HUMANIDADE
A flor apareceu sob a geada,
Escassa de uma moderna primavera;
Nos gelados ventos alguém espera,
Uma pessoa que caminha embriagada.
Uma canção ecoa derepente,
Entre os paredões das montanhas;
Na garganta da pessoa estranha,
Existe um sino sonoro e ardente.
Tantos monstros povoam as cidades,
Perdidas no vale do passado;
Em galope segue a humanidade,
Segue em frente a um lugar ignorado.
A manhã continua devagar,
Dizendo que voltará um dia;
Noutro dia prateado irá chegar,
Trazendo sua nevoa nostalgia.
As janelas se fecham e se abrem,
No balanço musical que vem do vento;
Deixando no ranger alguns momentos,
Algumas gotas de orvalho que não seguem.
*J.L.BORGES
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