O TOM DA IDADE
Sou um brilho diferente em teu olhar,
Sou teu ioga, sou a droga que te afaga;
Que nas noites de insônia te afoga,
Dá vontade de fugir, não retornar.
Na política paralítica a cor difusa,
No voto aberto a surpresa;
Mais um pão faltando em tua mesa,
Mais uma estrela estampada nesta blusa.
Não sou mudo, mas não falo quase nada,
Não sou cego, mas não vejo quase nada;
Sou criança implorando educação,
Para não ser no futuro alma jogada.
Quem me dera que este sonho fosse bom,
E o futuro fosse um pouco diferente;
Eu quero é ser semente à esta gente,
Ser canção entoando em vários tons.
*J.L.BORGES
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