MINHAS ESTAÇÕES
No equinócio voraz da primavera,
As flores brilham no alvorecer;
Em formas finitas de espera,
Rompantes vermelhos de prazer.
No solstício ardente do verão,
Areia e mar com muitas musas;
Num rasgo de estrela a ilusão,
A vontade de abrir a tua blusa.
No equinócio audaz do outono,
Um pomar com serpentes e a maçã;
Sob a sombra de um sonho andante e insano,
A ansiedade de encontrar esta manhã.
No solstício cadente de inverno,
Uma luz azul flutua;
Alem do fundo do inferno,
Num céu povoado de mil luas.
*J.L.BORGES
Gravatai.1986
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