ASTEROIDE Nº33
Este desafio me apavora,
Este futuro impreciso também;
O sonho de cultivar a paz agora,
É utopia nesta terra de ninguém.
Todos os caminhos que pego,
Tentam levar-me ao encontro desta paz;
Arisca ave, sempre a escapulir, não nego,
Ave errante, passageira e nada mais.
No universo imutável, o desafio,
É apenas na imensidão um tênue grito;
Uma chama de sonhos por entre o frio,
Glacial de algum olhar bonito.
Sem limites para amar sigo lentamente,
Igual um asteróide impreciso;
Deixando para trás a esperança desta gente,
Tatuagem de um sorriso indefinido.
Sou ator, sou a toa, sou passagem,
Sou apenas um alguém na multidão;
Tentando decifrar esta mensagem,
Mesclas de paz, sonhos loucos sem razão.
J.L.BORGES
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