domingo, 27 de maio de 2018

ANDEJANTE

ANDEJANTE

No lombo do cavalo,

Me torno um andejante;

Tropeiro viajante,

A repontar geadas.

A alva madrugada,

De estrelas andarilhas;

São gotas cristalinas,

A enfeitar estradas.

No lombo do cavalo,

Me torno altaneiro;

Gaúcho missioneiro,

A desdobrar rincões.

São tantos quero-queros,

No louro destes campos;

Que até os pirilampos,

Apagam os lampiões.

No lombo do cavalo,

Eu volto pra chinoca

A dor que me provoca,

É a dor desta saudade.

É fim de madrugada,

Levanta um outro dia;

Nos braços da guria,

Eu vivo de verdade.

No lombo do cavalo,

Chego no meu ranchinho;

É bom estar no ninho,

Depois desta viagem.

Preparo o chimarrão,

Depois o bom churrasco;

É bom estar de volta,

Aqui no meu torrão.

                              **J.L.BORGES

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