NAVIO FANTASMA
Depois que tu foi embora,
O silencio veio em teu lugar;
Tomando conta destas horas,
Escuras e sem luar.
Tudo ficou vazio derepente,
Minha vida ficou parecendo;
Aquele riso que não mais existe,
Pois estou secando...Morrendo.
Agora eu sou o vulto,
De um navio morto;
Levando bofetadas e insultos,
Longe de teu belo corpo.
Nunca mais jogarei amarras,
E as ancora que lancei;
Ficaram como garras,
Dilacerando os sonhos que sonhei.
Eu não passo de um navio abandonado,
Sem tua presença, sem teu conforto;
Meus anseios morrerão naufragados,
No fundo do meu porto.
*J.L.BORGES
Camaquã.1984
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