OS TRES MACACOS
O idiota pensa ser sábio,
Pensa ser sábio o pobre idiota;
Na fuga constante do pensamento,
A todo o momento é apenas idiota.
O tolo é reflexo, a sombra do idiota;
Fotocópia perene e incansável;
Ser imutável sem ter sentido,
Nas suas tolices do dia a dia.
O imbecil nem sombra é,
Nem uma maquina a copiar;
Os pensamentos e os momentos,
É apenas o espelho a refletir.
A boca do idiota é uma navalha,
Seu fio é cego, dilacerante;
Talvez sua boca seja a própria cobra,
Sempre soltando o seu veneno.
A boca do tolo é um vácuo imenso,
Apenas o eco de um outro idiota;
Repetindo sempre frases copiadas,
Que em sã consciência ninguém entende.
A boca do imbecil é o ruflar,
De tambores rotos, desordenados;
Num cotidiano indecifrável,
Em um labirinto de hostis palavras.
São seres frágeis e vis mortais,
Sempre jogados e escarrados;
Na pobre face da grande terra,
Onde a semente sempre germinará.
São seres rudes, seres primatas,
Na busca cega do eterno nada;
De uma vida pobre, e sem futuro,
Sem luz, sem paz, vida sem nada.
Seus sonhos fartos de pensamentos,
São sempre os de se suplantarem;
Armazenarem mais idiotice,
Tolices e serem mais imbecis.
*J.L.BORGES
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