VENTOS DE NOVEMBRO
O vento bate janelas,
Beija portas entreabertas;
Desta minha alma deserta,
Que anda longe da bela.
Parece espírito dengoso,
Talvez espírito brincalhão;
Ou talvez elfo teimoso,
Ferindo meu coração.
O vento que vem de longe,
De um lugar que desconheço;
É moleque que esconde,
Esta paixão sem começo.
Penso nela, me aborreço,
Pois sem que ela foi embora;
Levando este recomeço,
Lento e vazio destas horas.
Este vento apareceu,
De algum lugar encantado;
E aqui ele se escondeu,
Fingindo falsos recados.
*J.L.BORGES
Nenhum comentário:
Postar um comentário