terça-feira, 17 de julho de 2018

NA PONTA DA AGULHA

NA PONTA DA AGULHA

Sou forte e fraco, sou tolo,

Sou crente e busco uma ação;

Na paz ardente sou todo,

Veneno a palma da mão.

Na curva sou o aviso,

No fim, começo de estrada;

Sou erva que mais precisas,

Em noites enluaradas.

No fim da ponta sou ferro,

Te firo quando te toco;

No gozo sou teu inferno,

Sou fogo, pois te provoco.

Deste desejo sou ponta,

Despida de fraco orgulho;

Sou risos de almas tontas,

Te arraso quando te agarro.

Sou fome, sou morte em vida,

Sou luzes que vem depois;

Começo de uma despedida,

Pobre manada de bois!

                                        
 *J.L.BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário