SOLIDÃO
Um papel em branco,
Um quarto vazio;
Na sala alguns discos,
Um rosto sombrio.
Cinzeiros sem manchas,
De batons e cigarros;
Uma tela de Gog,
Sem tons nem reparos.
Assento suspenso,
Mobílias em cacos;
Na moldura Suíça,
Um jovem retrato.
Objetos estranhos,
É o tudo que resta;
Da esguia ilusão,
Restou uma fresta.
E a solidão,
Está a meu lado;
Ruídos medonhos,
Me vem do passado.
São fitas de vídeos,
Daqueles momentos;
Que foram embora,
Fugiram no vento.
A brisa de outrora,
De brigas e ciúmes;
Daquela mulher,
Sobrou só perfume.
E assim eu me vejo,
No chumbo momento;
Um homem sozinho,
Neste apartamento.
J.L.BORGES
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