MINHA DOENÇA
Menina você me azucrina,
Seu jeito leviano me faz ser pior;
Me atiro de ponta cabeça,
Seu gosto de fêmea me faz tanto mal.
Me acho perdido em seu corpo,
Seu corpo pequeno, louca tempestade;
Estando em ti eu me perco,
Seu corpo moreno é vaga que invade.
Sua voz de sereia enfeitiça,
Me dá uma preguiça estando a seu lado;
Pareço um escravo em seu corpo,
Me agarro, me amarro e não saio de ti.
Você é um demônio atrevido,
Uma ninfa profana que nunca e cansa;
Estando em ti sou dengoso,
Um homem inocente quando estás junto a mim.
Só sossego se estou bem contigo,
Arrasado e saciado, mas te amando mulher;
Suas loucuras é a maior das certezas,
Daquele que ama, daquele que quer.
E eu quero que você me azucrine,
Me provoque e me faça ser um pouco melhor;
Seu cheiro de fêmea no cio,
Me acende o desejo e me faz ser pior.
Não adianta, sou leviano e só quero,
Só quero teu corpo pra sentir que estou vivo;
Quando estou a seu lado eu me sinto,
Uma perola em sua ostra, inocente e cativo.
*J.L.BORGES
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