DOCE MÁCULA
Prostituta, principio de uma tragédia,
Que nunca terá fim;
Fazendo amor pelos sete mares,
Encontrando no leito a solidão que mata.
Fingindo amor, mas nunca sendo amada,
E sonhando com todos nós;
Beijando as correntes de um sonho,
Que nunca se partirá.
És escrava, uma deusa e rainha,
Uma Afrodite de um amor banal;
Sentimento fugas que jamais vingou,
Mas ela suporta, muda e sem queixa.
Mas vem que eu vou,
Te dar carinho com todo o amor;
Não te renego, não te protejo,
Pois és mulher.
Vem pra viver,
Uma vida eterna;
Sem glorias e honras,
Mas tu és uma heroína.
És o principio,
De uma tragédia que não se acaba;
És o inferno, o paraíso,
És prostituta.
*J.L.BORGES
Porto Alegre.1983
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