quinta-feira, 24 de maio de 2018

FIM

FIM

Não tem mais jardim,

Só castelos de areia;

Que lua tão cheia!

Não olha pra mim.

Não sou lobisomem,

Nem fada ou duende;

Sou luz que acende,

Depois se consome.

Sou fogo encarnado,

Na paz do concreto;

Sou sal do deserto,

Beijando o passado.

Pois tudo partiu,

Com a chuva que passa;

Quebrei a vidraça,

Do amor que ruiu.

Sou cara metade,

Da luz que não volta;

Tranquei minha porta,

Fugi da cidade.

E a eternidade,

Ficará no infinito;

Dos olhos aflitos,

Canções de saudade.

    *J.L.BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário