quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O CÉU VERMELHO DA AMÉRICA DO SUL.


O CÉU VERMELHO DA AMÉRICA DO SUL

Em todos os luares,

Desta América do Sul e luz;

Sou o vento beijando a cruz,

Perfume de alguns lugares.

No delírio da mocidade,

Desta América do Sul e cor,

Sou o fio da luz incolor,

No canto da eternidade.

Sou a voz cortante e estranha,

No trovejar de um canhão louco;

Sou o bum-bum de um tambor rouco,

Retumbando entra as montanhas.

Por todos os caminhos mal traçados,

Desta América do Sul infantil;

Sou os raios de um sol febril,

Testemunha seu passado.

Sou o céu beijando o seu,

Sorriso de mil estrelas;

Vontade de não contê-la,

Dentro deste peito ateu.

Em todos os presentes,

Desta América do Sul saudade;

Sou a escassa liberdade,

No olhar desta minha gente.

                                     
*J.L.BORGES


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