BARQUINHO DE PAPEL
A chuva cai em abundancia em meu coração,
Fazendo minha alma chorar de saudade, não sei por quem;
Raios ferem os céus de meus pensamentos,
Trovoes retumbam a todo o momento em mim.
Está tão frio lá fora meu amor,Eu sei,
Tudo tão escuro a redor de nós amor;
Sinto-me prisioneiro desta saudade que me invade,
Saudade dura e fria, eu si não sei porque.
Eu olho no espelho as rugas de meu rosto,
Meus olhos tão vermelhos tentando em vão chorar;
Ao longe tua voz parece que me chama,
Porem sinto mais forte o vento na janela.
Tremendo de frio, de dor e ansiedade,
Meu corpo quase em febre te chama e te evita;
Pois sei que nosso amor flutua num sem fim,
Barquinhos de papel molhados pela chuva.
São beijos e desejos rumando a um oceano,
Sinistro e misterioso bem longe de você;
Preciso retornar, não quero prosseguir,
Voltar a meu lugar que é ao lado de você.
*J.L.BORGES
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