quinta-feira, 23 de novembro de 2017

HIPNOSE


HIPNOSE

Doce tesão me mata,
Me faz eu te esperar;
Me siga e me ataca,
Até eu me cansar.

Tua maçã eu quero,
Em teu corpo me perder;
Depois me achar, espero,
E outra vez nascer.

Tu és serpente, eu sou,
Apenas teu olhar;
A tua luz ficou,
Em mim a iluminar.

Doce tesão me aliza,
Assim sem ter um fim;
Tua língua tão precisa,
A estrelar em mim.

Num turbilhão de luzes,
Te vejo iluminando;
Como uma estrela guia,
Azul me vigiando.

Num turbilhão de luzes,
Te velo levitando;
Alem da nostalgia,
Igual um vento brando.

*J.L.BORGES
(1986)

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