FIM
Não tem mais jardim,
Só castelos de areia;
Que lua tão cheia!
Não olha pra mim.
Não sou lobisomem,
Nem fada ou duende;
Sou luz que acende,
Depois se consome.
Sou fogo encarnado,
Na paz do concreto;
Sou sal do deserto,
Beijando o passado.
Pois tudo partiu,
Com a chuva que passa;
Quebrei a vidraça,
Do amor que ruiu.
Sou cara metade,
Da luz que não volta;
Tranquei minha porta,
Fugi da cidade.
E a eternidade,
Ficará no infinito;
Dos olhos aflitos,
Canções de saudade.
*J.L.BORGES
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