PATRIA AMADA
Ó pátria nigricia,
Por quê me feres tanto?
Será que a vida aqui,
É eterna algofilia?
O fuscalvo de teus céus,
Será na noite o dia?
Saudade propicia,
A alimentar meus prantos.
Ó pátria, tua lhanura,
Não habita os corações,
Parece só sinônimo,
Também minha desventura;
Torno-me um bolonio,
Quando acredito em ti,
Será que a paz aqui,
Retumba nos canhões?
Ó pátria velha amada,
Cansada e aborrecida,
Teus velhos aparatos,
São tralhas esquecidas,
E teus velhos discursos,
Apenas gatafunhos,
Lalomania de algozes,
Poluindo nossas vidas.
É assim que te vejo,
Sem paz e sem encanto,
Me escarras se te beijo,
Também me fechas a porta
Ó pátria distraída,
Procures amar teus filhos,
Não sejas um proteu,
Um deus que não se importa,
Com os filhos que são teus.
*J.L.BORGES
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