terça-feira, 28 de novembro de 2017

LANTERNAS


LANTERNAS

Os olhos castanhos são tão estranhos,
Os pretos me enfeitiçam;
Mas se eu quiser me embriagar,
Fico nos verdes e nos azuis.

Os castanhos me dão esperanças,
Doce lembranças encantada;
Trazem na vida lavada,
O inocente desejo da criança.

Os azuis são um céu imenso,
Trazendo um riso bonito;
Um ouro, mirra ou incenso,
Algo que vem do infinito.

Os verdes é um mar insano,
Lembrando ondas do mar;
Onde quero me afogar,
Me perder neste oceano.

Os negros lembram lençóis,
Molhados numa longa cama;
Lembram também alguns sois,
Alguma chama que inflama.

 *J.L.BORGES
Cachoeirinha.1986

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