quinta-feira, 29 de março de 2018

PÁTRIA AMADA

PATRIA AMADA

Ó pátria nigricia,

Por quê me feres tanto?

Será que a vida aqui,

É eterna algofilia?

O fuscalvo de teus céus,

Será na noite o dia?

Saudade propicia,

A alimentar meus prantos.

Ó pátria, tua lhanura,

Não habita os corações,

Parece só sinônimo,

Também minha desventura;

Torno-me um bolonio,

Quando acredito em ti,

Será que a paz aqui,

Retumba nos canhões?

Ó pátria velha amada,

Cansada e aborrecida,

Teus velhos aparatos,

São tralhas esquecidas,

E teus velhos discursos,

Apenas gatafunhos,

Lalomania de algozes,

Poluindo nossas vidas.

É assim que te vejo,

Sem paz e sem encanto,

Me escarras se te beijo,

Também me fechas a porta

Ó pátria distraída,

Procures amar teus filhos,

Não sejas um proteu,

Um deus que não se importa,

Com os filhos que são teus.

                          *J.L.BORGES









Nenhum comentário:

Postar um comentário