DOR SOLIDÃO
Meu violão anda triste,
Minha sanfona nem se assanha;
Esta dor que aqui insiste,
É saudade da campanha.
Das plantações de mandioca,
Saudade das churrasqueadas;
Com minha bela chinoca,
A prenda que eu mais amava.
Eu tenho tanta saudade,
Daquele lindo rincão;
Hoje eu nesta cidade,
Sofro da dor solidão.
Tenho saudade da amada,
Aquela que quero bem;
Saudade das camperiadas,
Das vaquejadas tambem.
Por isso meu violão,
E minha gaita andam triste;
Gemendo nesta canção,
A dor que aqui existe.
Dor solidão da campanha,
Daquele lindo lugar;
Aqui, só gente estranha,
Que vontade de voltar!
Retornar a boa terra,
Meiga terra onde nasci
De campos, lavouras e serras,
A mãe terra onde cresci.
*J.L.BORGES
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