TEOREMA DE PITÁGORAS
Abusa do som e sol,
Mas não queima a inocência,
Estampada em teu farol;
Lambuja os lábios no beijo,
Cadencia de um desejo,
Pintados na inocência.
Abusa e abra a blusa,
Bronzeia a pele morena,
Pele de uma densa musa;
Muito louca a caminhar,
Sobre a luz morna e serena,
Da freqüência azul do mar.
Nas feras gregas e romanas,
Tu és minha torre de babel,
Fragrância de Bagdá;
Se tu me abusa eu te abuso,
Abro a blusa e provo o mel,
Licor de maracujá.
Neste eterno teorema,
Tenho tua boca pequena,
Com sabor de geografia;
Vem garota de Ipanema,
Estaque a noite e o dia,
E me ensine a cadenciar.
*J.L,BORGES
(1986)
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