MÃE RUSSIA
Grande pais do norte,
Amável e também grotesco;
Mãe Rússia afável e forte,
Tenro caule de jasmim.
Mãe Rússia do urso branco,
De um povo sincero e franco;
Montanhas e neves eternas,
Planícies e também cavernas.
A morte ronda de perto,
Nos seus imensos desertos;
Mãe Rússia do lenhador,
Do milenar escritor.
Mãe Rússia do Kremlin,
O começo de um triste fim;
Kremlin cruel e forte,
Onde reina e impera a morte.
Dos seus portões vejo montanhas,
Da Sibéria branca e estranha;
Mãe Rússia dos grandes rios,
Do russo com o olhar sombrio.
A mãe Rússia das megalópoles,
Eternas e grandes metrópoles;
Efervescestes Lenigrados,
Tominsk, Moscou, Volgrogado.
Mãe Rússia da solidão,
Tal qual o Kasaquistão;
Rússia, poesia e encanto,
Mãe Rússia do nefasto pranto.
Sei bem que este pais,
É grande como se diz;
Sei também que há muita dor,
No meio de tanto amor.
Não te conheço bela Rússia querida,
Mas sei que és pátria amiga;
Cruelmente a sofrer,
No meio de tanto viver.
Também sei que teu povo te ama,
E por justiça ele clama;
Sei que um dia a justiça se fará,
Mas quando, quando será?
*J.L.BORGES
Camaquã.1978
Nenhum comentário:
Postar um comentário