AMANHÃ DO MEU ADEUS
Adeus amor, eu vou embora,
Carregando a dor da esperança;
Dor por ter que te deixar,
Esperança que tanto preciso.
Meu coração está sofrendo,
Por ter que te deixar;
Tento enxergar minha dor no espelho,
Mas tudo se torna opaco.
Minha bagagem é a foice e o martelo,
Também é a luz do saber;
Qual dos dois usarei nesta vida?
Não sei qual dos dois poderei escolher.
Levo um turbilhão de sonhos,
Perdidos em minha mente;
Tanta esperança, meu Deus,
Só não levo quem eu amo.
Estou saindo daqui,
Meu dia tornou-se escuro;
Não posso olhar para traz,
Se não poderei me perder.
*J.L.BORGES
Camaquã.1978
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