quarta-feira, 9 de maio de 2018

OS TRES MACACOS

OS TRES MACACOS

O idiota pensa ser sábio,

Pensa ser sábio o pobre idiota;

Na fuga constante do pensamento,

A todo o momento é apenas idiota.

O tolo é reflexo, a sombra do idiota;

Fotocópia perene e incansável;

Ser imutável sem ter sentido,

Nas suas tolices do dia a dia.

O imbecil nem sombra é,

Nem uma maquina a copiar;

Os pensamentos e os momentos,

É apenas o espelho a refletir.

A boca do idiota é uma navalha,

Seu fio é cego, dilacerante;

Talvez sua boca seja a própria cobra,

Sempre soltando o seu veneno.

A boca do tolo é um vácuo imenso,

Apenas o eco de um outro idiota;

Repetindo sempre frases copiadas,

Que em sã consciência ninguém entende.

A boca do imbecil é o ruflar,

De tambores rotos, desordenados;

Num cotidiano indecifrável,

Em um labirinto de hostis palavras.

São seres frágeis e vis mortais,

Sempre jogados e escarrados;

Na pobre face da grande terra,

Onde a semente sempre germinará.

São seres rudes, seres primatas,

Na busca cega do eterno nada;

De uma vida pobre, e sem futuro,

Sem luz, sem paz, vida sem nada.

Seus sonhos fartos de pensamentos,

São sempre os de se suplantarem;

Armazenarem mais idiotice,

Tolices e serem mais imbecis.

   *J.L.BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário