ANDEJANTE
No lombo do cavalo,
Me torno um andejante;
Tropeiro viajante,
A repontar geadas.
A alva madrugada,
De estrelas andarilhas;
São gotas cristalinas,
A enfeitar estradas.
No lombo do cavalo,
Me torno altaneiro;
Gaúcho missioneiro,
A desdobrar rincões.
São tantos quero-queros,
No louro destes campos;
Que até os pirilampos,
Apagam os lampiões.
No lombo do cavalo,
Eu volto pra chinoca
A dor que me provoca,
É a dor desta saudade.
É fim de madrugada,
Levanta um outro dia;
Nos braços da guria,
Eu vivo de verdade.
No lombo do cavalo,
Chego no meu ranchinho;
É bom estar no ninho,
Depois desta viagem.
Preparo o chimarrão,
Depois o bom churrasco;
É bom estar de volta,
Aqui no meu torrão.
**J.L.BORGES
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