quarta-feira, 23 de maio de 2018

ANO HUMANO

ANO HUMANO

Anos que chegam e vão embora,

Quem era jovem ficou antigo;

Colhendo anseio que tanto beijo,

Que tanto vejo neste castigo.

E na ansiedade de tantos anos,

Andando lento parei na estrada;

Vi passageiros e vi passagens,

Me vi sonhando na madrugada.

Veio o presente, sai o passado,

Andando em filas por um caminho;

Como crianças preso na historia,

Gasta memória e sorvendo vinho.

Mais uma década frágil e maluca,

Bate a porta e vai embora;

Deixa lamentos, deixa tormentos,

Deixa no livro a sua historia.

Assim segue a vida a sua jornada,

Pintando momentos na nua tela;

É um documento, uma novela,

Que nunca acaba, nunca retorna.

      *J.L.BORGES

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