MÃE TERRA
Vejo nos olhos do homem cansado o fermento,
A certeza de que vale a pena trabalhar;
Lançar na terra a fértil semente,
Parar de sonhar para poder acordar.
Vejo na face calejada desta gente,
A vontade de lutar e nunca desistir;
A terra é generosa, saudável é a semente,
Convem ajudarmos se quisermos progredir.
Não sou agricultor, mas quero arar a terra,
Lançar os grãos fecundos no campo do saber;
Depois do longo inverno chegará a primavera,
De luzes e esperanças que fartos irão crescer.
E assim a mãe terra será terna e plena,
Trazendo a virtude na mão que alimenta;
Eu quero trabalhar pra não morrer de pena,
A dó do eu passivo na mão que nunca tenta.
*J.L.BORGES
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