segunda-feira, 22 de outubro de 2018

CARTA DE UM JOVEM DO INTERIOR NA CIDADE GRANDE

CARTA DE UM JOVEM DO INTERIOR NA CIDADE GRANDE

         ...Você falou que a sua rua, continua no mesmo lugar, a minha também; você falou que as vezes, na sua rua tem poeira, mas na minha não tem.

         Na minha rua tem o pior, desastres, medos e o desamor, a velocidade é fatal,

temos monstros de quatro pés, de olhos brilhante, que rasgam a escuridão, que gritam freneticamente, que engolem distancias, e seres humanos.

         Você falou que ai, As pessoas são alegre, felizes aqui nada disso existe, aqui tem somente robôs humanos, autômatos que vive, tristes; que não sabem amar, que não sabem chorar, e muito menos ter fraternidade.

    Você falou que ai, o sol é sempre cálido,a lua é sempre bela, é que as estrelas sempre brilham; aqui o sol é pálido, sem vontade de me aquecer, a lua fugiu de mim, e as estrela perderam o brilho.

         Você falou que ai, o frio fortalece a alma, e congela a maldade; aqui não, pois o frio, congela a ama da gente.

         Você também falou que o vento, beija teu corpo meigo, aqui é triste, pois ele atravessa o corpo da gente, como um punhal ferino.

Você fala que ai os pássaros cantam, as águas são límpidas, os campos sempre verdes, o céu azul, com nuvens brancas. aqui só ouço som mecânico,as águas são turvas,os campos? Não os vejo, o céu muito menos, só arranhas céus, e nuvens poluídas.

         Você fala que o ar, por ai é sempre puro, que há lindas matas, com arvores robustas, há paz.

         Aqui o ar é pesado, pois há tempos deixou de ser puro, matas, arvores e paz já não existem; só uma tímida cerca viva,

nos fundos de meu pátio, meu quintal em miniatura. pois tenho quintal,

         Assim como você tem, só que o meu é pequeno, tímido, não tão verde quanto o teu,

o meu esta perdido entre a selva, a selva de pedra que cerca a gente, que nos aprisiona, sufoca, deixando a gente assim, sem vontade de viver, só com vontade de fugir; e vou fugir,

vou chegar até ai, neste teu paraíso, teu éden terrestre.
                             
  *J.L.BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário