NA PONTA DA AGULHA
Sou forte e fraco, sou tolo,
Sou crente e busco uma ação;
Na paz ardente sou todo,
Veneno a palma da mão.
Na curva sou o aviso,
No fim, começo de estrada;
Sou erva que mais precisas,
Em noites enluaradas.
No fim da ponta sou ferro,
Te firo quando te toco;
No gozo sou teu inferno,
Sou fogo, pois te provoco.
Deste desejo sou ponta,
Despida de fraco orgulho;
Sou risos de almas tontas,
Te arraso quando te agarro.
Sou fome, sou morte em vida,
Sou luzes que vem depois;
Começo de uma despedida,
Pobre manada de bois!
*J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário