terça-feira, 28 de novembro de 2017

TARDES DE SETEMBRO


TARDES DE SETEMBRO

No final da tarde,
Todas as luzes são reais;
Todas as saudades ao caretas,
Todos no transito são banais.

No final da tarde,
Todos os sinos são normais;
Todos os hinos são cadentes,
Todas as estrelas imortais.

No final da tarde,
Toda a paciência é contida;
Toda a mulher é terna,
Desfilando ao longo da avenida.

No final da tarde,
Toda a pressa tem seu preço;
Todo o final tem um retorno,
Na esquina de um novo recomeço.

No final da tarde,
O sol teima em adormecer;
Para acordar noutra manhã,
E outra tarde conhecer.

 *J.L.BORGES
Porto Alegre.1986

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