terça-feira, 17 de julho de 2018

INFERNO INTERIOR

INFERNO INTERIOR

Onde será meu inferno?

Será na Tasmânia com seu demônio,

Um pandemônio invadindo meu inferno,

Castelhano do hemisfério sul?

Onde será meu inferno?

Será no muro descartável de Berlim;

Onde a Europa medieval com seu jardim,

Curva em plena aurora boreal do sim?

Onde será meu inferno?

Será na ditadura militar que nunca acaba;

Ou será no regime caribenho,

Em plena Cuba que jamais naufraga?

Meu inferno eu hoje descobri,

Este inferno está contido em mim;

Onde flores despudoradas esperam a abelha,

Para fazer meu mel, meu fel, meu fim.

  *J.L.BORGES

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