AS ESTRELAS
Giram e rodam que nem eu,
Numa embriagues estranha;
Umas caem num tombar indefinido;
Numa placidez perversa,
Numa mistura de riso ateu.
Retumbam em um grito silencioso que nem eu,
E desaparecem na pequenez do infinito,
Mas eu continuo a rastejar,
Sufocando o próprio grito,
A incerteza de poder brilhar.
Mas elas brilham dentro de um olhar,
Hipnótico que acende bruscamente,
E num ciclo perfeito elas retornam,
Pois são teimosas, eu também parto derepente,
Mas sempre acabo voltando...
Um dia encontrei eu teu olhar,
Dois falsos brilhantes;
Dois pontos de luzes a incendiar,
E lá no alto estavam elas,
Com ciúmes de você...
*J.L.BORGES
Gravatai.1986
Nenhum comentário:
Postar um comentário