“FIM DE TARDE”
Vento que sopra e me arrepia,
Na longa estrada, torta e fria,
Ladrilhos expostos pelas calçadas,
Onde o jardim de defloradas,
Alegram os olhos do viajante.
Em curtos rompantes,
Vida cansada.
Chuvas que caem a todo o instante,
Formando rios escandalosos,
Paixões gulosas num oceano,
De desenganos que a vida trás.
E isso faz meus desenganos,
Dizerem em coro,
Oh!,nunca mais!
Enquanto isso longe navega,
Aqueles sonhos frágeis e singelos,
Que cortam o peito, rasgam e ardem,
Num fim de tarde,
Tão triste e belo;
Este flagelo,
Que em mim arde
A noite chega, lenta e estranha,
Enquanto alguns estão no fim,
De suas jornadas e outros começam;
Milhões de estrelas riscam o céu,
Depois morrem entre as montanhas,
Loucas,irreverentes e estranhas,
Que o destino joga ao Léo.
*J.L.BORGES
Guaíba…03/2023