quinta-feira, 23 de novembro de 2017

FEMEA


CACHOEIRINHA, ABRIL DE 1986.

FÊMEA

Quando mergulho no teu corpo bonito,
Faceiro corpo complexo;
Te digo frazes sem nexo,
E mansamente levito.

Teu corpo é uma misteriosa dimensão,
Que outro ser mortal jamais vai atingir;
Tua boca uma nebulosa a tingir,
De vermelho meu coração.

Como é bom estar contigo,
A teu lado estou sempre contente;
Pois tu és o meu presente,
Um tempo longínquo e antigo.

Quando a noite chega com sua luz estrelar,
Eu te sinto aqui, junto de mim;
Percebo que este amor não terá fim,
Será sempre um eterno começar.

Pois tu és minha alma gêmea,
Minha fragrância, meu ciúme;
O teu corpo é colorido de perfume,
Minha amada, minha fêmea.

*J.L.BORGES

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