VOZES DA CONSCIÊNCIA
Por quê será que os homens maus riem atoa,
Na solidão de suas almas vazias?
A mágoa da desilusão na noite ecoa,
Entre os vãos de uma noite fria.
Fazem brindes, mas são inimigos,
Na mesa de um bar qualquer;
Lembram crimes, não temem castigos;
Suspiram envoltos a cruz de uma mulher.
Eu sinto o aço no olhar do opressor,
Vejo o veneno nas sombras do algoz;
Ouço falsos versos de um nefasto amor,
Que perdeu o valor nas entranhas da voz.
Então ouço a consciência falar de mansinho,
“Tão bom é o ninho, só falta sentir”
A consciência me mostra um outro caminho,
De doce sussurro, sem ter que mentir.
Ouvindo a consciência eu saio pra rua,
A procura talvez de um outro motivo;
Eu olho ao alto, e vejo esta lua,
Lá solta no céu, e sorrio; estou vivo!
E a voz da consciência me faz perceber,
Que a vida é bela, só falta-me notar;
Não olho pra traz, começo a viver,
E saio depressa de volta a meu lar.
*J.L.BORGES
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