OUTONO DA NOSSA DESESPERANÇA.
Parques, ruas e praças, tudo vazio,
Um caminhante solitário aqui e acolá,
um menino de bicicleta passa,
Uma porta a ranger, um carro lá.
Um ônibus pé por pé na parada morta...
Guerra psicológica, Guerra bacteriológica;
Guerra química, ou terceira guerra?
Um sonho surreal que não conforta
Será que a China aprontou a nós,
Através desta semente de terror?
Nações refens clamam a Deus,
Até os ateus convictos clamam ao Senhor.
Foi vírus fabricado em algum quartel,
Ou algo possivel atravez de nossa falha?
Tenho pena da impotência das Nações,
Neste mundo inundado de cobaias.
É assim que me sinto nesta fantasia ,
Edionda e nefasta que nós transcende;
Num mundo sem sonhos e poesias,
Onde a escuridão da desesperança acende.
Quizera eu transformasse este protesto,
Em um poema que valesse a pena,
E a minha pena desenhasse no papel,
O branco da paz no sorriso da esperança.
*JORGE LUIS BORGES
GRAVATAÍ/ BRASIL
2020/03