NOTURNO
Um par de dados jogados ao lado,
A lamparina inerte num canto,
O radio mudo,
O televisor cego,
A tia gorda a congelar.
A porta quieta, a janela,
Espiando a madrugada,
A velha mesa em seu descanso,
O sofá velho na solidão,
De tantas noites e tantos frios.
O gato mia triste lá fora,
A toda a hora a voz do cão,
Roncos lá fora de tantos carros,
Uma procissão em meu pensamento,
Doces momentos do meu noturno.
A noite passa mais uma vez,
E tantas vezes na madrugada,
Chega anunciando que outros dias,
Serão inícios de tantas noites,
Serão inícios de meus noturnos.
*J.L.BORGES
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