quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

CAMINHOS DA LIBERDADE

CAMINHOS DA LIBERDADE

Somos poeira de estrelas,

Espalhadas elevadas pelo vento;

Mas unidos numa única voz,

A liberdade.

Liberdade que soa no universo,

Igual canções imortalizadas pelo tempo;

Trazendo na pepita do olhar,

O ouro infinito dos bons sonhos.

No sorriso singelo da criança,

No intimo do coração puro;

Existem quatro caminhos,

Que nos leva a liberdade.

O primeiro caminho é o conhecimento,

O segundo caminho é a fraternidade;

O terceiro caminho é o amor ao próximo,

O quarto caminho... (não sei)

*J.L.BORGES

SUPER LUA...

"SUPER LUA"

La luna leía,

El sol ya ha leído;

La luna espía,

Los sueños míos.

La luna es "cara",

El sol es súper;

La luna es rara,

El sol hace cooperar

La luna es supla,

El sol es "mara

La luna es útil,

El sol es el tipo.

La luna esbelta,

Sol del Atlantico;

Lua que leía

Poemas cuánticos.

* J.L.BORGES

SUPER LUA


SUPER LUA

A lua lia,
O sol já leu;
A lua espia,
Os sonhos meus.

A lua é “cara”,
O sol é super;
A lua é rara,
O sol faz cooper

A lua é supla,
O sol é “mara
A lua é útil,
O sol é o cara.

Lua esguia,
Sol do Atlantico;
Lua que lia
Poemas quânticos.

*J.L.BORGES

JOSEPHINA

                      JOSEPHINA

Josephina foi a o campo,

Foi caçar um quero-quero;

Encontrou uma cascavel,

Que picou a Josephina.

Josephina foi a praia,

Foi tomar banho de mar;

Veio um tubarão careca,

E comeu a Josephina.

Josephina foi a granja,

Foi catar chuchu na cerca;

Encontrou um marimbondo,

Que ferrou a Josephina.

Josephina foi a roça,

Foi plantar mandioca braba;

Encontrou um javali,

Que comeu a Josephina.

Josephina foi a cidade,

A procura de um emprego;

O patrão disse pra ela,

“Só depois de nove meses.”

Josephina então voltou,

A seu rancho a beira estrada;

Encontrou um Mboi tatá,

Que ficou com Josephina.

*J.L.BORGES

ORIGENS DA CHUVA

ORIGEM DAS CHUVAS

No alto dos Andes,

No Aconcágua,

Mora uma deusa,

Num castelo dourado;

Todas as noites,

Ela sonha com o amado,

E sente saudade dele.

As vezes ela chora,

Pela falta de seu amor,

Suas lagrimas viajam com o vento,

E caem na terra.

È assim que se originou a chuva.

*J.L.BORGES

   

INSONIA EN LA SOLIDON

INSONIA EN LA SOLIDON

El viento golpea fuerte en la ventana, el hombre inclinado sobre ella se imagina lo que será el viento.
Tal vez el viento sea el suspiro de un dios apasionado pensando en la doncella, o, el soplo de Plutón tratando de llevar Perséfone a los confines de su infierno.
Infierno? ¿No será por ventura mi infierno interior? Pregunta al hombre. La ventana golpea la mente y se siente tristeza, su soledad lo traga completamente, al apagar de repente las luces de su casa, de su calle de principio a fin.
El viento sigue golpeando sin piedad en la ventana, parece el cuerno de algún monstruo milenario incrustado en la mente de aquel pobre hombre que desea huir, tal vez de sí mismo, pero que queda pegado al umbral de aquella ventana reclamante que gime a cada estacada de aquel viento indecoroso, inocente invisible; perceptible solamente al mirar mate del hombre.
El reloj golpea y su dinero parece apartar el insomnio del hombre solitario que medio sin voluntad va a refugiarse en la cama solitaria que lo espera languidamente para compartir con él su soledad.

* J.L.BORGES

DESPERTA RIO GRANDE...

DESPERTA RIO GRANDE

Mi Rio Grande do Sul olvidado,

Pobre amigo a mendigar afagos;

En este caso,

Que amo y jamás dejo.

Que no se que es,

Sólo tengo pena de la casa;

Este pago sufrido,

Mi Rio Grande olvidado.

En la actualidad,

Y luchar con la espada,

De la sabiduría y de la razón.

Deja de ser mendicante,

En este caso,

El progreso y la unión.

* J.L.BORGES

DESPERTA RIO GRANDE

DESPERTA RIO GRANDE

Meu Rio Grande do Sul esquecido,

Pobre amigo a mendigar afagos;

Sou escravo neste pago,

Que amo e jamais deixo.

Sou gaúcho, não me queixo,

Só tenho pena da casa;

Este pago sofrido,

O meu Rio Grande esquecido.

Desperta rio Grande amigo,

E lute com a espada,

Da sabedoria e da razão.

Deixe de ser mendicante,

Plante meu Rio Grande, plante,

O progresso e a união.

*J.L.BORGES

INSONIA NA SOLIDÃO

              INSONIA NA SOLIDÃO

             O vento bate forte na janela, o homem debruçado sobre ela imagina o que será o vento.
             Talvez o vento seja o suspiro de um deus apaixonado pensando na donzela, ou, o sopro de Plutão tentando levar Perséfone aos confins do seu inferno.
             Inferno? Não será por ventura meu inferno interior? Pergunta o homem. A janela bate laconicamente e ele sente tristeza, sua solidão o engole completamente, ao apagar de repente as luzes da sua casa, de sua rua do inicio ao fim.
             O vento continua a bater sem piedade na janela, parece o chifre de algum monstro milenar incrustado na mente daquele pobre homem que deseja fugir, talvez de si mesmo, mas que fica grudado ao umbral daquela janela reclamante que geme a cada estocada daquele vento indecoroso, inocente invisível; perceptível somente ao olhar fosco do homem.
             O relógio bate e seu din don parece afastar a insônia do homem solitário que meio sem vontade vai refugiar-se na cama solitária que o espera languidamente para compartilhar com ele sua solidão.

 *J.L.BORGES

IL VISITATORE

IL VISITATORE

Sto bene con te oggi

Oggi grido per te;

Vieni, sii mio amico,

Sii la mia luce, sii la mia scienza.

Sono tuo figlio, sai,

Io sono la tua creazione;

Questa fiamma che brucia in me,

Viene da umile preghiera.

Aspetto la tua visita,

Apro la porta della mia anima;

Questo Dio che mi conquista,

È il Dio che mi dà pace.

Vieni, sei il mio visitatore,

Dio della pace e della tranquillità;

Io sono il tuo servo, il mio errante,

E aspetto senza paura.

* J.L.BORGES

O VISITADOR

O VISITADOR

Hoje estou de bem contigo,

Hoje clamo tua presença;

Vem Senhor ser meu amigo,

Ser minha luz, ser minha ciência.

Sou teu filho, tu bem sabes,

Sou a tua criação;

Esta chama que em mim arde,

Vem da humilde oração.

Eu espero tua visita,

Abro a porta da minha alma;

Este Deus que me conquista,

É o Deus que me dá calma.

Vem, pois és meu visitante,

Deus da paz e do sossego;

Sou teu servo, meu andante,

E te espero sem ter medo.

  *J.L.BORGES

NATAL

NATAL

O menino Jesus chegou,

Trazendo luz ao coração;

Do viajante,

Do meu irmão.

Na sua paz,

Trouxe a cruz;

E a certeza,

Que me seduz.

Trouxe no sorriso,

E em seu abraço;

O paraíso,

Ao ser humano.

É um bom amigo,

Este menino;

Que o destino,

Nos presenteou.

Nossa vitória,

Está com ele;

O bom menino,

Que nos entende.

 *J.L.BORGES

MEU ÚNICO DEUS

MEU ÚNICO DEUS

Existem muitos deuses,

Pairando sobre a terra,

E penetrando em nossos corações;

O deus da inveja,

O deus da avareza,

O deus do ciúme,

O deus da traição,

O deus da mentira,

O deus da difamação

O deus da ignorancia,

O deus da calúnia,

O deus da desesperança,

O deus da ganância,

O deus da ira,

O deus da discórdia,

O deus da gula,

O deus da prostituição,

O deus da descrença,

O deus da miséria,

O deus da fome,

O deus do ódio,

O deus da morte,

O deus do caos;

Mas somente um Deus,

Habita em meu coração;

O Deus de meus pais,

O Deus de Jacó,

O Deus de Cristo,

O inigualável,

Deus do amor.

 *J.L.BORGES

DEUS AUSENTE

DEUS AUSENTE

Bato a porta, tu não abres,

Bato palmas, não respondes;

Onde estás que não te vejo?

Eu não sei porque se escondes.

Clamo aos céus tua presença,

Mas senhor, tu não me escutas;

Não percebes que aqui sofro,

Suor e sangue é minha labuta.

  *J.L.BORGES

APENAS COMETA

APENAS COMETA

Não quero ser estrela cadente,

Brilhando neste céu de estrelas;

Quisera ser uma estrela perene,

Mas como não posso,

Deixa-me ser apenas cometa.

Não escolhi para ser passageiro,

Fui escolhido;

Sou apenas passagem neste mundo,

A escolha de um mundo melhor.

Hoje quero dormir sem culpa,

Para talvez acordar;

Eu outra dimensão Senhor,

Se deixares eu ser apenas cometa.

      *J.L.BORGES

AGRADECIMENTO

AGRADECIMENTO

Obrigado Senhor, pois estou vivo,

Obrigado Senhor, estou contigo,

Eu não quero jamais te ver partir,

Obrigado Senhor, te peço sempre,

Eu te tenho Senhor em minha mente,

Igual imagem de um filme a colorir.

Obrigado Senhor, a solidão,

Desapareceu com tua presença;

És agora Senhor o meu parceiro,

Alojado dentro de meu coração.

Em ti Senhor encontrei enfim a minha paz,

A quietude que sempre desejei;

Obrigado Senhor mais uma vez,

És minha luz, és a vida, és meu rei.

 *J.L.BORGES

ESENCJA BOZA

ESENCJA BOŻA

Chciałbym stworzyć wiersz,

Ale nie jestem Bogiem, aby to stworzyć;

Nie jestem lepszą istotą, jeśli chodzi o coś skomplikowanego do zrobienia,

Ale mam mózg i mam umysł;

Jeśli mam umysł, jestem ludem, kopią Boga;

Będąc kopią Boga, mam jego esencję,

Punkt światła, który świeci wylewnie,

We wszechświecie, które Bóg stworzył,

Dlatego jestem gotów coś stworzyć,

Zrób wiersz, może wiersz.

* J.L.BORGES

ESSENCE DE DIEU

ESSENCE DE DIEU

Je voudrais créer un poème,

Mais je ne suis pas Dieu pour le créer;

Je ne suis pas un être supérieur pour quelque chose de complexe à faire,

Mais j'ai un cerveau et j'ai un esprit;

Si j'ai un esprit, je suis un peuple, une copie de Dieu;

Étant copie de Dieu, j'ai son essence,

Un point de lumière pour briller effusivement,

Dans l'univers que Dieu a créé,

Voilà pourquoi je suis prêt à créer quelque chose,

Faire un poème, peut-être un poème.

* J.L.BORGES

ESSENZ GOTTES

Essenz Gottes

Ich möchte ein Gedicht erstellen,

Aber ich bin nicht Gott, um es zu erschaffen;

Ich bin kein überlegenes Wesen für etwas Komplexes zu tun,

Aber ich habe ein Gehirn und ich habe einen Verstand;

Wenn ich einen Verstand habe, bin ich ein Volk, eine Kopie Gottes;

Als Kopie Gottes habe ich seine Essenz,

Ein Lichtpunkt um überschwänglich zu leuchten,

In dem Universum, das Gott erschaffen hat,

Deshalb bin ich bereit etwas zu erschaffen,

Mach ein Gedicht, vielleicht ein Gedicht.

* J.L.BORGES

ESENCIA DE DIOS

ESENCIA DE DIOS

Me gustaría crear un poema,

Pero no soy Dios para crearlo;

No soy un ser superior para algo complejo hacer,

Pero tengo cerebro y tengo mente;

Si tengo mente, soy gente, una copia de Dios;

Siendo copia de Dios tengo su esencia,

Un punto de luz que brilla efusivamente,

En el universo que Dios creó,

Y por eso que ando con ganas de algo crear,

Hacer una poesía, tal vez un poema.

* J.L.BORGES

ESSENZA DI DIO

ESSENZA DI DIO

Sono desideroso di creare un poema,

Ma io non sono Dio a crearlo;

Non sono un essere superiore per qualcosa di complesso da fare,

Ma ho un cervello e ho una mente;

Se ho una mente, sono un popolo, una copia di Dio;

Essendo copia di Dio ho la sua essenza,

Un punto luminoso per illuminare in modo effusivo,

Nell'universo che Dio ha creato,

Ecco perché sono disposto a creare qualcosa,

Fai una poesia, forse una poesia.

* J.L.BORGES

ESSÊNCIA DE DEUS

ESSÊNCIA DE DEUS

Ando com vontade de criar um poema,

Porem não sou Deus para o criar;

Não sou um ser superior para algo complexo fazer,

Mas tenho cérebro e tenho mente;

Se tenho mente, sou gente, uma copia de Deus;

Sendo copia de Deus tenho a sua essência,

Um ponto de luz a brilhar efusivamente,

No universo que Deus criou,

E por isso que ando com vontade de algo criar,

Fazer uma poesia, talvez um poema.

*J.L.BORGES

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

CAMPO SANTO

CAMPO SANTO

Fica escuro o pensamento,

Fica fosco o coração;

Onde a luz não tem presença,

Onde o vácuo é solidão.

Num repente o sono vem,

Pra nunca mais acordar;

Sono sem sonhos, sem nada,

Estrela negra a brilhar.

Volta ao pó frágil matéria,

Depois de uma vida de sonhos;

Nada resta nada fica,

Nem mesmo um riso tristonho.

Fica mudo o pensamento,

Fica estático o coração;

Num turbilhão de silencio,

Onde a luz não tem razão.

   *J.L.BORGES

O NOME DO TRABALHO

O NOME DO TRABALHO

Quem disse pertencer ao mundo,

Dos desprovidos de sorte,

Esqueceu que ela passou

Por si só sem ser notada;

Apenas por má avaliação,

De sua parte,

Perdeu a chance,

De possuir a tal sorte.

A tua chance é um desafio,

Impossível de vencer;

Se estás aqui de braços cruzado,

Esperando tua sorte aparecer.

Sorte é o outro nome do trabalho,

Não cai em nossas mãos por mero acaso;

É uma mulher esperando a conquista,

Se não a conquistarmos

Jamais a teremos a nosso lado.

 *J.L.BORGES

PROFANA

PROFANA

Teu feitiço e broca,

Furando aos poucos meu coração;

Uma roca,

Fiando lentamente a ilusão.

Teu corpo é uma chama,

Tu me chamas todo o dia;

Fantasiando-se de alegria,

Mostrando que és putana.

Eu em ti ando perdido,

No fundo do labirinto;

Teus beijos meu absinto,

Em algum tempo esquecido.

Onde o amor era insano,

O pecado vaginal;

Vertente original,

Neste teu corpo profano.

 *J.L.BORGES

VISÃO

VISÃO

Nos confins do Tocantins,

Vejo um índio sorridente;

Índigo no corpo escuro,

Goma de mascar nos dentes,

Nos confins do Solimões,

Corre um rio de diamantes;

Abundante de mercúrio,

Latas de refrigerantes.

Nos confins do Parintins,

Vejo um horizonte novo;

Amazônia devastada,

Para alimentar o povo.

  *J.L.BORGES

MENOR ABANDONADO

MENOR ABANDONADO

Ainda hoje vejo,

Na parede de meu quarto,

Seu nome gravado;

Fico olhando e pensando em você,

Então choro em desatino,

Feito um menino,

Um cão sem dono.

Sou um menor abandonado,

Andando e falando sozinho

Sem presente e sem futuro,

Sem rumo e sem destino,

Seguindo em frente;

Com medo de cair neste caminho,

E não ter ninguém para me auxiliar.

*J.L.BORGES

LEÃO ADORMECIDO

LEÃO ADORMECIDO

Você pode ser o dono do meu suor,

Mas jamais será de meus pensamentos;

Você pode ser dono do meu corpo,

Mas a liberdade ainda mora em mim.

A vontade de ser livre esta dentro de minha alma,

Hospedeira adormecida pronta a despertar;

Você , o meu algoz irá estremecer,

Quando enfim do sono eu despertar.

Sou fera adormecida, leão bradando paz,

Sementes de igualdade e flores de justiça;

No ócio da injustiça serei brasa andejante,

Ardendo em corações cansados de dormir.

 *J.L.BORGES

INFERNO INTERIOR

INFERNO INTERIOR

Onde será meu inferno?

Será na Tasmânia com seu demônio,

Um pandemônio invadindo meu inferno,

Castelhano do hemisfério sul?

Onde será meu inferno?

Será no muro descartável de Berlim;

Onde a Europa medieval com seu jardim,

Curva em plena aurora boreal do sim?

Onde será meu inferno?

Será na ditadura militar que nunca acaba;

Ou será no regime caribenho,

Em plena Cuba que jamais naufraga?

Meu inferno eu hoje descobri,

Este inferno está contido em mim;

Onde flores despudoradas esperam a abelha,

Para fazer meu mel, meu fel, meu fim.

*J.L.BORGES

TEU CACHORRO PARTICULAR

TEU CACHORRO PARTICULAR
(PONTO FINAL)

Sou alma cansada,

De tanto apanhar,

Por nada e mais nada,

Apanhar por prazer,

De algum senhor mau,

Que adora bater.

Eu sou réu escravo,

Sou teu sim senhor,

Tu me escarrando,

Eu te bajulando,

Lambendo teus pés,

Abanando meu rabo,

E uivando pra lua;

Vivendo na rua,

Sem nada esperar.

Eu lavo teu carro,

Eu lavo tua casa,

Estou a teu lado,

Sempre te servindo,

Se tu me repreende,

Eu nunca contesto;

Não tenho nem sexo,

Pois o sou o teu nada.

Sou teu cachorrinho,

Lambo teu carpim

De ti nada espero,

Mas espero da vida,

O meu breve fim.

                         *J.L.BORGES

LUTO

LUTO

Porto Alegre acordou de luto,

Mais uma criança partiu,

Mais um ancião desapareceu;

Mais um traficante em frente a escola,

Meninos cheirando cola,

Mais um indigente morre de frio.

Um jovem corpo tombou depois da curva,

Num grito desesperado;

Um pai de família desempregado,

Um inocente colocado na prisão;

Um recém nascido a gemer de fome,

A implorar seu leite e pão.

Porto Alegre está agonizando,

Neste cotidiano de culpa e de pecado;

Falsas promessas envergonhado os muros,

Na escura reflexão de algum demagogo;

Vejo assim uma multidão desiludida

Um povo cativo e degradado.

Porto Alegre esta em trazes de luto,

Pouco espera desta realidade;

Vidas perdidas, esperanças quebradas;

Um bêbado homicida na estrada,

Um sonho drogado,

Acabado e mais nada.

  *J.L.BORGES

CAOS

CAOS

É o caos do mal,

É o caos da lama;

A negra chama,

Do caos do mal.

O caos da fome,

O caos que engana;

É o cão na lama,

Que nos consome.

O caos suplicio,

É o negro caos;

Navio a pique,

No frio do cais.

O denso caos,

Tem fama e nome;

É o caos da fome,

O cão do caos.

*J.L.BORGES

ANJINHOS NA CIDADE DECADENTE

ANJINHOS NA CIDADE EM DECADÊNCIA

Miséria e loucura,

Amigos carentes;

Procura sem preço,

Começo doente.

Anjinhos drogados,

De sonhos inocentes;

Um riso apagado,

Na face da gente.

Miséria nefasta,

Rasgando tua mente;

A droga que mata,

Te deixa demente.

Anjinhos do bem,

Na selva ardente;

Da negra cidade,

Hoje decadente.

   *J.L.BORGES

DAMA DE AZUL*

DAMA DE AZUL

DAMA DE AZUL

No azul do céu um balão flutua,

No olhar bonito vejo um sonho azul;

Um riacho azul a beijar os campos,

Tantos pirilampos a beirar lençóis.

Entre as alvoradas vejo a dama azul,

A manchar minha roupa com batom azul;

Entra em meu quarto feito luz azul,

Deixa tatuagens por meu corpo todo.

Vai embora enfim esta dama azul,

Mas deixando a vida bem azul pra mim;

Olho para o céu e vejo um balão,

No olhar bonito vejo um sonho azul.

 *J.L.BORGES

PHILOMENA

PHILOMENA

Tigresa encantada, sou teu terapeuta,

E tu malabarista flutuas sem fim;

Fazendo loucuras igual borboletas,

Dando a impressão que flutuas em mim.

És luz envolvente em mil primaveras,

De um olhar tão distante perdido que um dia perdi;

Eu hoje pareço um menos dependente,

Num circo encantado bem longe de ti.

Tigresa envolvente povoando meus sonhos,

E eu apaixonado pensando em ti;

Gravando-te eternamente no fundo do meu ser,

Para assim poder dormir sonhando contigo.

Acordar no outro dia e sentir o odor dela,

Olhar sua foto sorrindo pra mim;

Linda mulher povoando meus sonhos,

Dando a certeza que flutuas em mim.

*J.L.BORGES

MARIA MADALENA

MARIA MADALENA

Te quero bem menina,

Te quero bem mulher;

Aqui na minha cama,

Serpente a me envolver.

Te quero em minha insônia,

Promessas de menina;

A fada encantada,

Brilhando nas esquinas.

Se és tudo, és meu dia,

Minhas noites de procura;

A onde a loucura,

Te ilumina, oh! Menina.

Pareces Madalena,

Mulher de minha vida;

A onde o amor renasce,

Sem pena e sem guarida.

Teus beijos me enlouquecem,

Tuas curvas densas em mim;

Se te quero, se estou a fim,

Meus braços te padecem.

Maria Madalena,

Passado de um futuro,

A onde o sol escuro,

Não tem pena de mim.

Maria Madalena,

Amor sem ter alcance;

Utopia... Volúpia... Nuance,

Sorriso cativante.

 *J.L.BORGES

ALEM DAS ESTRELAS

ALEM DAS ESTRELAS

Sinto falta de meus amigos,

Sinto falta de meus medos;

Sinto falta da mocidade,

Sinto falta de meus brinquedos.

Tudo é vazio em minha volta,

Vejo a porta da saída hoje fechada;

Uma vida quase morta, pouco importa,

O final é o inicio da jornada.

As canções que ouvia de manhã,

Na inocência do amor que encontrava;

Que saudade que eu te tenho Camaquã,

Nunca mais te verei, minha namorada.

Meus amigos da esquina não tinham preço,

Nem começo de amar estas meninas;

Hoje eu longe já mudei de endereços,

Sem recomeço vou levando minha sina.

Que saudade que eu tenho meus amigos,

Dá vontade de até recomeçar;

E voltar a Camaquã, meu mundo antigo,

Sem ter pressa nem vontade de acordar.

*J.L.BORGES

VOU EMBORA PRA BAHIA

VOU EMBORA PRA BAHIA

Que vontade de ir a Bahia!

Ir rezar no Senhor do bomfim,

Tomar banho nas praias vazias,

A meu Deus, que alegria,

Na Bahia poder morar.

Meu Senhor quero ira pra Bahia,

Quero conhecer o pelourinho,

Cicatrizes de dor e carinho,

Um espinho em meu Salvador,

E o elevador Lacerda também.

Meu Senhor quero ir pra Bahia,

Um passado de gloria e batuque,

Seus relevos de tantas historias,

Me dá frenesi e cutuque,

Na Bahia eu quero morrer.

 *J.L.BORGES

SAPUCAIA

SAPUCAIA

Sapucaia do sul,

Tão pertinho de mim;

Onde a vida é um jardim,

Onde o céu é azul.

Sapucaia do sul,

Onde a vida começa;

Onde o dia é uma festa,

Onde a noite é azul.

Estou de bem com a vida,

Te sonhando, oh cidade!

Sem ter medo e idade,

De te amar, oh querida!

Que cidade tão linda,

Que cidade tão bela;

Eu aqui da janela,

Vejo a paz que não finda.

 *J.L.BORGES

FLORES DE PORTO ALEGRE

FLORES DE PORTO ALEGRE

Meu porto alegre de tão alegre,

Me deixa triste, me faz chorar;

São poças dagua e tantas magoas,

No fundo triste de teu olhar.

Vejo crianças em Porto Alegre,

Roubando sonhos e esperança;

Vida tão curta que não consegue,

Na curta vida ser a criança.

E a vida segue em Porto Alegre,

Como confetes de carnaval;

Se sigo em frente, eu sigo sempre,

Meu Porto alegre do bem e do mal.

Se quero sempre estar contigo,

Tu és a mãe minha cidade;

Tu és abrigo no amanhã,

Um palco imenso na eternidade.

Me dá tristeza se estou distante,

Eu fico melancólico, quase a chorar;

Mas se te vejo, minha Porto Alegre,

Renascem flores em meu olhar.

*J.L.BORGES

TU ÉS

TU ÉS

Tu és senhor dos ventos,

Senhor dos mares,

Senhor das tormentas,

Senhor do fogo,

Senhor das colheitas,

Senhor das estações.

Tu és senhor da fartura

Senhor da saúde,

Senhor da guerra,

Senhor da paz,

Senhor da morte.

Tu és senhor do conhecimento,

Senhor dos astros,

Senhor do tempo,

Senhor da sabedoria,

Senhor da ciência,

Senhor da abnegação.

Tu és senhor da noite,

Senhor do dia,

Senhor da esperança,

Senhor da luz.

Senhor das trevas,

Senhor do vácuo.

Tu és senhor dos movimentos,

Senhor de todos os sons,

Senhor de todas as cores,

Senhor de todos os amores,

Senhor de todo o equilíbrio,

Senhor do impossível.

Tu és senhor da lua,

Senhor do sol,

Senhor dos astros,

Senhor dos átomos,

Senhor do universo em expansão,

Senhor dos buracos negros.

Tu és senhor dos sonhos,

Senhor da ausência,

Senhor da presença,

Senhor do presente,

Senhor do passado e do futuro.

Tu és senhor do sono,

Senhor do abandono,

Senhor da compreensão,

Senhor do inicio e do fim,

Senhor do fraterno,

Senhor de mim.

 *J.L.BORGES

SENHOR

SENHOR

Tu és Senhor meu Deus,

Senhor do vento que sopra em nós;

Senhor de todos os sons,

Senhor da voz.

Tu és Senhor dos mares

Tu és Senhor do movimento,

Tu és senhor do fogo,

Da chuva e do vento.

Tu és Senhor da lua,

Senhor de todos os astros;

A mão que embala a vida,

Na paz do lento espaço.

Tu és Senhor do sal,

Tu és Senhor do sol;

Senhor da virgindade,

No branco do lençol.

Tu és Senhor das trevas,

Tu és Senhor da luz;

Da paz que alimento,

A fé que vem da cruz.

Tu és Senhor da guerra,

Senhor das colheitas;

Senhor da abundancia,

A espera que fomenta.

Tu és Senhor dos átomos,

Senhor de todas as cores;

Do dia que anuncia,

A noite e seus amores.

Tu és Senhor do sonho,

Senhor das madrugadas;

Tu és Senhor do sono,

Descanso das jornadas.

Tu és Senhor do vácuo,

Do riso e da dor;

Senhor do equilíbrio,

Na primavera em flor.

Tu és Senhor da vida,

Tu és Senhor da morte;

Senhor de todas as atitudes,

Também Senhor da sorte.

Tu és Senhor das artes,

Senhor de todo o conhecimento;

Senhor do inicio eterno,

De todos os momentos.

Tu és senhor das potestades,

Que flutuam em meu jardim;

Senhor da poesia,

Do inicio e do fim.

*J.L.BORGES

SEMENTES DA MULTIDÃO

SEMENTES DA MULTIDÃO

Sou feliz pois Deus me chama,

Deus me chama e eu sou feliz;

Meu coração não reclama,

Sou feliz pois Deus me ama.

Seja na dor ou na alegria;

Tenho Deus sempre a meu lado;

Tenho Cristo imaculado,

Iluminando meus dias.

Se Cristo morreu na cruz,

Também sei, ressuscitou;

Seu sangue o mundo lavou,

Nos deu a paz da sua luz.

Já fui ovelha desgarrada,

Jesus, o meu bom pastor;

Nas batalhas o mediador,

Do bom combate a espada.

Sei que és agricultor,

Eu apenas tua semente;

Esta voz de muita gente,

Te procurando, oh Senhor!

 *J.L.BORGES

DEUS INCÓGNITO

DEUS INCÓGNITO

Quero questionar comigo mesmo,

E saber onde está Deus;

Quero questionar contigo irmão;

E saber se a eternidade é dom de Deus.

Será que a vida não é apenas sonho?

Se for sonho tenho medo de acordar;

Pois nada sei da eternidade,

Esta porta fechada que não sei abrir.

Nesta gente que se encontra a minha volta,

Vejo estrelas que refletem em cada olhar;

Como o espelho mágico de algum parque,

Nos mostrando que a vida é um mistério.

Uma ilusão tatuada no universo,

Em cada sol, em cada pó que o vento leva;

Fazendo-me perguntar a todo instante,

Em que nuvens tu levitas Deus incógnito.

*J.L.BORGES




MINHA CRENÇA MAIOR

MINHA CRENÇA MAIOR

Deixe-me acreditar que existe Deus,

Deixe-me acreditar que a justiça,

É a semente que Deus agricultor,

Plantou na alma deste povo.

Deixe-me acreditar que existe vida,

Alem do sol, bem alem do universo;

Quero acreditar que a fraternidade,

Habita ainda no coração desta gente.

Deixe-me acreditar num sonho lindo,

No paraíso ao alcance de minha mão;

Acreditar no sorriso do amigo,

No afeto inocente da criança

Deixe-me acreditar na esperança,

De um futuro melhor para esta gente;

Longe da ganância... da fome... do medo

Quero acreditar que sou humano.

 *J.L.BORGES

CONQUISTA

CONQUISTA

Palavra fácil de pronunciar,

Mas tão difícil de conseguir;

Estrada de sonhos que o ser humano,

Teimosamente tenta prosseguir.

Tudo é tão mágico nesta palavra,

Parece simples, porem não é;

Não basta ter só oportunidade,

Também depende da nossa fé.

Não só de sorte precisa o homem,

Para conquista-la é preciso ter paciência;

E sem pressa enfim saborear,

O doce fruto da experiência.

 *J.L.BORGES

VIDAS PARALELAS

VIDAS PARALELAS

Não tem arroz, não tem feijão;

Não tem farinha pra ter o pão.

Carne não tem e não tem leite,

Nem mesmo azeite o pobre tem.

Não tem salada e nem café;

Nem mesmo a fé tem o irmão;

Não tem açúcar e nem tempero,

Pra temperar o coração.

E o povo farto de tanta fome,

Que lhe consome espera o nada;

A vida é fria, a chuva é fina,

A alma geme, tão desgraçada.

Braços cruzados a esperar,

Como um cativo o seu castigo;

Olhar perdido no inimigo,

Que lhe escarra e estende a mão

Pois nasceu pobre e morrerá

Sem religião e sem escola;

Bem como está pois nada muda,

Vive de sobras e de esmolas.

Sem educação a pobre gente,

Não tem conceito, não tem limite;

Somente a vela quase apagada,

De sua crença, gasta semente.


Sem ter estudo e profissão,

Este meu povo tem quase nada,

Falta-lhe o provento e a religião,

Tudo de velho,Nada de novo.

Não tem vontade nem de sonhar,

Não tem anseios e deixa estar

Até o riso ele perdeu

Só dá vontade e de chorar.

Triste num canto o pobre homem,

Lembra a infância e seus amigos;

Que agora não possui mais,

Nem mesmo a paz ficou consigo.

E não tem casa para morar,

Nem mesmo terra para plantar;

Não tem presente, só tem passado,

Nem o futuro é esperado.

Sem ter mais nada vai pra cidade,,

Que lhe estende os braços e lhe devora;

E assim prossegue sem sociedade,

Povo as margens desta cidade.

*J.L.BORGES

RACISMO

RACISMO

Meia noite e eu no beco,

Olhando ma lua vadia;

Lembrando de velhos guetos,

A onde arrastavam o dia.

Vejo sangue de inocentes,

Presente na nostalgia;

Vejo ilusão nesta gente,

Que olha a luz vazia.

Na dança dos imortais,

Peço musicas de um sem fim;

Levando a dor desta paz,

Cansada e perdida em mim.

Meia noite já passou,

Mas vejo a lua perdida;

No sonho que não bastou,

Nesta mente enlouquecida.

São contos da meia noite,

Perdidos num mundo ateu;

De braços, laços, açoites,

Pobre do negro e o judeu.

*J.L.BORGES

POVO SANTO

POVO SANTO

Abra as portas do teu coração,

Diga sim para a vida;

Mesmo que ela atrevida,

Para ti diga não.

Te aqueça com luz esquecida,

Que agora renasce de novo,

Diga adeus a tristeza,

Diga sim a este povo,

Este povo que é santo.

Amigo te revelo meu segredo,

Nunca fiques sentado na estrada;

Vendo estes carros passarem,

Te jogando pó e mais nada.

Nunca fiques a ouvir navios que apitam,

Sob as nuvens escuras que sufocam;

Logo alem deste sonho arrasado,

Onde o gatuno é o vilão que comanda.

Seja santo igual este povo,

Esta gente encantada que luta;

Com a enxada feito espada na terra,

Te trazendo o suor da labuta.

Santa gente que luta com a enxada,

Sua espada a prover alimento;

Te trazendo fartura a mesa,

Mas pedindo um pedaço de pão.

 *J.L.BORGES

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

NOITE ESFINGE

NOITE ESFINGE

No som da paz lunar,

Vejo fadas e duendes a bailar;

Sob o manto azul metálico,

Deste céu a me espelhar.

A noite chega,não avisa mais;

Vem madrugada, vai madrugada;

Nem as estrelas me olham mais,

O sol noturno não mais aquece.

Me torno quedo, me torno surdo,

E com espanto me vejo mudo

A contemplar a noite esfinge,

De vinte séculos a me espiar.

 *J.L.BORGES

LOBOS

LOBOS

Num mundo repleto de falsa inocência,

Feliz é a noite, alegre é o dia;

A onde a lua jamais amanhece,

A onde adormece os sonhos do jovem.

Num tempo de lutas a dor continua,

E o jovem mistério sorri sem saber;

Que no meio da vida recatada e nua,

A efêmera virgindade deixou de existir.

Numa tarde veloz a noite bateu,

Na porta do homem que aos poucos sumiu;

Deixou de existir, ou nunca existiu?

Não sei, só o vento quem deve saber.

Num campo de sonhos os lobos,

Pacientes esperam o pão que faltou;

Também a criança espera inocente,

O pão que faltou na mesa vazia.

Num triste momento os lobos reclamam,

Para a lua altiva, também para o homem;

Se a fome consome a calma dos lobos,

Eu fico a pensar, o que será das crianças?

*J.L.BORGES

FLOR DO FUTURO

FLOR DO FUTURO

Estradas rasgando o horizonte vazio,

Levando o andante sombrio e soturno;

Andante que deixa na estrada a certeza,

Que o mundo também é um desafio.

São levas de gente a procura do nada,

Na estrada cruel deste novo destino;

Mostrando nas mãos as marcas de um tempo,

Trabalho em vão em longas jornadas.

A procura do basta caminha esta gente,

Sem ponto de apoio, sem tréguas, sem nada;

Bandeiras tremulam nas vozes cansadas,

Pedindo um pouco de terra e semente.

No nada que ganham recebem promessas,

Palavras ensaiadas e tapinhas nos ombros;

São homens humildes em humildes pedidos,

Tesouro no lodo em meio aos escombros.

Com tanta promessas retorna esta gente,

Levando a certeza de um dia plantar;

No seio da terra a flor do futuro,

Que rasga o escuro, e até faz sonhar.

*J.L.BORGES

OCEANO

OCEANO

No pranto de teus olhos,

Eu vejo esta procura;

E me encontro a navegar;

Se é doce navegar,

O amor que me enlouquece,

É o amor que faz sonhar.

No azul de teu olhar,

Me torno um menino

Brincado de juventude;

Procuro teus encantos,

No salgado de teus prantos

Sorrisos a mergulhar.

Amor, não chores mais,

Não chores pois te amo,

E quanto tu mais choras,

Percebo que mais te amo,

E explodo neste amor,

A vaga onde me inflamo.

Amor, não chores mais,

Vem cá, eu te espero,

Sou porto e tu meu barco;

Vem leve, pois te amo,

Meu barco a navegar

Ao longo do oceano.

  *J.L.BORGES

NECESSIDADE

NECESSIDADE

Eu preciso de ti,

Como preciso da chuva,

Como preciso do vento.

Eu preciso de ti,

Como preciso da musica,

Eu te preciso querida,

Por todo o momento.

Eu preciso de ti,

Como preciso do fogo,

Como preciso da luz.

Eu preciso de ti,

Como preciso da paz;

Eu te preciso querida,

Como preciso da cruz.

Eu preciso de ti,

Como a noite da lua,

Como o dia do sol,

Como a abelha da flor;

Só de ti eu preciso,

E não sou nada na vida,

Se estás longe meu amor.

*J.L.BORGES

MULHER

MULHER

Mulher que me faz sentir,

O gosto da juventude,

Retratado em tantos bares.

Mulher que me faz sentir,

Um deus envolto em luares,

Sem medo de seduzir.

Mulher que me faz voltar,

Ao jardim do meu passado,

Passado que nunca passa.

Mulher que me faz eterno,

Estatua de um deus belo,

Estático em alguma praça.

Mulher que me torna criança,

Faz voltar a esperança,

A vontade de querer.

Mulher que abraça meu corpo,

Mulher que beija minha boca,

Mulher que me faz sofrer.

*J.L.BORGES

MINHA LUZ

MINHA LUZ

Um dia vi uma luz,

Esta luz me guiou a você;

Um dia vi uma luz,

Esta luz é você.

Nesta noite sem graça que passa,

As estrelas não brilham no céu;

Eu porem te percebo querida,

Nesta foto sorrindo pra mim.

Eu te quero e sei que me queres,

E me esperas em teu quarto, ofegante;

Sou teu rei e tu minha dama,

A mulher mais querida e amante.

Vem mulher ilumine minha alma,

Com tua luz abundante e precisa;

A teu lado milhões de estrelas,

Não são nada.

*J.L.BORGES

NIÑA MUJER

NIÑA MUJER

Mujer hermosa,

Sonrisa que me hechizado;

Con rayos de tormenta,

Mirada de bicho perezoso.

Mujer joven inocente,

Alma en forma de mujer;

El paraíso que la gente,

Más desea y siempre quiere.

Mujer joven,

Una fadinha inocente;

Inundando de esperanza,

El alma frágil de la gente.

Mujer joven,

Flor lila de la ilusión;

Transformando este destino,

La llama de esta pasión

Bajo las hojas de otoño,

Soy tu duende, niña;

Tal vez el hombre apasionado,

Que por ti siente fascinación.

Los gnomos te adoran,

El dios del viento también;

Yo te adoro más aún,

Chica mujer, mi bien.

* J.L.BORGES

DONNA DELLA RAGAZZA

DONNA DELLA RAGAZZA

Ragazza bella donna,

Sorridi che mi strega;

Con i fulmini,

Sguardo pigro dagli occhi bug.

Donna innocente,

Anima sotto forma di donna;

Il paradiso che noi,

Più desideri e vuole sempre.

Bambina,

Una piccola fata innocente;

Inondazioni di speranza,

L'anima fragile della gente.

Ragazza donna ragazza,

Fiore lilla dell'illusione;

Trasformando questo destino,

La fiamma di questa passione

Sotto le foglie autunnali,

Sono il tuo elfo, ragazza;

Forse un uomo innamorato,

Che tu provi fascino

Gli gnomi ti adorano

Anche il dio del vento;

Ti adoro ancora di più,

Ragazza, donna, piccola.

* J.L.BORGES

MENINA MULHER

MENINA MULHER

Menina mulher bonita,

Sorriso que me enfeitiça;

Com raios de tempestade,

Olhar de bicho preguiça.

Mulher menina inocente,

Alma em forma de mulher;

O paraíso que a gente,

Mais deseja e sempre quer.

Menina mulher criança,

Uma fadinha inocente;

Inundando de esperança,

A alma frágil da gente.

Menina mulher menina,

Flor lilás da ilusão;

Transformando este destino,

A chama desta paixão

Sob as folhas de outono,

Sou teu duende, menina;

Talvez homem apaixonado,

Que por ti sente fascínio.

Os gnomos te adoram,

O deus do vento também;

Eu te adoro mais ainda,

Menina mulher, meu bem.

*J.L.BORGES

FASCINAÇÃO

FASCINAÇÃO

Mulher que me fascina,

Com sonhos no olhar;

Sorriso de menina,

Sem pressa de acordar.

Por você estou fascinado,

Pois és linda mulher;

Desejo iluminado,

Na ânsia de quem quer.

És minha fascinação,

A droga do momento;

Batendo o coração,

Flutuando com o vento.

Eu sempre te esperei,

No fundo de meus sonhos;

E hoje te encontrei,

Agora sou risonho.

Sua presença me deu paz,

Me fez acreditar;

Que amor que você trás,

Jamais vai terminar.

*J.L.BORGES

JASMIM

JASMIM

Eu sinto o perfume,

Que vem da tua boca,

Percebo que estou a fim,

E sendo assim te quero,

Eu quero ser o teu jardim.

Gnomos encantados,

Falando com a lua,

Estou amor, na tua;

Eu sinto em teu beijo,

Sabor de flor, jasmim,

Percebo, estou a fim.

Eu quero teu sossego,

O amor maior do mundo,

Teu corpo tão fecundo,

A desvendar segredo,

Deixando-me em degredo,

Se não tenho teu corpo.

Se sou só neste mundo,

E não acho teu amor,

Me resta somente morrer;

Morrer nestes teus braços,

Amor, não sei o que faço,

Amor, me deixa renascer.

Sentir o seu ciúme,

A paz de teu perfume;

Amor, vou ser perfume,

Pois sei que estou afim,

Queria ser uma bruma,

Orvalhando teu jasmim.

 *J.L.BORGES

ENTRE O CÉU E O INFERNO

ENTRE O CÉU E O INFERNO

Procuro no infinito,

Do silencio que retumba;

Alguma voz que grite em mim,

Frases de amor que tanto quero.

Tambores batem forte,

Em meu triste coração;

Rompantes de ternura,

Eu vejo em ti.

Eu grito no infinito,

Depois do gozo infindo;

Teu fogo me incendeia,

Me consome.

A luz da tua cama,

É a chama do amor;

Vulcão em ebulição,

Que nunca apaga.

Procuro meu infinito,

Na chama de teus olhos;

Te vejo me acenando,

Sorrindo junto a mim.

No fogo deste inferno,

Encontro o paraíso;

Um amor que se completa,

Eu teu nirvana.

 *J.L.BORGES

PAIXÃO

PAIXÃO

Você é o meu remédio,

Minha droga alucinante;

A paixão que a todo instante,

Me transporta deste tédio.

Me levando a algum lugar,

Bem pra lá do infinito;

Onde seu olhar bonito,

É farol a iluminar.

Eu sem pressa de partir,

Em seus braços me aconchego;

Sem temer e sem ter medo,

Da saudade ressurgir.

Estando aqui em seus braços,

De nada sinto saudade;

Somente tenho vontade,

De saciar-me em seus abraços.

E depois, tenho certeza,

Sorver seu belo sorriso;

O paraíso preciso,

Longe da longa tristeza.

*J.L.BORGES

MÁSCARA


“MASCARAS”

Somos todos tolos mascarados,
Neste ilusório cotidiano perverso;
Sufocados por meras convenções que nos oprime,
E fingimos assim nos aliar ao adverso.

Temos muitas mascaras por usar,
Escondidas em nosso armário carcomido;
Lotados de fracassadas ilusões efêmeras,
Onde alimentamos nossos medos reprimidos.

Este mundo mudo nos sufoca,
Com ruídos infernais em nosso espírito;
Nossa alma bela e frágil usa suas mascaras,
“Auto proteção”, diz ela em alto grito.

E quando chega a noite sós voltamos,
Em nossas casas em vão trocamos nossas mascaras;
E nos trancamos com trancas mosqueadas,
Lavamos nossos corpos, retocamos nossas caras.

Com rouge ou com baton,
Com creme de barbear;
Limpamos nossos corpos, ficamos então desnudos,
Até o outro dia, um novo começar.

*J.L.BORGES

MASCHERA

"Maschera"

Gli animali, in particolare gli insetti nel loro habitat naturale cercano passare inosservato per non essere mangiati dai loro predatori, è che gli esseri umani non dovrebbero imitare e adottare questa procedura naturale degli insetti?

Il più grande mai rondini il più piccolo, il più grande mai annienta il più basso sia nella materia fisica, come nella questione intellettuale, i poveri in spirito, la scarsa conoscenza bisogno di avere la luce del saggio per illuminare il vostro sentiero oscuro.

In questo crudele conflitto tra l'oppressore e l'oppresso sempre perdere i più deboli, soprattutto se non c'è unità tra di loro, che la catena alimentare che è crudele e necessario è paragonabile, allora dovremmo cercare di imitare gli insetti e passare inosservato davanti ai nostri predatori (nemici )?

Le maschere saranno sempre necessari per la sopravvivenza umana, perché questo avvenga dobbiamo vivere con relativo successo di travestimenti sottili, solo allora possiamo superare queste società contrattempi madre che è crudele e anche più vendicativo Madre Natura.

* J.L.BORGES

MASCHERA


"Maschera"

Siamo tutti stupidi mascherati,

In questo illusorio male quotidiano;

Soffocato da mere convenzioni che ci opprimono,

E fingiamo di allearci con l'avversario.

Abbiamo molte maschere da usare,

Nascosto nel nostro armadio di vermi;

Pieno di illusioni effimere fallite,

Dove nutriamo le nostre paure represse.

Questo mondo muto ci soffoca,

Con rumori infernali nel nostro spirito;

La nostra anima bella e fragile indossa le sue maschere,

"Autoprotezione", dice a gran voce.

E quando la notte arriva da sola, torniamo,

Nelle nostre case invano abbiamo cambiato le nostre maschere;

E ci siamo chiusi con le ciocche macchiate,

Laviamo i nostri corpi, ritocciamo i nostri volti.

Con rouge o con rossetto,

Con crema da barba;

Abbiamo pulito i nostri corpi, eravamo allora nudi,

Fino all'altro giorno, un nuovo inizio.

* J.L.BORGES

SEDUÇÃO

SEDUÇÃO

Um riso inocente,

Um brilho envolvente,

Em teu olhar.

Palavras coerentes,

Suspiros na voz,

A sussurrar

O amor que me envolve,

Talvez absolve,

A sedução.

Te quero comigo,

Eu sou teu abrigo,

Tua paixão.

*J.L.BORGES

PONTO FINAL

PONTO FINAL

Com passos de chumbo caminho a seu lado,

Em câmera lenta me encontro em você;

Se és o espaço vazio que me falta

Me encontro a seu lado estando em você.

Seu riso leviano de fada madrinha

É o doce feitiço que sempre esperei;

Se sou seu escravo, sou tudo na vida,

Te quero e padeço se longe estás.

Com passos de chumbo eu sigo seus passos,

Seus rastros de flores na densa estrada;

Se és minha amada, sou eu o seu amo,

Te quero bem mais que a vida que tenho.

Não mais te esqueço mulher de minha vida,

Que um dia qualquer sorriu junto a mim;

Te amo, te quero;te espero a meu lado,

Jamais vou deixar-te e ponto final.

*J.L.BORGES

QUEIXA

QUEIXA

Eu quero aprender um pouco,

Te conhecendo amor

Viver esta vida,

A teu lado.

Eu quero te envolver,

E deixar-me envolver por ti;

Esquecer o que passou,

E abraças este presente.

Fiques a meu lado,

Eu te quero, tu me queres;

Se eu te quero e tu me queres,

É só isso que preciso.

Para achar meu paraíso,

É só isso que espero;

Se te quero e tu me queres,

É só isso que preciso.

Sou estrela efervescente,

Na certeza que te amo;

Este amor, doce presente,

Te reclamo.

 *J.L.BORGES

TOMATES VERDES

TOMATE VERDES

Sedução,

Amor na contra mão;

Entrando devagar,

Em mim.

A vida florescendo,

Igual tomates verdes;

Sem tempo e nem momento,

De partir.

Se vejo teu pecado,

Pareço uma avestruz;

O teu bicho papão,

Tua cruz.

Seduz-me com teus beijos,

Me torne outra vez menino;

Rompantes que o destino,

Pintou neste desejo.

Seduz-me outra vez,

Sou ave;

Falcão incandescente,

Minha astronave.

*J.L.BORGES

TEOREMA DE PITÁGORAS

TEOREMA DE PITÁGORAS

No cateto ao quadrado de teu olhar,

Com o cateto ao quadrado do teu sorriso,

Eu descobri a hipotenusa,

Do paraíso.

Se dois mais dois é igual a quatro,

Quatro ao quadrado é dezesseis;

Tanta doçura que necessito,

Só outra vez.

Raiz quadrada de teu amor,

É igualdade na matemática;

Sou teu escravo computador,

Na informática.

Se tu me amas eu te completo,

Se tu me queres vou computar;

No par fecundo de teus catetos,

Hipotenusa de teu olhar.

 *J.L.BORGES

SONO SEM SONHOS

SONO SEM SONHOS

Meu sono é sem sonhos,

Sem luzes, sem nada,

Aqui da estrada eu penso em sonhar,

Um mundo encantado,

De mil madrugadas,

Uma fada encantada,

Este sol a brilhar.

Depois de mil noites,

Me torno um califa,

Um bicho preguiça,

Dormindo em árvores,

De um bosque encantado,

Alem do jardim,

Povoados de ninfas,

Sacis, querubins.

*J.L.BORGES

QUINZE ANOS NO PASSADO

QUINZE ANOS NO PASSADO

Mil novecentos e oitenta,

Há quinze anos atrás

Vivendo em busca de sonhos,

Eu, apenas um rapaz

Sem medo do amanhã,

Pensando apenas no hoje;

O pão nosso de cada dia,

Nos daí apenas hoje.

Não era mais criança,

Era apenas mais um rapaz;

Sorvendo e galgando sonhos,

Há quinze anos atrás.

Hoje tenho mais de trinta,

Eu sou um homem maduro;

Sorvendo e galgando sonhos,

De um modo mais seguro.

Pensando em voar mais alto,

Pensando em sonhar maior;

Igual como a quinze anos,

Sonhar com um mundo melhor.

E assim plantar a semente,

De quinze anos atrás;

Sem esquecer que sou passagem,

Na estrada do quero mais.

*J.L.BORGES


PACATO CIDADÃO

PACATO CIDADÃO

Tu já fostes feirante,

Jornaleiro e policial;

Um convicto fumante,

Repórter de jornal.

Trabalhastes em tantos rádios,

Em studios de televisão;

És o elo do passado,

Com o presente meu irmão.

Eu também já fiz de tudo,

Fui herói e prisioneiro;

Um andante sonhador,

Por este Brasil inteiro.

Hoje vago por ai,

Um pacato cidadão;

Nos flagrantes desta vida,

Esquecida de emoção.

No abandono do meu sono,

Fiz-me luz e ilusão;

E a cruz nas minhas costas,

Se tornou religião.

Hoje sou poeira na vida

Dia a dia, ano a ano;

Neste rio que não deságua,

Nunca mais sou oceano.

Se me olho no espelho,

Eu te vejo meu amigo;

Nunca igual como nos vídeos,

A lembrar filmes antigos.

Eu te vejo em meu presente,

Dentro da televisão;

Me mostrando que é importante,

Ser pacato cidadão.

                  *J.L.BORGES

Este poema é para as pessoas que foram de tudo um pouco na vida e hoje encontram-se numa encruzilhada buscando um futuro melhor sem saber que o que vale é presente vivido.

NO FUNDO DO CORPO

NO FUNDO DO CORPO

No fundo do corpo,

Do vinho que vejo;

O beijo bendito,

Estampado no fundo.

Eu sinto o desejo,

Ardente no beijo;

No fundo do corpo,

Do copo que eu vejo.

É um sonho bendito,

Bonito talvez;

A onde reflito-me,

No copo de vinho

Mostrando o passado,

Mostrando o infinito;

No fundo do corpo,

Do copo de vinho.

*J.L.BORGES

SONHO POSSIVEL

SONHO POSSÍVEL

O teu riso de menina,

De olhar jovem de estrelas;

Quase mudando o destino,

Deste homem apaixonado.

Tua voz que insinua,

Momentos frgeis de amor;

Teus cabelos cor da noite,

Fazendo o homem sonhar.

Teu corpo leve e esguio

Levitando em fantasias;

Fazendo a luz da magia,

Entrar em meu coração.

Se sonhar não é proibido,

Eu quero sonhar contigo;

Te imaginando a meu lado,

Ser teu namorado.

Eu quero te ter, te amar um pouco,

Sem ter a tristeza, sem ter o sufoco;

Se meu sonho é possível,

Te amar não é impossível.

 *J.L.BORGES
1996

RIO DA PRATA

RIO DA PRATA

Fios de pratas, fios de sonhos,

A onde posso me espelhar,

Me espelhar em tuas águas,

Rio de sonhos iluminado,

Rio de águas tão azuis.

Em teus lençóis rio da prata,

Flutuam peixes dourados,

Tem um mago encantado,

A dormir neste teu leito,

Longe ou perto das queixadas.

De tantas iaras tu és o lar,

Rio da prata, meu amigo,

A onde a lua olha a estrela,

E vem abrir tuas portas,

Vem abrir e se espelhar.

*J.L.BORGES

domingo, 28 de janeiro de 2018

ENCANTO

TERNURA

Ternura a sonhar desejos,

Nos laços que me convem;

Ternura a afagar recados,

Nos beijos dados em alguém.

Se a magoa abraça a ternura,

Na dança louca dos astros;

Me encontro a beijar tua boca,

Me perco estando em teus braços.

Meu sonho é sonhar contigo,

Meu sonho é contigo estar;

No limiar do perigo,

Na ânsia terna de amar.

Sempre és tu querida, o sonho,

A vida que me completa;

És paraíso risonho,

Ternura na porta aberta.

 *J.L.BORGES

TERNURA

TERNURA

Ternura a sonhar desejos,

Nos laços que me convem;

Ternura a afagar recados,

Nos beijos dados em alguém.

Se a magoa abraça a ternura,

Na dança louca dos astros;

Me encontro a beijar tua boca,

Me perco estando em teus braços.

Meu sonho é sonhar contigo,

Meu sonho é contigo estar;

No limiar do perigo,

Na ânsia terna de amar.

Sempre és tu querida, o sonho,

A vida que me completa;

És paraíso risonho,

Ternura na porta aberta.

*J.L.BORGES

LUA DE CERVANTES

LUA DE CERVANTES

Vejo uma lua bem distante,

Lá do tempo de Cervantes,

Onde tudo parecia,

Ser canções e poesias;

Ser um mundo bem melhor.

Lua nova, lua prosa,

Luz dos tempos cor de rosa,

Do amor nascia luz;

Lua rosa tão vadia,

Me inspirando a boemia,

A mulata que reluz.

Vejo a lua tão altiva,

Lua meiga, doce diva;

Lua de um tempo distante,

Tão fogosa e ofegante,

Me fazendo ser mais homem.

Lua de tantas historias,

Da cruel e doce gloria,

De Cervantes o escritor;

Onde a simples poesia,

Renascia cada dia,

Na seqüência do amor.

*J.L.BORGES

DEPOIS DA CHUVA

DEPOIS DA CHUVA

Sonhos que tocam na alma da gente,

Fazendo a semente germinar;

Chuva na terra deste verão,

É a solidão a naufragar.

Cheiro de terra depois da chuva,

Nos perfumando com esta brisa;

Que em nós sopra e em nós toca;

Igual o mar que nos alisa.

Sinto com a chuva bênçãos de vida,

Batendo a porta do coração;

E vejo sonhos depois da chuva,

Que beija a terra com emoções.

Uma vitória na despedida,

Beijo calado molhando nós;

Adeus oh chuva! Brisa na terra,

Legiões que cantam numa só voz.

E tudo passa depois da chuva,

Chuva que vem, mas tem seu fim;

Corpo molhado, sou a semente,

A germinar em teu jardim.

*J.L.BORGES

ESTRELA SOLITÁRIA

ESTRELA SOLITÁRIA

Longínqua estrela no infinito,

Sonhando ser flor na terra;

Perfumes na primavera,

Luz em algum olhar bonito.

Branca paz no azul do céu,

Sonhando em sua solidão;

Ser estampa da ilusão,

Nos confins de algum motel.

Te vejo aqui da janela,

Estrela que me enfeitiça;

Me tonteando de preguiça,

Estrela teimosa e bela.

Eu também sou solitário,

Pois me encontro em um infinito;

Muito alem do sonho aflito,

Doce estrela solitária.

  *J.L.BORGES

sábado, 27 de janeiro de 2018

ETERNO AMOR

ETERNO AMOR

Eu quero te amar,

Como amo quem me criou;

Aqui estou,

Te querendo eternamente.

Eu quero que me ames,

Como amas teu pais;

Um amor calmo,

Igual campo verde.

Se me amares assim,

Assim te amarei;

Nosso amor será eterno,

E a eternidade paira em nós.

   *J.L.BORGES

EU AMO...

EU AMO...

Eu amo a poesia,

Que fala de amor,

E faz sonhar também;

Deixando a alma leve,

Deixando a mente bem.

Eu amo a poesia,

Eu amo esta luz,

Que faz fotografias,

Eternas que reluz,

Num mundo de magia.

Eu amo ser poeta,

Fotografo amador,

Que rima profecias;

Talvez com poesia,

Talvez com nosso amor.

*J.L.BORGES

MENSSAGENS DA NATUREZA

MENSSAGENS DA NATUREZA

São dias de chuva no meu coração,

Anunciando a paz que vem do universo;

Em formas de versos, seus raios e trovoes,

Nos da a certeza da existência de Deus.

Me integro com a chuva que cai lá de cima,

Que deixa minha alma lavada e segura;

Não somos sozinhos, tem alguém lá em cima,

Olhando para nós, para nosso futuro.

  *J.L.BORGES

AZUL DISTANTE

AZUL DISTANTE

No azul distante do teu olhar,

És luz criança que ilumina;

As estradas plácidas da esperança,

A onde caminhas sem pressa de acordar.

Neste azul sereno lagrimas brilham,

Orvalhos da madrugada que anunciam;

O dia exato de sorrir,

Sem temer a censura do indesejável.

Se és intocável neste riso lindo,

O retocável batom da tua boca atrai;

O azul distante deste mundo infindo,

Dentro de ti onde a paz não sai.

Perco-me em meio a este sonho azul,

Fazendo assim parte deste teu presente;

Onde sinto-me semente,

Renascendo na paz da tua esperança.

E nesta troca de papeis me vejo,

Sendo guiado pela tua mão;

Eu te preciso, somos dependentes;

Sou tua semente, tu minha razão.

 *J.L.BORGES

FOGO AZUL

FOGO AZUL

O fogo azul do amor,

É mais veloz que a luz,

Estranho como o pensamento,

Fazendo aquele que ama,

Todo o momento,

Pensar no ser amado.

O fogo azul do amor,

É uma fonte inesgotável,

De luz e de calor...

Desejo, paixão e ciúme...

Um perfume eternizado,

Nos jardins do infinito.

  *J.L.BORGES

ASPIRAÇÕES

ASPIRAÇÕES

Eu quero ter um filho,

Ter um filho para criar;

E depois de algum tempo,

Ficar com ele em meu lugar.

Eu não quero ser momento,

Quero ser o vento eterno;

O antigo paciente,

Em harmonia com o maduro.

Ser luz que ilumina,

Esta noite quase eterna;

Ser a voz que anuncia,

A presença do fraterno.

E depois morrer em paz,

Na certeza que a esperança;

Nascerá na luz futura,

De meu sorriso criança.

   *J.L.BORGES

BEIJO ROUBADO

BEIJO ROUBADO

Roubei uma flor para te dar,

Ganhei um abraço, roubei um beijo.

Ganhei sorrisos, caricias sim;

No paraíso de teu jardim.

E o teu desejo ficou em mim;

Naquele beijo que te roubei.

 *J.L.BORGES

PORTA ALEGRE

PORTA ALEGRE

Nos meandros de abril

Abrem-se janelas em flor;

São jardins de tatuagens,

Refletidas nas vidraças.

Chaminés colorindo céus,

Portais revestidos em sonhos;

O sorriso do moleque,

Estampado nas cerâmicas.

Abro as portas de abril,

E saúdo a alvorada;

Nesta estrada eminente

Onde tudo é fantasia.

 *J.L.BORGES

LEMBRANÇAS

LEMBRANÇAS

Manhãs cinzentas,

Vento que sopra;

Musica que toca,

Em mim.

Dias sem sois,

Sem nada;

Vida esquecida,

Alma cansada.

O viajante,

A assobiar;

Uma canção,

Me fez lembrar.

Da juventude,

Dias de sois;

A bem amada,

Em meus lençóis.

Manhãs azuis,

Vento a embalar;

Meus belos sonhos,

E meu desejo.

Aquele beijo,

Aquele abraço;

A eternidade,

E o pó.

*J.L.BORGES

SUZI

SUZI

Mulher que me cativa,

Todas as noites,

Em todas as esquinas,

És tu flor , és açoites,

Mistério que intriga.

Depois de tantas brigas,

Teu riso me intima,

Me intima teu olhar,

Sem pressa de acordar,

Eu sou teu sonho,

Destino e tua sina.

Nas cores do outono,

Sou vento e tu a brisa,

Soprando em algum lago,

Canções que alisam as águas,

Em meus sonhos que não gravo.

*J.L.BORGES

A DANÇA DO VENTRE

DANÇA DO VENTRE

Teu olhar malicioso,

Teu sorriso inocente;

Teu desejo a flor da pele,

O suor escorrendo em meu corpo.

Tua ginga bonita,

Igual beija flor na primavera;

De flor em flor colhendo o perfume,

Num misto de volúpia e prazer.

Neste paraíso crepuscular,

Vaga lumes com seus faróis levitam;

Iluminam algum caminho secreto,

Onde a amada os espera.

Cães ladram para a lua vadia,

Que está a espera do sol;

Sapos coaxam na lagoa,

Tentando conquistar a amada.

Cavalos galopam pelos campos,

A chuva cai, retumbam os trovoes;

Enquanto eu neste apartamento,

Levito ternamente em ti.

 *J.L.BORGES

AMOR ADOLESCENTE

AMOR ADOLESCENTE

Este amor jovem imaturo,

Que toma conta de mim;

É a certeza que o futuro,

E o passado não tem fim.

Tomando conta da gente,

Ele chega devagar;

Este amor adolescente,

Não tem pressa de chegar.

*J.L.BORGES

MUNDO PARALELO

MUNDO PARALELO

Existe um mundo paralelo ao nosso,

A onde a justiça é espada da luz;

A onde a miséria jamais existiu,

A onde a certeza é a crença na cruz.

É um mundo bonito, um mundo criança,

A onde a esperança não morre jamais;

É um mundo encantado de jovens destinos,

Onde o louco menino é pombo da paz.

Existe um mundo onde o amor jamais cansa,

E a loura criança é nosso farol;

Uma luz encantada mostrando que o sol,

É apenas estrada da verde esperança.

E é neste mundo que quero viver,

Não apenas sonhar, eu quero viver;

Mostrar a meus filhos este mundo encantado,

Este mundo sonhado onde amar é vencer.

*J.L.BORGES

 “Quem ama e sonha sempre vence”

VENTO NA JANELA

VENTO NA JANELA

O vento bate forte na janela,

O homem debruçado sobre ela,

Imagina o que será o vento?

Talvez seja o suspiro,

De um deus apaixonado.

E o vento segue forte,

Batendo na janela,

Com a força de uma fera milenar.

A janela reclamante,

Geme a todo o instante

A cada estocada indecorosa,

Que o vento dá;

O homem vai dormir,

Mas o vento continua,

Sua orgia com a janela.

 *J.L.BORGES

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A LESTE DO SOL*

ADOLECÊNCIA

ADOLESCÊNCIA

Vem chegando de mansinho,

Vem chegando devagar;

Com retoques de carinho,

E sem pressa de acordar.

E o sonho é sempre lindo,

Este sonho de criança;

A adolescência sorrindo,

Colorindo a esperança.

Eu queria ser pintor,

Retocar esta semente;

A certeza do amor,

Que toma conta da gente.

 *J.L.BORGES

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ZEPELIN

ZEPELIM

Quem será aquele aquela sombra,

Levitando sobre mim?

Eu não sei se é um anjo,

Ou se é um zepelim.

Vejo a rosa no chapei,

Beijo o branco destas penas;

Se flutuas em meus céus,

Eu bem sei que vale a pena.

Tu levitas em meus sonhos,

Paraíso do sem fim;

Me levando alem dos montes,

Feito um deus, zepelim.

Entre o céu e a terra,

Eu te vejo apenas;

Com sorriso de loira,

E de longas melenas.

É assim que tu sai,

Foge no infinito;

Vai, levando meus ais,

Neste jeito esquisito.

 *J.L.BORGES

VOVÔ NO BANCO DA PRAÇA

VOVÔ NO BANCO DA PRAÇA

No banco da praça,

Cabelos branquinhos;

Descansa o vovô,

Pertinho do ninho.

Olhar no futuro,

Crianças que brincam;

Soltando pandorgas,

Sorrindo com a vida.

Suspira o velhinho,

Saudade danada;

Do doce passado,

Relembra um pouquinho.

Uma lagrima teimosa,

Escorre na face;

Será de tristeza,

Ou de felicidade?

*J.L.BORGES

SEREIA

SEREIA

Eu jamais esquecerei,

Os nossos lindos momentos;

Os beijos que mais te dei,

Palavras que mais falamos.

Eu jamais esquecerei,

Os nossos loucos enganos;

Vida loura que sonhei,

Como se fosse oceano.

Mas apenas sou riacho,

Quem sabe talvez vertente;

Magoas dagua nesta gente,

Se refletindo nos lagos.

Nunca mais te esquecerei,

Pois não quero te esquecer;

Quero ser no grande lago,

Vertente onde se mirar.

Onde os astros se espelham,

Se espalham sempre a brilha;

Vontade de ser uma fonte,

Somente pra te banhar.

 *J.L.BORGES

NO FUNDO DO OLHAR

NO FUNDO DO OLHAR

No fundo do pano escuro,

Vejo um sonho verdadeiro;

Esta busca de um futuro,

Sem o medo derradeiro.

No fundo do quarto escuro,

Busco uma vida melhor;

Num paraíso seguro,

A procura do maior.

No fundo do olhar escuro,

Vejo em ti uma promessa;

Onde o amor que procuro,

Em ti amor, recomeça.

No fundo do escuro medo,

Vejo tua alma serena;

Vejo a vida e as percebo,

Percebo que vale a pena.

Vale a pena refletir,

No fundo de teu olhar;

A certeza do existir,

Sem medo de te gostar.

*J.L.BORGES