GAUCHINHO
Eu gauchinho,
Nasci em uma noite fria,
Noite enluarada;
O vento sul,
Vento de geada,
Soprando nos umbrais,
Do meu ranchinho.
Cresci correndo chinas,
Nas estradas,
Domando chucro potros,
Peleando em vilas,
Esquinas e campereadas;
Tendo como abrigo,
Os açudes e as picadas.
Foram tantos os fandangos,
Tantas chinocas emprenhadas,
Que as contas perdi;
Hoje homem de alma pronta,
Ando por ai,
De pago em pago,
Proseando e tomando trago.
E um bom mate amargo,
Nas distancias das estâncias,
Sorvo com prazer e sonho
Voltar ao meu ranchinho,
Lá dos tempos de menino,
Que a vida e o destino,
Tirou deste gauchinho.
*J.L.BORGES
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