quinta-feira, 31 de maio de 2018

JE SUIS ANONYME

“JE SUIS ANONYME”

Tantos passos dilacerados na estrada,

Tantas bombas a explodirem por ai;

Louca lida que esmorece e apavora,

Nesta hora onde a vida vale nada.

Ledos sonhos que ficarão na memória,

Estampados em jornais a jorrar sangue,

Sem caricaturas, mas com a dor apavorante,

Que aqui fica, porque nunca vai embora.

São anônimos os que tombam por ai,

Reféns da intolerância e do terror;

Onde as longas vestes maltrapilhas do horror,

É armadilha num complexo frenesi.

Somos anônimos carregando esta bandeira,

Da liberdade mesmo que tardia;

Onde a vida ontem farta hoje é vazia,

E engatinha num atraso derradeiro.

*J.L.BORGES

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