terça-feira, 26 de setembro de 2017

MÃE RUSSIA

MÃE RUSSIA

Grande pais do norte,
Amável e também grotesco;
Mãe Rússia afável e forte,
Tenro caule de jasmim.

Mãe Rússia do urso branco,
De um povo sincero e franco;
Montanhas e neves eternas,
Planícies e também cavernas.

A morte ronda de perto,
Nos seus imensos desertos;
Mãe Rússia do lenhador,
Do milenar escritor.

Mãe Rússia do Kremlin,
O começo de um triste fim;
Kremlin cruel e forte,
Onde reina e impera a morte.

Dos seus portões vejo montanhas,
Da Sibéria branca e estranha;
Mãe Rússia dos grandes rios,
Do russo com o olhar sombrio.

A mãe Rússia das megalópoles,
Eternas e grandes metrópoles;
Efervescestes Lenigrados,
Tominsk, Moscou, Volgrogado.

Mãe Rússia da solidão,
Tal qual o Kasaquistão;
Rússia, poesia e encanto,
Mãe Rússia do nefasto pranto.

Sei bem que este pais,
É grande como se diz;
Sei também que há muita dor,
No meio de tanto amor.

Não te conheço bela Rússia querida,
Mas sei que és pátria amiga;
Cruelmente a sofrer,
No meio de tanto viver.

Também sei que teu povo te ama,
E por justiça ele clama;
Sei que um dia a justiça se fará,
Mas quando, quando será?

  *J.L.BORGES
Camaquã.1978


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