sábado, 10 de novembro de 2018

INOCENCIA


INOCÊNCIA

Teu riso tolo e assustado,

Faz lembrar as risonhas madrugadas;

No frescor majestoso e maculado,

Dos amores escondidos nas calçadas.

Tua voa me lembra sinos,

Badalando no final de uma tarde;

O timbre de tua voz me lembra hinos,

Amor suave que abrasa e arde.

A silhueta do teu corpo uma pintura,

Sugerindo muitas artes atrevidas;

Tuas curvas a insinuar tanta procura,

Uma loucura imaculada e colorida.

Na inocência teu corpo me incendeia,

Como uma estrela esquia a se partir;

A chama do teu olhar uma candeia,

Réstias de luz a me seguir.

No teu riso e teu olhar me descobri,

E descobri toda a minha inexperiência;

No teu corpo matinal eu me perdi,

Mas me achei nesta tua inocência.

                                         
*J.L.BORGES


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