quarta-feira, 30 de maio de 2018

GAUCHINHO

GAUCHINHO

Eu gauchinho,

Nasci em uma noite fria,

Noite enluarada;

O vento sul,

Vento de geada,

Soprando nos umbrais,

Do meu ranchinho.

Cresci correndo chinas,

Nas estradas,

Domando chucro potros,

Peleando em vilas,

Esquinas e campereadas;

Tendo como abrigo,

Os açudes e as picadas.

Foram tantos os fandangos,

Tantas chinocas emprenhadas,

Que as contas perdi;

Hoje homem de alma pronta,

Ando por ai,

De pago em pago,

Proseando e tomando trago.

E um bom mate amargo,

Nas distancias das estâncias,

Sorvo com prazer e sonho

Voltar ao meu ranchinho,

Lá dos tempos de menino,

Que a vida e o destino,

Tirou deste gauchinho.

 *J.L.BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário