quinta-feira, 24 de maio de 2018

QUE BOM QUE ERA

QUÊ BOM QUE ERA

Na minha infância oquê era engraçado,

Noites de chuva, céu estrelado;

Tempo de vento tão esquisito,

A lua nova no infinito.

Na minha infância sabia não,

Se era inverno ou era verão;

De noite frio, de manhã geada,

O sol ardente queimando a estrada.

No fim da curva os bambuzais,

Coruja e sapo, meus animais;

Jogo de cuspe, pedras no rio,

Cavalo e gato, gata no cio.

Naquele tempo a primavera,

Fazia flores por toda a terra;

E no outono tinha a joaninha,

Contos de fada, a carochinha.

Tinha uma igreja cheia de luz,

Cheio de santo, fantasma e cruz;

E a minha escola do bê a bá,

Quanta saudade que ela me dá.

A minha infância não volta mais,

Partiu voando, fiquei pra trás;

Só restou ventos de primavera,

Aquele tempo, que bom que era.

      *J.L.BORGES

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