ANO HUMANO
Anos que chegam e vão embora,
Quem era jovem ficou antigo;
Colhendo anseio que tanto beijo,
Que tanto vejo neste castigo.
E na ansiedade de tantos anos,
Andando lento parei na estrada;
Vi passageiros e vi passagens,
Me vi sonhando na madrugada.
Veio o presente, sai o passado,
Andando em filas por um caminho;
Como crianças preso na historia,
Gasta memória e sorvendo vinho.
Mais uma década frágil e maluca,
Bate a porta e vai embora;
Deixa lamentos, deixa tormentos,
Deixa no livro a sua historia.
Assim segue a vida a sua jornada,
Pintando momentos na nua tela;
É um documento, uma novela,
Que nunca acaba, nunca retorna.
*J.L.BORGES
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