NAUFRAGO
Te quero daninha,
Nefasta e tão minha,
Te quero mulher;
Te quero profana,
Suave e mundana,
Num tempo qualquer.
Te quero na cama,
Acendendo esta chama,
Que inflama o amor;
Te quero no frio,
Teu corpo macio,
Trazendo o amor.
Te quero na porta,
Que aberta conforta,
O meu coração;
Te quero pequena,
Na magia serena,
Da tua tesão.
Te quero cruel,
Com gosto de mel,
Goma de mascar.
Na cadencia do beijo,
O louco desejo,
De me afogar.
*J.L.BORGES
1987
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