LÁGRIMAS DE FERRO DE PLUTÃO
Meus olhos parecem um velho gramofone,
Estou derramando lagrimas de ferro de plutão;
Queria tanto seqüestrá-la, Perséfone,
E levá-la ao inferno de meu coração.
Eu sinto estas lagrimas de ferro quente,
Derretendo este meu triste olhar;
Que hoje amor, não está mais ardente,
Vendo nosso amor voar.
Ele voa igual a um corvo,
Que nas alturas percebe seu fim;
Final que hoje absorvo,
Pois você não quer voltar pra mim.
Hoje pareço ser um homem louco,
Amassado por esta solidão;
Amor, minhas lagrimas não são poucas,
São iguais as que derramou Plutão.
Pobre de mim! Frágil mortal arrasado,
Queria tanto ser um deus e te seqüestrar;
Te aprisionar dentro de meu coração apaixonado,
E com meus beijos amor, te torturar.
Serias minha escrava, minha deusa e amante,
Eu seria seu escravo, sua paixão;
Ficaria preso por grilhões, e num instante,
Me trancaria dentro do seu coração
*J.L.BORGES
Camaquã.1984
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