DE LAGARTA A BORBOLETA
Teu olhar reflete a luz néon
E teu reflexo nas vitrines;
Espalha-se nas calçadas,
De ladrilhos mal postos.
Tu esperas calmamente,
Na imobilidade deste teu eterno;
Vai e vem refletivo,
E brusco quando me pegas pela mão.
A escada estreita nos envolve,
A porta, o quarto, a cama;
Nos engole, e de mansinho,
Tu me engoles também.
Te vejo encantada na penumbra,
Uma fada, um inseto colorido;
Seduzindo-me pouco a pouco,
Eu sobre ti, passando a subjugar-te.
Porem és tu que me dominas,
Sem eu saber, tu és rainha;
No final do eterno a separação,
Eu para um lado, a ilusão para o outro.
*J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário