sábado, 24 de outubro de 2020

VENTO NAVEGADOR


VENTO NAVEGADOR


A onde o vento navegar,

Quer sobre nuvens ou cavernas;

E lá que estarei com ele,

Eu e minha solidão.


Nossa história tem tantas ondas,

Tantas marés no infinito;

Tempestades, calmarias e açoites,

Noites que a vida impõem.


A chuva lá fora convida o vento,

A correr comigo em verdejantes pradarias,

Onde o silencio coroa o respeito,

O amor em nossos corações.


É sempre assim o deus vento,

Sobre ondas ou sobre nuvens;

Navegando por estranhos lugares,

Nunca antes navegado.


*JORGE LUIS BORGES

2020/10

 

REGRA DO BEM VIVER


A REGRA DO BEM VIVER


Trabalhar...

Plantar,plantar...

Colher,colher,colher...

Comer,comer,comer,comer…

Cantar,cantar,cantar,cantar,cantar.

Dançar,dançar,dançar,dançar,dançar.

Beber,beber,beber,beber...

Sonhar,sonhar,sonhar…

Amar,amar…

Viver...


*JORGE LUIS BORGES

 2020/10



NOSSO ALIMENTO


NOSSO ALIMENTO


A poesia é o alimento da alma,nunca o alimento do corpo.

O poeta não come poesias, no máximo uma sopa de letrinhas em um albergue da vida doado talves por alguém que nem sequer leu um livro qualquer.

A poesia são folhas espalhadas pela brisa da boa leitura, mas não são folhas comestíveis e o poeta também precisa do alimento que alimenta o corpo; o alimento que alimenta a alma, este ele tem de sobra, a boa poesia que ele compartilha sem imposição alguma.


*J.L.BORGES

 2020/10

PRAZERES DA VIDA


PRAZERES DA VIDA


Jamais concentre sua vida a prazeres efêmeros, 

Se o fizer que pelo menos sejam a prazeres duradouros,

Porém veja bem irmão, 

A vida não é feita so de prazer, 

Mas também de suor e trabalho,

Para construirmos um mundo melhor,

Que nos alimente, 

E faça fazer valer a pena

Os prazeres que a vida nos dá.


*JORGE LUIS BORGES

 2020/10



GIBIS DA MINHA INFÂNCIA


GIBIS DA MINHA INFÂNCIA


… Diz a história 

que a estrada de tijolos amarelos;

É o  caminho a um reino encantado,

De principes e princesas em mil castelos.


Diz a historia que  o  feijão foi o começo,

Ao caminho deste reino da ilusão;

Onde gnomos e cavaleiros,

Conseguem expulsar o tal Dragão?


A galinha dos ovos de ouro,

Dança alegre em meu olhar que dança,

Na procura destes meus tesouros;

Chave eterna da minha esperança,


A saga do três porquinhos,

Madame Mim e o Peter Pan;

Personagens que criaram vida,

Desenhos impressos nas manhãs.


Se hoje lembro do tio Patinhas,

Busco em sonhos minhas Cinderelas,

Aquelas donzelas que adormeceram,

Como gatas borralheiras em telas.


Tantas histórias em meus gibis,

Alimentando um mundo ilusório,

Da criança que ainda habita em mim,

E viaja em meu imaginário.


 *JORGE LUIS BORGES

 2020



POLÍTICA


POLÍTICA


Essa política paralítica me enoja,

Com promessas que os tolos acreditam;

Mensagens bonitas em tele-comerciais,

Praga maldita e esta raça parasita.


O romantismo divorciou-se da política,

Deixando seus filhos perdidos ao vento;

Da incompreensão e falta de futuro,

É tudo tão escuro agora no momento.


Votar ou não votar, é esta a questão,

Votar em branco ou nulo, pergunto ao senhor;

Meu nobre eleitor que ainda sonha em vão.


São sonhos vagos eu sei, não quero te magoar,

Então é bom votar, escolher o menos ruim,

Talves assim os nossos filhos, irão poder sonhar.


*JORGE LUIS BORGES

 2020/10


ORAÇÃO DA BOA SAÚDE


ORAÇÃO DA BOA SAÚDE


Meu irmão, rogo a Deus por tua saúde,

Nesta simples e singela oração;

Transformada em humilde poesia,

Rogando por tua saude neu irmão.


Tua fé é a certeza da Vitória,

Minha fé? Tua recuperação;

E na glória de Jesus, a nossa glória,

Será estarmos contigo bom irmão.


Não importa as mazelas que a vida,

Nos impõem em sua vã existência;

O importante é estarmos a teu lado,

Com amor, alegria e consciência.


Isso mesmo meu irmão, é assim que penso,

E nada sou se não ter fé em Jesus;

Rogo a ele que te dê saúde e paz,

E que te ajude a carregar a tua cruz.


*JORGE LUIS BORGES

 2020/09

A CANGA...


A CANGA...


O negro tem por sua cruz a canga,

Aquela canga que ele carrega, levando junto a ele o arado da desigualdade,

A falta de caridade, sua perdição;e zanga.


Até quando ele terá que carregar esta canga?

Herdada de seus antepassados;

Até quando? Pobre homem exaurido,

Homem sem futuro, homem escravizado.


O suor deste trabalho e o sangue a escorrer,

Sobre o seu lombo cravejado de cicatrizes;

Feitos por esta canga que ele carrega,

Carrega até morrer...pobre infeliz.


*JORGE LUIS BORGES

 GUAÍBA/BRASIL

 2020/10