sexta-feira, 25 de maio de 2018

NOTURNO

NOTURNO

Um par de dados jogados ao lado,

A lamparina inerte num canto,

O radio mudo,

O televisor cego,

A tia gorda a congelar.

A porta quieta, a janela,

Espiando a madrugada,

A velha mesa em seu descanso,

O sofá velho na solidão,

De tantas noites e tantos frios.

O gato mia triste lá fora,

A toda a hora a voz do cão,

Roncos lá fora de tantos carros,

Uma procissão em meu pensamento,

Doces momentos do meu noturno.

A noite passa mais uma vez,

E tantas vezes na madrugada,

Chega anunciando que outros dias,

Serão inícios de tantas noites,

Serão inícios de meus noturnos.

    *J.L.BORGES

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