquã.1978



DEPOIS DA TEMPESTADE VEM A BONANÇA

DEPOIS DA TEMPESTADE VEM A BONANÇA

Estava desconsolado na vida,
A expectativa me acordou
A esperança parecia perdida,
Mas meu sonho se concretizou.

Estava desligado do amor,
Mas o amor em mim nasceu
Antes eu estava cercado de dor,
Mas finalmente tudo se inverteu.

Estava sozinho e quase perdido,
O meu sonho parecia impossível;
Agora tenho um amor tão querido,
Sei agora que tudo é possível.

A saudade quase me matava,
A tristeza de mim não saia;
A dor me sufocava,
Por isso eu não sorria.

Agora já estou sorrindo,
Já estou até amando;
A tristeza de mim está saindo,
A saudade estou expulsando.

Até as nuvens cinzentas,
De mim se afastaram;
Se tornaram embranquecentas,
E meu céu azul clarearam.

O inverno para mim acabou,
Em mim tudo agora é primavera;
A ave da melancolia pra longe voou,
Sou feliz, sou pão e terra.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

CHUVA DE FLORES

CHUVA DE FLORES

No jardim existe amor,
No meu peito existe cor;
Vejo no céu muitas cores,
Lá vem a chuva de flores!

Vem cair flores tão perto,
Deste coração deserto;
Faz vibrar meu coração,
Que transborda de paixão.

Tenho amor paixão por ti,
Por isso que estou aqui;
Banho de flores tomei,
Pois hoje amor te encontrei.

Agora vou pela estrada,
Contigo minha adorada;
No meu peito existe amores,
Tomei um banho de flores.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

BALADA DA ESCURIDÃO

BALADA DA ESCURIDÃO

Eu quero saber por que,
Muitos vivem na escuridão;
Corrompendo a triste vida,
E também o coração.

Isso eu queria saber,
Pois sei pouco, talvez nada;
Vivendo na escuridão,
Se pega a estrada errada.

Um dia eu errei,
Vivendo na escuridão;
Sofri tantas dores,
Tendo só decepção.

Vivi, sofri e chorei,
Na escuridão desta vida;
Mas consegui encontrar,
A minha estrada perdida.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

TUDO PRA VOCÊ

TUDO PARA VOCÊ

Rosa, mistura de flor,
Ornando este meu viver,
Sempre e sempre te amarei,
Agora, amanhã também.

Nunca mais te esquecerei,
Guardarei teu sorriso em meu coração,
Esta tua imagem sedutora,
Lábios de mel e feitiço,
Ânsias meu coração.

Diamante são teus olhos,
Onde estiveres estarei,
Sempre amor, te amarei.

Seja a onde estiveres,
Amor vou sentir mais por você,
Nunca vou te esquecer;
Também espero que o mesmo,
Ocorra contigo, amor,
Sempre me ames também.

*J.L.BORGES
Camaquã.1978

O DIA DA PARTIDA

O DIA DA PARTIDA

Adeus amor, eu vou partir,
Quero levar esta dor r esperança;
Esta vontade louca de possuir,
Teu corpo moreno que não se cansa.

Meu coração sofre calado,
Mas vou ter que te deixar;
Deixar teu corpo adorado,
Vontade de te levar.

Minha bagagem é a enxada,
Minha força é a luz do saber;
Levo esta alma lavada,
Coração terno a bater.

Levo um montão de sonhos,
Para esquentar minhas noites frias;
Levo um coração tristonho,
Para te deixar com minha alegria.

Estou partindo agora,
Meu dia se tornou escuro;
Minha vontade por você chora,
Mas acharei aquilo que tanto procuro...

  *J.L.BORGES
Camaquã.1978

ANTES DA CHUVA

ANTES DA CHUVA

Eu vou antes, bem antes,
Desta chuva cair;
Pois não quero sofrer,
Nem deixar de sorrir.

Eu vou antes, bem antes,
Desta chuva tão fria;
Pois não quero perder,
Contagiante alegria.

Eu já estou partindo,
Estou indo a sorrir;
Pois não quero estar aqui,
Quando a chuva cair.

Quando a chuva cair,
Quero já estar partindo;
Quero estar como agora,
Bem alegre, sorrindo.

J.L.BORGES
Gravatai.1977

AMIGO

AMIGO

Amigo das horas vazias,
Tão cheias de tédio;
Leal, tão sincero,
Na dor tu es o remédio.

Amigo das noites escuras,
Do dia tão claro;
Amigo, infinita procura,
Sou teu amigo e declaro.

Amigo, onde tu estas?
Amigo sincero;
Agora tão perto de ti,
Amigo, eu quero.

Pois sei que tu es meu amigo,
E teu amigo eu sou;
Eu penso em você meu amigo,
A onde eu vou.

Termino esta prosa sincera,
Amigo querido;
Termino te dizendo,
Que sou teu amigo.

 *J.L.BORGES
Porto.Alegre.1977

QUANDO A CIDADE DORMIR*

Foto poesia

SAUDADE DE CAMAQUÃ *

PORTO ALEGRE AO AMANHECER

PORTO ALEGRE AO AMANHECER

O sol dourado brilhando,
O calmo e suave rio;
A mata, o campo sombrio,
Cidade com pouco tédio.

Através deste intermédio,
Faço agora minha prosa;
Minha cidade cor de rosa,
Que chamamos Porto Alegre.

Dou bom dia pra você,
Para teu amanhecer;
Cidade do meu querer,
Fragrâncias de simpatia.

A madrugada é suave,
O rouxinol a cantar;
Cidade do meu andar,
Porto Alegre, doce mundo.

Cidade da alegria,
Que esta vibrando e vivendo;
É tão feliz o meu dia,
Nostalgia amanhecendo.

    *J.L.BORGES
Porto Alegre.1977

SAUDADE DE CAMAQUÃ

SAUDADE DE CAMAQUÃ

Estou partindo daqui,
Indo para Porto Alegre;
Minha alma mal consegue,
Sufocar gritos de dor.

Estou deixando Camaquã,
Cidade linda e adorada;
A caminhar nesta estrada,
Eu começo a chorar.

Choro por tanta saudade,
Que hoje sinto de ti;
Sofrendo o que já sofri,
Quando estava lá tão longe.

Saudade da minha cidade,
Saudade que sinto agora;
Minha alma ainda implora,
“_Por favor, não vás embora”

É a saudade que sinto,
Saudade de Camaquã;
Sofro hoje e amanha,
Vou sofrer ainda mais.

 *J.L.BORGES
Camaquã 1977

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

CARTÃO DE ANIVERSÁRIO

CARTÃO DE ANIVERSÁRIO

Eu nunca imaginei,
Que de mim você lembrasse;
Muito obrigado,
Te agradeço a cantar.

Eu nunca imaginei,
Que fosse desta maneira;
Assim com esta sinceridade,
Tão pura, tão verdadeira.

Este símbolo de amizade,
Este lindo cartão;
Te prometo que estará,
Contigo em meu coração.

Por este cartão de aniversario,
Eu te agradeço tanto;
Pois ele me mostra tua beleza,
Tua pureza e o teu encanto.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

QUANDO A CIDADE DORMIR

QUANDO A CIDADE DORMIR

Quando a cidade dormir,
Amor, eu vou partir;
Deste enorme tédio,
Pois quero encontrar algo bom.

Quero encontrar a paz que eu perdi,
Pelos becos desta minha vida;
Me perdi na escuridão de uma cidade,
Que dormia na solidão.

Quero sair com alegria,
Sem que nada de ruim me envolva;
Sairei rasgando a madrugada,
Quando a cidade inteira dormir.

Amor, eu vou sair,
Quando a madrugada úmida romper;
Eu vou sair quando a cidade dormir,
No intimo da minha vida.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

POEMA AS MARGENS DO RIO

POEMA AS MARGENS DO RIO

Estou fazendo um poema,
As margens do Jacuí;
Poema com pouco tema,
Eu estou fazendo aqui.

As águas estão batendo,
As margens deste rio;
Olho ao alto e estou vendo,
O céu de um azul sombrio.

Está tão forte este vento,
Está tão forte a soprar;
E agora neste momento,
Vejo um barco a navegar.

O meu olhar mal consegue,
Perceber, mas estou olhando;
Esta minha Porto Alegre,
Que agora está acordando.

Olho no meio do rio,
Eu vejo a ilha Pintada;
Ao lado um grande navio,
No fundo uma longa estrada.

E esta estrada se chama,
Caminho dos limoeiros;
Minha vista não se engana,
Lá vem Jose, o caçambeiro.

A ponte do Jacuí,
Eu vejo e percebo ao longe;
A felicidade que sinto aqui,
Por nada, nada se esconde.

Poema as margens do rio,
Estou terminando agora;
Pensamento tão vazio,
Com a noite foi embora.

 *J.L.BORGES
Guaiba.1977

MULHER SORRIDENTE

DIÁLOGO COM A MÃE

DIÁLOGO COM A MÃE

_Mãe, quê ruído é esse,
Será que ele vem do mar?
_Não meu filho é um pássaro,
Que suas asas está a ruflar.

_Não será o vento mãe,
O vento quê está a soprar?
_Não meu filho, se não for um pássaro,
É alguém que passa a cantar.

_E esse clarão mãe,
Toda essa luz a derramar?
_Filho é a presença da lua,
Que está no céu a brilhar.

_Mãe, não será aquela a lua,
Que está na costa do mar?
_Não meu filho, é a moça,
Que nua vai se banhar.

_E essas trevas mãe,
Que derepente está a me cegar?
_É a maldade do homem filho,
Este animal a odiar.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

SORRIDI DONNA.

PRETA VELHA DA BAHIA

PRETA VELHA DA BAHIA

Tia Maria,
Preta velha da Bahia;
Negra velha tão bondosa,
Preta velha da Bahia.

Lá no canto da cozinha,
Cantarola uma modinha;
Sempre alegre no fogão,
Cozinhando seu feijão.

Tia Maria, tia Maria,
Preta velha da Bahia;
Tem de tudo, suas manias,
Só de mim não desconfia.

Tia Maria da Bahia,
Pele preta, alma branca;
Desta casa es a rainha,
Doce voz de alma franca.

Tia Maria, preta velha,
Que da África veio um dia;
Agora estas aqui,
Preta velha, na Bahia.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

QUARTO DE HOSPITAL

Quarto de hospital

Já faz tantas...Tantas horas,
Que estou aqui derreado;
Passo noites, passo dias,
Aqui tão só, triste acordado.

Olho naquele relógio,
Olho no teto vazio;
Olho na janela aberta,
O dia sempre sombrio.

Como é doloroso viver,
Num quarto de hospital;
Embora melhore o corpo,
A mente passa tão mal.

Já faz tanto tempo que,
Eu estou aqui doente
Embora melhore o corpo,
Sofre tanto minha mente.

Quarto de hospital é assim,
Parece uma cruel prisão;
Sofre o corpo, sofre a mente,
Perdidas na solidão.

*J.L.BORGES
CAMAQUÃ.1977

MARGARIDA

MARGARIDA

Margarida...Minha menina,
Minha deusa divina,
Minha eterna paixão.

Margarida...Sol ardente,
Sempre quente,
Em meu coração.

Margarida...Teu olhar,
São duas estrelas a brilhar,
Sem ter fim.

Margarida...Teu cantar,
É um hino ao luar,
Dedicado a mim.

Margarida...Quando te encontrei,
Em tudo modifiquei,
Pois tenho o teu amor.

Margarida...Linda Margarida,
Deusa da minha vida,
Meu luar, meu sol, minha flor.

 *J.L.BORGES
CAMAQUÃ.1977

TERRA BRASIL

TERRA BRASIL

O amanhã vem surgindo,
Tudo é lindo e juvenil;
A esperança nascendo,
A paz suave escorrendo,
No coração do Brasil.

Cá solidão não existe,
O povo é irmão,
É fraterno e é gentil
A alegria aqui mora,
Este é o meu Brasil.

Terra do sol nascente,
Do coração cor de anil,
Terra do Pindorama,
Aqui só vive quem o ama,
Pois este é meu Brasil.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

LEONICE

LEONICE

Certa vez conheci uma criatura,
Tão linda, pura e divina;
Seu nome era Leonice,
Mulher em forma de menina.

Fiquei logo por ela apaixonado,
A ela jurei meu amor ofertar;
Com esperança me declarei,
Pois com ela vivia a sonhar.

A menina tão pura e bela,
Disse-me sim com emoção;
Disse-me que também amava me,
E me ofertou seu coração.

Agora eu e Leonice,
Somos um só corpo, um só ser;
Eu sou tudo para ela,
Ela é o meu bem querer.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

AMIGO MEU

MEU AMIGO

Caro e bom amigo,
Lembre-se que sempre estarei a seu lado,
Estejas onde estiver,
Zelarei por nossa amizade;
Irmão e amigo,
Orgulho de uma velha amizade.

Colega das boas horas,
Amigo de todo o sempre,
Realmente sou teu amigo,
Valorizo nossa amizade,
Amigo, velho querido,
Lembre-se que um dia te falei,
Horas e horas passadas,
Onde estiver serei teu amigo.

Confiança bom amigo,
Unidos será melhor,
Realmente isto te digo,
Te afirmo que é verdade;
Importa o que acontecer,
Amigo de todas as horas,
Zelarei sempre por nossa amizade.

 *J.L.BORGES
Porto Alegre.1977

AMAMI

MARE

SORRIDI DONNA

NON SI AMA COM EL CUORI

REGRESSO A CAMAQUÃ

REGRESSO A CAMAQUÃ

Depois de muito tempo voltei,
O ônibus chegou na estação;
Confesso que até chorei,
Quando pisei  neste chão.

O silencio das calçadas,
Fazia-me pensar profundo;
Esta é minha terra amada,
O melhor lugar do mundo.

Neste lugar silencioso,
Existe amor e amizade;
Aqui me sinto orgulhoso,
Pois nasci nesta cidade.

O barzinho da esquina,
O parque no quarteirão;
A igreja velha e divina,
Alegrou meu coração.

No cinema o reencontro,
Com meus amigos leais;
Uns conversam com os outros,
Papos alegre, legais.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

POEMA PARA CAMAQUÃ

POEMA PARA CAMAQUÃ

Camaquã, terno e tímido,
Sonata feita ao luar;
Jamais te esquecerei,
Viverás no meu olhar.

Terra antiga, madura e amiga,
Doce céu, luz deste chão;
Tu estarás sempre dentro,
Deste pobre coração.

Um dia deixei neste lugar,
Alguém que amo e que quero;
Alguém por mim tão querido,
Amor por mim tão sincero.

Deixei minha terna avó,
Do sorriso doce e franco,
Da voz macia e suave,
Aqueles cabelos brancos.

Aqui vou vivendo,
Levando esta vida;
Pensando em você,
Cidade querida.

  *J.L.BORGES
Porto Alegre.1977

ACLAMAÇÃO AO SOL

ACLAMAÇÃO AO SOL

_Bom dia meu sol, bom dia!
Como está do outro lado?
Será que há ruídos,
Silencio, gritos de dor,
Será que vivem calados,
Será que vivem no amor?

_Bom dia meu sol, bom dia!
_Bom dia meu sol dourado,
Hoje tudo é alegria,
Hoje estou hipnotizado;
Hoje a todos sem melancolia,
Dou meu bom dia encantado.

_Bom dia meu sol, bom dia!
_Por quê não respondes então?
Eu sei que você do alto,
A todos dá atenção;
_Não dou bom dia a teu ouvido,
Mas sim a teu coração.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977


DOMINIQUE

DOMINIQUE

Quando te conheci Dominique,
Foi um dia muito bonito;
Te conheci e te ofertei,
O meu puro amor infinito.

Vivi contigo momentos,
Melhores de minha vida;
Sendo amado por ti,
E te amando sempre querida.

A vida é tão inconstante,
Mistério sempre vai ser;
Te conheci comecei a viver,
Te perdi comecei a morrer.

Mas nunca te esquecerei,
Te amarei sempre;
Tu sempre me foi fiel,
Te amarei eternamente.

Deus te tirou de mim,
Dominique, meu viver;
Enquanto eu viver Dominique,
Nunca vou te esquecer.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

POEMA AO RIO DE JANEIRO

POEMA AO RIO DE JANEIRO

Hoje é tudo alegria,
Hoje estou inspirado;
E agora neste dia,
Quero te homenagear,
Rio encantado.

É um leve poema;
Um pouco rústico,
talvez pueril,
Um singelo tema,
Mas que vale a pena
Retratar-te Rio.

É um poema sincero,
Simples e verdadeiro;
Te homenagear eu quero,
Adorado Rio de janeiro.

Conheço pouco de ti,
Rio do sol, Rio do mar;
Por enquanto estou aqui,
Contigo quero sonhar.

O cristo redentor,
Ereto, mirando o mar
Na baia do Botafogo com ardor,
Sempre murmurando o ar.

O Leblon, Copacabana, que beleza!
O maracanã e seu fla-flu;
Na Tijuca a natureza,
A beleza do Bangu.

O mar morre na areia,
E lá também nasce;
Lá quero que a lua cheia,
Um dia banhe minha face.

Por enquanto minha mente divisa,
Este sonho que um dia irá se realizar;
E enquanto não se realiza,
Contigo Rio de janeiro quero sonhar.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977

MINHA ILHA PERDIDA

MINHA ILHA PERDIDA

Eu hoje voltei,
Para minha ilha perdida;
Onde eu sempre vivi,
Passei toda minha vida.

Minha ilha perdida,
Eu jamais te esqueci;
Consegui retornar,
Hoje estou aqui.

Minha ilha perdida,
Doce lar, meu lugar;
A onde eu estiver,
Dele sempre vou lembrar.

Como posso deixar,
De amar este lugar;
Minha ilha perdida,
Minha terra amiga.

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

ELÉGIA A RIO GRANDE


ELÉGIA A RIO GRANDE

Rio grande colorado,
Chispa sempre viva;
Me embala, me cativa,
És meu sol dourado.

Sangue dos veteranos,
Coração altivo e ardente;
O teu fulgor está em mim,
Como uma luz incandescente.

Rio grande amarelo,
Teus louros é meu ouro;
Teus campos, tuas matas,
Pra mim são tesouro.

Rio grande, teu verde,
Teus campos é meu lar;
Nos vales, nas serras,
O gaúcho a cantar.

A luz da aurora,
No céu é rubi;
Me sinto perdido,
Se estou longe daqui.

Rio grande negro,
Pupilas morenas;
Doce como o mel,
Negro como as penas.

Rio grande castanho,
De duro torrão;
Ardente como a erva,
De um chimarrão.

Rio grande tu estás,
Em meus pensamentos;
O minuano canta teu nome,
Eu laço teu nome ao vento.

Rio grande branco,
Tuas neves a cair;
E eu da varanda,
Me ponho a sorrir.

Rio grande vermelho,
Rio grande encarnado;
Teu azul é infinito,
Teu mundo é encantado.

No silencio dos campos,
Eu sempre a cantar;
No espaço, teu berço,
O quero-quero a chamar.

Com flor ou com frutos,
Com viva alegria
A noite é prateada,
Argento é o dia.

Rio grande bonito,
É lindo o luar;
As vezes em devaneio,
Me ponho a sonhar.

Aqui eu estou,
Rio grande querido;
Minha terra natal,
Torrão doce e amigo.

No outono ou no verão,
No inverno ou na primavera
Gosto de correr pelos campos,
Gosto de pisar nesta terra.

Azul tão celeste,
São as águas do rio,
Rio grande tão claro,
Rio grande sombrio.

Meu Rio grande do sul,
Teu céu cor de anil
Meu lar, és meu pampa,
Tu és meu Brasil.

Meu rio grande antigo,
Minha brasa, meu carvão;
Tu estás sempre dentro,
Do meu coração.

No sopro do minuano,
O amor se espande;
No voar da perdiz,
Tu és sempre Rio grande.

Rio grande do sul,
Do sol, do luar;
Embora onde esteja,
De ti vou lembrar.

 *J.L.BORGES
Camaquã.1977



CIDADE SORRISO

CIDADE SORRISO

Cidade sorriso,
Cidade da gente;
Cidade sorriso,
Amor que meu peito senti.

Cidade da saudade,
Cidade flor de jasmim;
Das mentiras, das verdades,
Doces verdades pra mim.

Aqui estou nesta cidade,
Cidade do meu sorriso;
Maldade da eternidade,
Solidão de um paraíso

*J.L.BORGES
Camaquã.1977

CANÇÃO DE EXILIO A CAMAQUÃ

CANÇÃO DE EXÍLIO A CAMAQUÃ

Estou longe de você,
Camaquã, cidade amada;
Mas em sonhos eu  vejo,
A minha rua, minha estrada.

Estou longe, tão longe,
De você terra tão minha;
Longe daquele amor,
Que também é minha rainha.

Aqui tão longe estou,
Da minha vovó querida;
Que tanto sei que me ama,
E cuidou da minha vida.

Lá passei toda a infância,
Meus sonhos e madrigais;
Gostava dos arvoredos,
Onde tinha laranjais.

Meu colégio, a escolinha,
Que tanto me ensinou;
Meu amor, deusa querida,
Que um dia por mim chorou.

A igreja da matriz,
A minha linda capelinha;
A professora bondosa,
Que foi minha fada madrinha.

Meu amigo dos olhos azuis,
Que um dia partiu pra cá;
Mas aqui sinto-me sozinho,
Quem me dera eu estar lá.

O lindo rio Camaquã,
O suave arroio Duro;
Quero voltar pra minha terra,
Um dia, sei e eu juro.

Nada na vida me importa,
Pois se tudo que eu tinha
Está tão longe daqui,
Está na terra tão minha.

Tudo que tenho na vida,
Está lá em Camaquã;
Meu passado, meu presente,
Meu terno e doce amanhã.

Mas um dia eu quero voltar,
Para minha terra e tenho certeza;
Pois isto aqui não é vida,
É solidão, é tristeza.

É a sucursal do inferno,
Nome que lhe batizei.
Mas a sucursal do paraíso,
É a terra onde me criei.

Lá em Camaquã sempre tive amor,
Amava o sol, o luar;
Me deitava na varanda,
E começava a sonhar.

Até parece tolice,
Mas amava, amava tudo;
Aqui não dá pra viver,
Não adianta, não me iludo.

Vou voltar pra minha terra,
Não sei quando, mas um dia;
Pois é lá que se encerra,
Meu amor, minha alegria.

Parece incrível que aqui,
Haja tanta falsidade
Parece incrível, mas aqui,
Existe pouca amizade.

É um lugar tão bonito,
Mas há tanta ambição
Há mentira, há tristezas.
Também há poluição.

Minha terra é cativante,
Meu paraíso, meu lar;
Quando estou em Camaquã,
Estou feliz a cantar.

Sonho tanto com o dia,
Dia que eu pra lá voltar.
Quero rever minha avó,
E com meu amor quero estar.

Não sei se esta canção,
É de exílio, não sei;
Mas como eu posso deixar,
A terra que tanto amei?

*J.L.BORGES
Porto Alegre.1977