O BOM MÁRIO
Mário era um bom marido e bom pai, trabalhador muito responsável, queridos pelos seus colegas na empresa de segurança onde trabalhava a muitos anos.
Sua mulher porém era uma pessoa que conseguia tirar alguém do sério, imaginação fértil onde via malicia em tudo e em todos.
Um dia muda-se para uma casa em frente a do casal um homem de meia idade, nada sabiam dele.
A mulher de Mário notou ou imaginou que o novo visinho a olhada constantemente e começou a queixar-se ao marido, todo o santo dia falava ao Mário sobre o homem ficar lhe olhando enfim,como dizia ela, a cuidando quando o mesmo ficava sentado em frente a sua casa; era um bla bla bla interminável.
Todo o dia era aquela murrinhação, pentelhava sem piedade o marido que chegava cansado do trabalho, dizendo que ele era um borra botas, um zé mané,etc e etc… Tanto apurrinhou que ele começou a trazer para casa sua arma,coisa que nunca foi costume dele.
Certo dia ela com a mesma conversa que o homem a cuidava o dia todo,e que ela tinha berrado, para que ele parasse de a lhe cuidar e ele nem bola pra ela, Mario então pega sua arma e vai tirar satisfação do visinho,chega berrando,coisa que não era feitio dele.
E o homem nem bola, ficou sentado em seu banco em frente a casa como fazia cotumeiramente, ele achou um desaforo aquela indiferença, lembrou das palavras ferinas da mulher,que ele era um borra botas, um zé mané e, descarrega o revólver no pobre infeliz.
E preso em flagrante, alguns vizinhos espantados perguntam ao Mário o porquê dele fazer tamanha maldade com um homem que era completamente cego além surdo.
*J.L.BORGES
Guaiba…09/2012