sábado, 31 de março de 2018

VENTOS DE NOVEMBRO

VENTOS DE NOVEMBRO

O vento bate janelas,

Beija portas entreabertas;

Desta minha alma deserta,

Que anda longe da bela.

Parece espírito dengoso,

Talvez espírito brincalhão;

Ou talvez elfo teimoso,

Ferindo meu coração.

O vento que vem de longe,

De um lugar que desconheço;

É moleque que esconde,

Esta paixão sem começo.

Penso nela, me aborreço,

Pois sem que ela foi embora;

Levando este recomeço,

Lento e vazio destas horas.

Este vento apareceu,

De algum lugar encantado;

E aqui ele se escondeu,

Fingindo falsos recados.

*J.L.BORGES

Nenhum comentário:

Postar um comentário