INOCÊNCIA
Teu riso tolo e assustado,
Faz lembrar as risonhas madrugadas;
No frescor majestoso e maculado,
Dos amores escondidos nas calçadas.
Tua voa me lembra sinos,
Badalando no final de uma tarde;
O timbre de tua voz me lembra hinos,
Amor suave que abrasa e arde.
A silhueta do teu corpo uma pintura,
Sugerindo muitas artes atrevidas;
Tuas curvas a insinuar tanta procura,
Uma loucura imaculada e colorida.
Na inocência teu corpo me incendeia,
Como uma estrela esquia a se partir;
A chama do teu olhar uma candeia,
Réstias de luz a me seguir.
No teu riso e teu olhar me descobri,
E descobri toda a minha inexperiência;
No teu corpo matinal eu me perdi,
Mas me achei nesta tua inocência.
*J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário